Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
Sou gente. Um pouco diferente de muita gente, mas gente !
Gente que gosta de mar e maresia de onda e água fria
Gente que sonha e fantasia que pensa e fala, as vezes cala.
Gente que dança com a poesia, rebola com a melodia
Gente que gosta da calmaria e se liga na ventania.
Gente que sorrir de cara pintada e pinta a cara para sorrir
Gente apaixonada pela lua, que rodopia pela rua
Gente que viaja por estradas incertas, desertas...
Gente que faz da vida todos os dias festa.
Gente que se apaixona, desapaixona, quer e não quer
Gente da rua, que tá na tua, que faz verso, que canta prosa
Gente que brinca com as palavras, que perfuma rosa
Gente da madrugada, da lambada, que fala de música e da cantada.
Gente sempre gente, né gente ?
O que pareço aos olhos do mundo não tem a menor importância. A mim importa o que sou aos olhos de Deus.
Não se magoem com a minha franqueza é que o mundo tem vários olhares e diversas faces !
Deus, um único rosto e um só olhar : Verdade !
Sou feita de sonhos. Sonhos que me carregam nas asas da imaginação e me levam a embarcar em um lugar qualquer: por vezes em alto mar em outras, em baixas maré !
Sou mulher mistério, sou mulher sedução...sou mulher verdade que engana o coração, sou mulher submissa que não aceita condição de ser apenas mulher: sem vontade, sem desejo, sem paixão.Sou mulher ventania, melodia. Sou mulher de ondas, de mar...de flores, de vento, de cantar.
Sou mulher de música, de dança, de prosa. Mulher de verde, de mato...de lua e de flor. Sou mulher de noites, de tardes e de dias. Sou mulher que ama, se entrega, que finge...que nega !
Mulher amante, amada, largada...Sou mulher sorriso, lembrada, passada...Mulher de versos, de lágrimas...frágil, forte !
Sou mulher de medos, segredos... oculta, guardada. Mulher mentira, que fala, que cala...Mulher que chora, implora... pede, dar. Mulher que sabe, que esconde, que mente pra enganar...Enganar o desejo, a vontade de se entregar...porque não se permite a ser mulher para o que der e vier...Mulher doce, mulher que trás no corpo o pecado, na boca o amargo de beijos não trocados.
Mulher perdida, perdição !
Dentro de mim existe um rosto que desconheço. Nessa procura infinita do que sou, há sempre uma voz que me perturba, em gritos fala em idiomas desconhecidos tentando mostrar-me quem realmente sou.
Não me reconheço, não me entendo, não me acho...Estou perdida dentro de mim !
Quanto mais tento me entender mais descubro nas páginas de mim que sou livro escrito em vários idiomas...palavras não entendidas, letras não decifradas.
As vezes sou estranha, se confundo... me busco ao atravessar ruas e me acho ao virar esquinas. Até me vejo por vezes no retrovisor, mas perco, na próxima parada !
Vou fazer de conta que conseguir ganhar você
Que sou alguém que mexe contigo
Vou fazer de conta...
Contos de fada são somente contos
Príncipes não existem mas vou acreditar
Preciso acreditar pra não enlouquecer de vez !
Sorrio quando me chamam de poeta
Poeta não sou
Tenho apenas um jeito diferente
Estranho...
Diferente jeito de pensar,
De me entregar !
Fico no ar vez em quando
E me desnudo em palavras
Diante de quem amo
É meu jeito de amar
Poeta não sou
O amor
O amor é poeta
Te faz poeta
Eu não,
Poeta não sou !
Sou estranha para mim mesma. Desconheço meus passos, meu rosto...me vejo diferente: estou sempre nas nuvens, me encontro no vento. Hora garota, hora mulher. Me mando minhas próprias cartas, me amo, sozinha. Leio e me releio...voando, sonhando, amando...só, amando !
Não busque em mim a mulher perfeita, não vai encontrar. Sou menina errada que tropeça em tudo que faz !