Richard Sibbes

Encontrados 14 pensamentos de Richard Sibbes

Esta cana trilhada é um homem que na maioria das vezes está em alguma miséria, assim como estavam aqueles que vieram a Cristo em busca de ajuda, e que através da miséria foi levado a enxergar o pecado que a causou; porque sejam quais forem os pretextos que o pecado faça, ainda que ferido ou quebrado é o fim destes pretextos; ele está sensível ao pecado e à miséria, mesmo à ferida; e não encontrando nenhuma ajuda em si próprio, é levado com incansável desejo a receber ajuda de um outro, com alguma esperança, que ainda que pequena, o eleve de si mesmo até Cristo, embora não ouse alegar qualquer direito presente à misericórdia. Esta fagulha de esperança, sendo atacada por dúvidas e temores que nascem da corrupção da sua natureza terrena, fazem dele um pavio fumegante; de maneira que ambos, a cana trilhada e o pavio que fumega, constituem o estado de um pobre pecador aflito. É a estes que nosso Salvador Jesus Cristo chama de pobre de espírito, Mt 5.3, aquele que vê sua necessidade, e que também vê a si mesmo como devedor da justiça divina, e que não encontrando meios para ser ajudado, em si mesmo ou em qualquer criatura, chora por isso, e por alguma esperança da misericórdia contida na promessa e nos exemplos daqueles que têm alcançado misericórdia, é incentivado a ter fome e sede da mesma.

Inserida por Poliana16

O modo de Cristo é, primeiramente, ferir, depois curar. Nenhuma alma saudável, sã, entrará jamais no céu. Pense que, quando em tentação, Cristo foi tentado por mim; conforme minhas provações serão minhas graças e consolos. Se Cristo é tão misericordioso que não me quebra, não quebrarei a mim mesmo pelo desespero, nem me renderei ao
leão rugidor, Satanás, para me fazer em pedaços.

Inserida por Poliana16

Quanto mais graça há, mais espiritual é a vida, e quanto mais espiritual a vida, maior a antipatia para com o que é contrário. Portanto, ninguém está tão ciente da corrupção quanto aqueles cujas almas são as mais vivas.

Deus amiúde opera pelos opostos: quando ele pretender dar vitória, permitirá que sejamos inicialmente derrotados;
quando pretender consolar, primeiramente apavorará; quando pretender justificar, primeiro condenar-nos-á; quando pretender nos tornar gloriosos, humilhar-nos-á no início. Um cristão conquista, mesmo quando é conquistado. Quando é conquistado por alguns pecados, ele obtém vitória sobre outros mais perigosos, tais como orgulho e segurança espirituais.

Devemos trazer sempre isso às nossas mentes, que aquilo que começa em autoconfiança termina em vergonha.

Que conforto é esse em nossos conflitos com nossos corações indisciplinados, que ele não ficará assim para sempre! Que porfiemos um pouco de tempo, e sejamos felizes
para sempre. Que pensemos, quando estamos atribulados com nossos pecados, que Cristo está encarregado disso por seu Pai, que ele não “apagará o pavio que fumega” até que haja
submetido tudo. Isso põe um escudo em nossas mãos para rebater “todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). Satanás objetará: “Tu és um grande pecador”. Podemos responder: “Cristo é um forte Salvador”. Mas ele
objetará: “Tu não tens nenhuma fé, nenhum amor”. “Sim, uma fagulha de fé e amor”. “Mas Cristo não considerará isso”. “Sim, ele não apagará o pavio que fumega”. “Mas esse é tão pequeno e fraco que sumirá e será reduzido a
nada”. “Ao contrário, Cristo dele cuidará, até que haja trazido julgamento com vitória”. E isto já temos para muito conforto nosso, que, precisamente quando primeiro cremos, conquistamos a Deus mesmo, por assim dizer, crendo no perdão de todos os nossos pecados, malgrado a culpa de nossas consciências e sua justiça absoluta. Ora, havendo prevalecido com Deus, o que se colocará contra nós, se pudermos aprender a lançar mão da nossa fé?

Inserida por Poliana16

Nem devemos raciocinar de uma negação de uma grande medida de graça para uma negação de qualquer uma em absoluto em nós, pois fé e graça não consistem em uma quantia indivisível, de modo que quem não tenha tal e tal medida não a tenha em hipótese alguma. Mas, como há uma
grande diferença entre uma fagulha e uma chama, assim há uma grande diferença entre a menor e a maior medida de graça; e aquele que tem a menor medida está dentro do âmbito da mercê eterna de Deus. Ainda que não seja ele uma luz brilhante, todavia, é uma mecha fumegante, o qual o terno cuidado de Cristo não permitirá que se apague.

Inserida por Poliana16

"Todas as coisas terrenas são como água salgada: fazem aumentar a sede, mas não satisfazem."

"Eu creio, Senhor" (Marcos 9.24), com uma fé frágil, todavia, com fé; amo a ti com um amor débil, todavia, com amor; esforço-me de uma maneira fraca, mas esforço-me. Um foguinho é fogo, todavia, solta fumaça. Visto que tu tomaste-me para dentro de tu aliança para ser teu, eu que era seu inimigo, lançar-me-ás fora por essas doenças, que, assim como te descontentam, também são elas a tristeza do meu próprio coração?

Inserida por Poliana16

Se odiamos nossas corrupções e lutamos contra elas, elas não devem ser contadas como nossas. "Não sou eu que faço isto", diz Paulo, "mas o pecado que habita em mim" (Rm 7:17). Pois o que nos desagrada nunca nos machucará, e seremos estimados por Deus para ser o que amamos, desejamos e labutamos ser

Inserida por Poliana16

Toda vez que pecados de fraqueza estão em uma pessoa, ali a vida de graça deve ter começado. Não pode haver fraqueza alguma onde não há vida nenhuma.

Inserida por Poliana16

Como seu Pai nunca esteve mais perto dele em força para sustentá-lo do que quando estava mais longe no sentido de favorecê-lo com conforto, assim também Cristo nunca está mais perto de nós em poder para nos sustentar do que quando parece esconder ao máximo de nós a sua presença.

Inserida por Poliana16

"Deus é; se Ele não fosse, coisa alguma poderia ser."

⁠Qualquer coisa acima de Deus é idolatria.

Inserida por VerbosdoVerbo