Raileza

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Nunca gostei de exigências, não funciono sobre pressão e detesto cobrança. Minhas amizades são feitas de distâncias e ausências, e a melhor delas é assim há mais de sete anos. E sempre falamos sobre isso, nunca precisamos nos cobrar amor ou presenças. E o que eu quero dizer com isso, é que eu sempre espero que as pessoas entendam, que eu sou indisciplinada mesmo e super ausente, mas meu amor sempre - ou até me decepcionarem - será o mesmo. E eu sempre estarei com meu colo pronto para os que eu amo. Porque dinheiro não, mas amor eu, ainda tenho por algum por aqui.

Maria não era comum, tanto quanto seu nome. Aliás, de comum, Maria não tinha nada. E isso nunca teve algo haver com a forma louca que levava a vida. Tampouco com o fato de que ela era alguém que simplesmente não se importava com os pensares e dizeres alheios. Maria, era grossa, incompreensíva em muitas vezes, insatisfeita, inconstante e mais alguns "in", que pudéssemos colocar em algumas várias palavras. Fumava seu cigarro quando nervosa e bebia mais que seu pai. Mas Maria, era o centro do furacão. Conseguia ser a pessoa mais sensível do mundo depois de um ataque histérico e agressivo. Maria, tinha amado demais, bebido demais, fumado demais e dormido demais. Suas duas graduações, e seu salário altíssimo, no emprego que tanto queria em uma multinacional, não mais a satisfazia. Então, assim como Verokina, de Paulo, decidira morrer. Então deixou um bilhete e enforcou-se em sua linda sacada, no décimo terceiro andar do prédio mais luxuoso de Brasília.

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Eu voltei a fumar, João. Me afoguei em bebidas, comidas, seriados forenses, mas era o cigarro que me faltava. Não o cheiro, era o gosto da vida que tínhamos juntos. As 18:00hs, na varanda quando te esperava chegar e observar a cidade calando aos poucos. A fumaça subindo. Esse gosto mentolado é exatamente o gosto que me faz te ter por aqui de volta. Então eu fumo, mas calma João, eu ter saudade do gosto da nossa vida, não me.faz quere-la de volta

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Tinha a mesma sensação, de quando dormia na casa dos avós, onde pela manhã, o sol entrava timidamente, dentre os espaços da cortina branca de renda. Sentia algo bom, ali o dia começava bem, a luz entrava aos poucos permitindo-a despertar vagarosamente e feliz. E quando o via, sentia-se lá, na casa dos amados em um sítio na pequena cidade de Mari. Parecia que nos olhos dele, também havia luz, esta que invadia a janela da sua alma e alojava-se no coração.

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Ele tinha um cheiro bom, mas o comportamento desagradável. Sempre bebia demais acreditava que o retrocesso era normal e me tratava como escrava. Lembro-me de por noites não dormir, com as ordens gritantes dele em minha mente. Quando sóbrio era homem de entregar-me flores, nas quais nunca gostei, preferia um livro ou uma bebida quente. Mudamos de estados cinco vezes por conta do trabalho dele. Me perdi nas contas, de quantas matriculas fiz na faculdade e tive que trancar. No dia 23, de um mês qualquer cansei de toda bipolaridade suportada, peguei uma faca, enfiei na garganta dele e o deixei pra morrer. E aqui em San Diego, olhando pro mar, fumando um cigarro e tomando um drink, mal consigo lembrar se ele realmente morreu.

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Ela era indiferente, independente, grossa e bastante intolerante. Ao mesmo tempo tão sensível. Era sozinha em meio a tanta gente. A maioria dos que convivem, não a conhecem, pudera, ela não se conhece. É intransigente. Não muito, adepta a regras, porém, aceita fingir seguir algumas, para melhores convivências. Gosta de café, porém não tem algum sequer em sua casa. Em anos nunca usou um pacote se açúcar, talvez a falta de doce, transformou sua vida tão amarga. Tornou-se forte com o tempo, em dias de sol até gosta de sorrir e ir à praia. Quando a noite chega, o tempo fecha, em seu mundo chove, e os trovões, não mais a assustam, porém ainda tem medo do escuro.
Então, João. Ela seguiu, afiada nas palavras, grosseiras nas atitudes e carinhosa, quando lembrava-se que um dia foi bem feliz. Continua a trabalhar, a fumar o cigarro mentolado e a tentar perdoar, todos os erros daqueles que ela ama, e os próprios. A vida segue. Não trilhou caminho algum, segue o caminho que acha que foi trilhado pra ela, às vezes foge da rota, rasga o mata, e corre pra floresta, mas logo volta ao inferno da cidade, suporta a fumaça dos carros, o barulho do comércio e passa dia após dia, pelo seu maior desafio: As pessoas!

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Não há reforços para o amor. Não há simpatias, nem macumbas, nem planos diabólicos ou promessas para santos. Não há como pedir o amor, nem como forçar alguém a ama-lo. O amor acontece, talvez venha de algum plano superior feito antes de nascermos ou vários deles, porque, conheço pessoas que dizem ter amado inúmeras vezes.
Eu não tenho certeza do que é o amor, assim como em tudo na minha vida, prefiro não pensar muito nas hipóteses do amor, ou no que eu venha a ser após ele. Não gosto de maquiar situações, tampouco tentar planejar algo que não é do meu domínio. O amor deve ser como, aqueles números de ilusionismo, a gente nunca sabe como será, mas quando ele é desvendado, parece que não existe, porém, está ali.

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“Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho”.
Foi lendo exatamente esse trecho acima, em um dos textos de Bernardi, que ela percebeu, que havia se tornado uma pedra de gelo, e que de quente, só o café.
Sofreu tanto, se dedicou tanto. Tinha se tornado – meu Deus – aquele modelinho de moça feliz, pra salvar relacionamentos. Fingiu ser feliz pra fazer alguém feliz.
Foi traída, humilhada, viu bocas sorridentes, vomitar mentiras, tão perfeitas que duraram anos. Ouvia “eu te amo”, e logo depois, eu te odeio.
Lembra-se de quando, você se declarava, olhando ela nos olhos João? Ela gritava por dentro, a dor que sentia, sabendo de todas as mentiras, pedindo a Deus e ao Diabo, liberdade. Queria forças pra mandar você pro-raio-que-o-parta João, você e todo aquele amor miserável que ela sentia por ti. E todas as vezes que completavam mês, que ela te preparava algo, mesmo sabendo da sua dupla personalidade, cheia de mentiras e de farsas. Dessa máscara de homem correto, quando você era só mais um bundão mentiroso e sínico, fingindo se importar com algum coisa que não fosse esse mundinho medíocre que você vive. E quando você perguntava, o que podia fazer por ela, pra fazer ela se sentir melhor. Sabe o que ela queria? Que você voltasse o tempo, exatamente pra o dia que vocês se conheceram, e ia pedir pra naquele dia, você ficar em casa.
Ela cansou de chorar João. Suas lágrimas secaram e ela tem tanto rancor, tanto ódio, tanta raiva e si mesma, que ela não consegue ver nenhuma oportunidade de ser feliz. Então João, faz um favor. Morre! Morre e leva contigo todos os dias que ela tentou ser melhor e nunca conseguiu, porque viver com você era uma barreira pra vida, que ela merecia ter.

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Ela aprecia flores, mas meu caro, jamais dê flores de presente a ela. Dê um livro, se este contiver uma história enigmática, melhor ainda. As músicas que ela ouve, são diversas, então durante um tempo você irá estranhar, mas logo aceitará essa diversidade absurda e perceberá que a diversidade dela não para aí.

Ligue somente, caso seja extremamente necessário, caso contrário, duas ligações ao início e ao fim do dia está ótimo. Não ache que ela não te ama, por ela não te cobrar nada, ou por não aparentar se importar demais. Ela tem um jeito todo dela, de amar as pessoas. E você e o resto do mundo, jamais compreenderão isso.
Em hipótese alguma à acorde, com exceção de casos emergências, como atraso ou incêndio. Não, nem para um café da manhã ao som de Radiohead. Não a acorde, ou o próximo furacão também terá nome de mulher. Ela não funciona sobre pressão, detesta cobranças e gosta de ficar sozinha por muito tempo, então deixa ela respirar.

Amigo, ela é alegre, porém é conhecida pelo gênio forte, grosseria e inconstância. Mas o que não sabem é que ela é sensível e ainda tem uma fé incrível nas coisas e nas pessoas, apesar de em boa parte do tempo, prefere usar a racionalidade e desconfiar de tudo.
Ela não gosta de restaurante chique, detesta festas e eventos formais, então, não faça questão de tê-la ao seu lado nesses momentos, e leve-a a um bar vagabundo com música alternativa ao vivo e lhe ofereça cerveja e cigarros.

Ela não é daqui, mas Marte também não a suportaria, ela não se suporta, então aproveite-a, que logo ela irá, e quando ela for, alguma coisa ficará, mas você não entenderá o que é, e seguirá em frente. E essa moça, vai continuar buscando algo que ela não sabe o que é, ela não faz ideia do que procura, mas é apaixonada pelos encontros, no caminho dessa busca!

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