Paola Rhoden

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O Tempo

Não existe nada tão temerário como o tempo, porque a vida é um cristal bruto esperando a ser burilado, e só o tempo faz esse trabalho. E para isso leva um período que depende de nossos atos e de nosso querer, vividos na forma que cada um escolhe.
Guardamos nas gavetas de nossa alma, tudo o que acontece, quer de bom ou de mau que se passa em nossas vidas. Essas gavetas ficam cheias de saudade, lembranças, mágoas, alegrias, tristezas e amores.
Quando abrimos essas gavetas, ficamos surpresos com a capacidade que temos de deixar nos cantos da vida, as coisas que fazem o nosso caminhar. Vemos que caminhamos ao lado, na frente, atrás, de pessoas que nos deram carinho, nos fizeram felizes, que juntaram aos nossos, os seus momentos.
Também, percebemos que embora tivéssemos sofrido, os maus momentos nos deram mais força, mais conhecimento, aprendemos com eles a ser mais fortes, ter maior poder sobre nossos sentimentos e o poder de realizar. Ganhamos forças para enfrentar todos os desafios, porque o sofrimento nos faz mais fortes.
Amores vêm e vão, alguns ficam um pouco mais, enchendo essas gavetas de jóias que representam o que temos de mais puro, que são os nossos sentimentos. Nem a solidão leva esses guardados, pelo contrário, ela nos dá a grande presença de nossas lembranças.
E o grande acumulador dessas lembranças, que na imensa energia da vida armazena os batimentos do coração nas superfícies sólidas dessas gavetas, é o tempo.

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Para minha mãe

O que se foi não volta mais.
Momentos que passam pela vida, se não os aproveitarmos, irão e não voltarão mais.
A voz de seu filho chamando para um carinho, ou para dormir a seu lado, ou para comer em seu prato.
Seu amigo pedindo uma ajuda ou seu vizinho querendo conversar, sobre a notícia do momento.
Sua mãe lhe pedindo um abraço, esperando sua visita, querendo ouvir sua voz.
Ah! Mamãe!
Se eu soubesse que doía tanto, teria ido a seu encontro na porta de braços abertos, lhe daria o abraço desejado, beijaria mais sua face encanecida.
Massagearia mais seus pés doloridos, ouviria mais suas histórias repetidas, lhe daria mais de meu tempo.
Não sei se o que lhe dei foi o suficiente. Tentei pelo menos.
Mas gostaria que estivesse aqui.

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Não sou feliz quando vejo alguém chorando, quando não como chocolate, quando a chuva cai muito forte, quando o sol fica atrás das nuvens, quando não vejo você.
Não sou feliz quando o ar está muito frio, quando as folhas caem amarelas, quando o canário está preso, quando uma criança é violentada, quando não vejo você.
Não sou feliz quando a mulher sofre calada, quando a árvore é derrubada, quando o pó entra em meu olho, quando o vento derruba o poste, quando não vejo você.
Não sou feliz afinal, porque tudo isso cai mal, principalmente, porque não tenho você.

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Aprendendo ao caminhar

Passeando na calçada,
As pedras duras do chão,
Ressoam uma lição

Aprendo ao dar as passadas,
Que tenho no andar da vida,
Mesmo sem ser querida

O dever de ter amor

A quem a mim dá valor.

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Homens que choram


Alguns homens têm vergonha de mostrar suas emoções, mostrar que também derramam lágrimas, que também sofrem.
Acham vergonhoso demonstrar sentimentos. Não querem parecer fracos e por isso guardam no coração suas dores, pensando que são fortes.
Mas, aquele que tem alma sensível e um coração com amor, deixa que seus olhos reguem a planta da vida, deixando rolar os diamantes que enriquecem mais seu viver.
Não têm vergonha de chorar por emoção, seja ela porque o filho nasceu ou porque seu time ganhou o campeonato.
Não se importa de derramar lágrimas por dor ou por felicidade.
Homens que choram, mostram a força que têm.

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Homenagem aos poetas

O poeta pode ser,
Da prosa, rima ou cantor.
Mas sempre se faz valer,
Dos cantos que vem do amor.

Qual poeta não quer ter,
Alguém para lhe inspirar,
Um amor, um bem querer,
Um céu azul e um verde mar.

No cintilar das estrelas,
Vêm os versos desfilar,
E mesmo sem poder vê-las
O poeta vai rimar.

Tudo isso vem da alma,
A beleza e inspiração,
O poeta traz com calma
Do fundo do coração.

Todo Poeta é doce,
Em seu sorrir e falar,
Porque se assim não fosse,
Não ensinariam amar.

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Amar é viver a vida nas dores que pensamos ser alegrias.

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O vivenciar de uma aurora radiante, nem sempre é o prenúncio de um dia de sol.

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Beijos roubados

Um beijo roubado,
Salgado,
Deu esperança
Ao coração abalado,
Que na distância,
Traz somente lembrança,
De uma hora de ilusão.
Hora, que fez o mundo brilhante,
Mas agora, tão distante,
Curte imensa solidão.

Beijo companheiro

Cada beijo recebido,
consolação de uma dor,
de um amigo ou de um amor,
na vida traz mais sentido,
é como ter recebido
com carinho, linda flor.

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Beijo de amor

Aquele beijo na porta,
dado às pressas,
às avessas,
sem calor,
fez-me ver que beijos dados,
mesmo roubados
são às vezes, puro amor.

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Beijo de outrora

Houve um tempo em que o beijo
Era recompensa.
Hoje nem se pensa
Num beijo delicado,
Recatado.
É beijar sem critério
Sem mistério
Por beijar.
Não tem namoro
Tudo sem decoro
É só ‘ficar’.
Onde estão os enleios,
Os anseios,
Das mãos tocadas de leve.
Amar já não se deve,
Nem existe mais paixão.
Se foram os doces momentos,
Com o vento.
Amor é ‘breguice’,
Foi um jovem que disse,
Hoje, não tem mais ilusão.

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Beijo e traição

O beijo de Judas,
Traiu o amor
Por um estipulado valor,
E trouxe a morte.
Hoje,
Tem mais malquerença.
A traição,
É constante presença.

Inserida por PaolaRhoden

Coisas boas da vida

Comer um bolo quentinho,
Tomar café batidinho,
Doce de leite caseiro,
Um assado de carneiro,
Queijo fresco e marmelada.
Uma promessa cumprida,
Uma rosa recebida,
Um beijo fora de hora.
E rir de quem cai da escada.
Ver o sol nascer faceiro,
Morgar o dia inteiro,
Comendo doce de amora.
Cortar cabelo sozinho,
Conversar com o vizinho,
Chegar feliz onde mora.
Jornal sem notícia ruim,
TV sem pornografia,
Gargalhar com alegria,
Tristeza chegar ao fim.
Isso tudo misturado,
Faz da vida um bem estar,
Alegria é um bem danado,
Pra quem sabe cultivar.

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Exemplo da natureza

No alto da árvore florida,
Um casal de passarinho,
Em exemplo pra esta vida,
Cantam e trocam beijinhos.
Se os humanos se espelhassem
Nesta sábia natureza,
Quem sabe não precisasse
De se ter tanta tristeza,
E o mundo talvez voltasse
A dar devido valor
Nas coisas boas da vida
E no verdadeiro Amor.

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Acorrentados

Toda namorada,
esposa ou afins,
querem ter o amado,
acorrentado assim,
sempre a seu lado.
Todo dia e toda hora,
finais de semana,
pela eternidade a fora.
Se isso não acontecer
vem o grito que faz tremer:
- “VOCÊ ESTAVA ONDE?
COM AQUELA ZINHA?
E desculpas, nem adianta,
Porque a moça responde:
- NÃO QUERO MAIS SABER DE VOCÊ!

Inserida por PaolaRhoden

Sonhos. Pelo menos um sonho. No entanto, que façamos realizar são poucos. A cada dia, quando vejo o sonho de alguém ser realizado, penso que a verdade é: Deus existe. E põe no mundo pessoas com o poder de fazer com que esses sonhos se realizem.

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Sabedoria da velhice
Seu Juventino era meu vizinho de apartamento. Era, porque faleceu. Sua única filha, solteira por opção, trabalhava fora o dia todo, e sua esposa, dona Norma, é quem ficava com a obrigação de cuidar do homem que no passado fora um empertigado militar, mas que devido a um câncer no cérebro deitou-se um dia e não conseguiu mais levantar. Quando dona Norma saía para o mercado vinha a minha porta e pedia: ‘pode olhar o Juventino um pouco?’ Era uma mulher admirável essa senhora. Em cima de seus setenta anos era mais forte que qualquer um. Em corpo e espírito.
Quando eu chegava para ‘olhar’ o doente, sentava a seu lado e ele, ainda muito lúcido apesar das dores, desfiava a falar e falar, quase um monólogo. Eu o deixava ir em seus devaneios de doente que não tem muito com quem conversar.
Uma das coisas que Seu Juventino gostava de repetir era, que os velhos como ele, a cada dia deteriora algo. Toda manhã percebia alguma coisa deixando de funcionar direito. É claro que um pouco pela doença. Mas a maior parte pela velhice e inanição. ‘E o pior é que as pessoas acostumam com isso’, ele dizia. Um dia um zumbido no ouvido, outro uma dor no joelho, e às vezes até surdez. Vão perdendo a audição devagarzinho, e quando dão por si estão surdos e nem sabem como foi. A cegueira também. ‘Já vi muito velho cego e surdo e nem sabe que é’ ele falava quase sussurrando. Eu ria muito com suas conversas, mas tenho que admitir ser a pura verdade. Velho não gosta de ser velho. Mulher então! Nem pensar! Depois que faz quarenta esquece-se de fazer aniversário pelo resto da vida. Pelo menos a maioria delas.
Agora, verdade seja dita, não acontece só com os velhos não. A pessoa entra na cozinha para fazer alguma coisa e esquece. Aí lembra que tem de fazer algo na sala, só que quando chega lá não lembra mais o que tinha que fazer. Coloca o celular no bolso e sai pela casa à procura do tal que não sabe onde o deixou. Passa a procurar a chave do carro e acha o celular no bolso, mas aí não sabe mais onde está a chave do carro. Velhice? Coisa nenhuma! Todos se esquecem um pouquinho das coisas.
Seu Juventino gostava de lembrar-se de seu tempo no Exército. Tempo bom era aquele! Corrida por três horas a fio pelas ruas comandando um pelotão de rapazes fortes e saudáveis. Subindo e descendo morros. Pulando obstáculos e caindo no rio para travessia a nado. E ele não cansava. Os jovens sim.
Nunca falava sobre sua doença. Não gostava. Afinal, fora ela, a doença traiçoeira que o deixara fora da vida por quase dez anos. Dez anos de sofrimento.
Quando ele morreu fiz um pequeno poema em sua homenagem. Dona Norma mandou inscrever na lousa de seu túmulo. ‘Ele vai ficar feliz’, disse-me ela. Assim espero. Porque lá eu disse o quanto era importante ser velho e sábio como ele fora. E que amigos não se escolhe pela saúde, cor ou religião, mas pelo conteúdo da alma.
E velhos não são os que têm muita idade. Velhos são os que não acumulam sabedoria. Em qualquer idade.

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Caráter se faz com sabedoria

Em busca de um local para morar após a morte de seus pais, Izabela deparou no jornal com uma boa oferta. Um apartamento no tamanho que ela queria, e por um preço que ela podia pagar. Achou que era o ideal. Afinal, São Paulo não é fácil.
Foi em busca.
O bairro era longe de tudo, mas parecia ser seguro e com boa qualidade de vida. Avistou o prédio do endereço achado no jornal. Não era muito bonito, mas tinha uma aparência imponente, embora não muito conservado. Ficava no alto, distanciado dos demais e com uma grande área verde que se estendia abaixo. Tocou a campainha e foi atendida por um senhor já de alguma idade, que a interpelou com um sorriso. Mais algumas pessoas estavam por ali. Parecia ser uma reunião. Pensando bem, em um ‘Hall’ de entrada não seria bem apropriado para reuniões. Mas quem sabe.
O senhor austero e formal, perguntou sobre o motivo de sua visita. Ela explicou.
O homem então com uma certa rudeza ao falar, lhe disse que aquele prédio não admitia qualquer um para ali morar. Izabela ficou boquiaberta olhando para as pessoas que se calaram e a olhavam como um ser extraterrestre. O cavalheiro continuou dizendo, que aquela era uma reunião informal de condomínio, e era justamente para tratar desse assunto, já que alguns proprietários, ou por mudar-se para outra cidade, ou mesmo por morte, colocaram a venda seus imóveis. E como o prédio sempre primou pela superior linhagem de seus habitantes, estava sendo estudada uma forma de impedir que qualquer pessoa, que só por ter dinheiro para pagar, viesse ali residir. Porque, segundo ele, não é o dinheiro que faz uma pessoa ser importante, mas seu berço. E complementando seu monólogo discriminativo perguntou quem era ela, quem era sua família, de onde vinha e o que fazia.
Izabela respirou fundo e sem responder de imediato sua pergunta, falou: e os senhores quem são? Quem sabe descendentes dos marinheiros que vieram com os descobridores nas naus de Espanha ou Portugal. Ou talvez dos colonizadores enviados pelos Reis diretamente das prisões da Holanda, França e Inglaterra para encher a nova colônia e esvaziar seus calabouços? Porque pela cor de sua pele, igual a minha, não podem ter em suas veias o sangue nobre dos reis e príncipes das tribos de Angola e arredores, trazidos pelos navios negreiros, enganados e à força, para servirem de escravos a alguns que de superiores só tinham a arrogância. E se neste prédio só tem pessoas como os senhores, eu me retiro. Vou em busca de algum outro imóvel, quem sabe na periferia, porque nobreza, senhores, não está no título de Condessa do qual sou herdeira por direito, vindo de uma milenar tradição dos castelos da Itália, e que por certo me daria a condição de aqui morar. Mas sim, em meu caráter que não admite tal discriminação.
Dizendo isso, Izabela girou nos elegantes saltos altos, e saiu por onde entrou.

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Na vida, quando voamos, vemos as coisas pequenas. Quando pousamos, vemos como elas realmente são. A beleza está em reconhecer o quanto somos pequenos, mas também, o quanto podemos realizar.

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Os fracos caem porque não lutam. Os fortes caem, mas não deixam de lutar.

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Existe os que dizem amar. Mas, felizmente, existe aqueles que amam de verdade.

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Amar não é estar ao lado o tempo todo. Amar é estar presente quando precisamos.

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Despedida

Hoje estou partindo
Para uma nova chegada
Em algum lugar qualquer
Por entre as nuvens sumindo
Dando uma nova largada
Para o que der e vier

Fui sombra sem muito brilho
No transcorrer de meus dias
Com poucos me dando a mão
Segui sozinha o trilho
Como qualquer um faria
Nas coisas do coração

Porem, não sei onde vou
Porque a meta não tracei
Escolho quando chegar
A vida que me driblou
Lá atrás eu a deixei
Quando decidi voar

Meu novo mundo começa
Agora, neste momento,
Decisão por mim tomada
Não faço nada com pressa
Deixo longe o pensamento
Vou seguir por nova estrada

Assim, o novo caminho
Que pretendo encontrar
Desejo que seja o certo
E com uma taça de vinho
Vou com certeza brindar
Com quem estiver por perto

Inserida por PaolaRhoden

O sol nascendo em outro horizonte, faz o coração pulsar de esperança.

Inserida por PaolaRhoden