Paola Rhoden
Amigos, quando os encontro verdadeiros, os guardo direto nas gavetas secretas de meu coração, porque eles estarão sempre preservados de qualquer mal entendido. E, por vezes, mesmo assim, alguns deles não entendem que eu os amo igualmente, como irmãos que somos perante Deus. Amizade verdadeira só encontramos nos que entendem que isso significa: confiança, respeito e solidariedade.
Gosto de partilhar meu sucesso, ou meus fracassos
Com pessoas que foram, ou que são ainda,
Muito importantes em minha atribulada vida
Gosto de dizer a eles, que em todos os momentos
Quer sejam bons, ou nem tanto,
Que eles fazem parte do meu riso, ou do meu pranto
Gosto de caminhar pensando, que mesmo longe
Todas essas pessoas continuam sendo
Parte do meu andar pelo mundo adentro
Embora sozinha, sinto todas elas por perto
Me acompanhando com seus passos certos
Em doces lembranças que me acalentam o canto.
Tenho saudade, isso é passageiro, e insisto,
Porque tenho a certeza que o tempo passa ligeiro
E um dia, quem sabe, todos eles lembrarão que existo.
Nos passos que dou procuro a firmeza,
porque são eles que me levarão
nos lugares onde preciso estar
Nas palavras só procuro a verdade,
pois são só elas a minha certeza
Em meus atos dou credibilidade,
pois só deles devo as contas prestar
Canto tristonho
Jogo de cores,
Com essas flores
Danço sozinha
Na grama fria
Parece um sonho
De meus amores
Sabiá gorjeia
Um canto tristonho
Algumas pessoas são,
Algo que não consigo entender
Nos procuram, nos pedem, insistem.
Quando recebem e se vão,
Os vemos desaparecer
E, se me permitem,
Direi o que deles penso
São piores que animais
Pois estes ainda agradecem
E tem mais,
Eles nunca nos esquecem.
Mas, sigo em frente,
E estou quase concordando,
Com essas pessoas falando
Em preferir animais do que gente.
A chuva cai molhando terra e flores
O sol se esconde em tremor fecundo
A vida segue em busca de mais cores
Nos passos cegos do andar deste mundo
Quem não cansou dessa água em demasia
De cântaro cheio liquefeito em mágoa
Qual frouxo mar descendo em céu de água
Transformando amor em borragem fria
Trovões parecem rufar de tambores
Saudade tenho de um sol todo dia
Madrugada fria,
Lua que foge ligeira,
Me fez lembrar que um dia,
Com muito mais calor,
A vida me deu por favor,
Alegria à sua maneira,
E que depois me tirou.
A melhor forma de ser feliz, é saber que todos somos parte de uma mesma fração, cujo cálculo é feito pelo Universo.
Não sou tudo o que alguns pensam que sou
Nem sou o que gostaria de ser
No entanto, me apego ao vento e ao céu
Pra nesta vida ser mais do que ter
E aos que me criticam tiro o chapéu
Pois por enquanto ainda sei onde vou
Paz, Harmonia e Amor
O ser humano se disfarça em canto
Toda vez que as flores surgem
Entre o verde a espalhar beleza
Somos fortes, às vezes nem tanto,
Em uma felicidade que urge
Ao ver o sol iluminar a natureza
Porque a paz que nós queremos
Depende da harmonia total
A qual devemos dar mais valor
Porém, para isso dependemos
Da cooperação geral
Ao som suave do Amor
Existe no amor falsidade/
E caminha na contramão/
Mas o amor não é verdade/
Só mentiras a machucar o coração.
ANOITECER
majestoso sol que desce/
num horizonte dourado/
É algo que não se esquece/
E não fica no passado.
Alguém me perguntou
O que é que eu sou
Com as flores coloridas
Então explico
Até em outras vidas
Tenho certeza
Reforço com firmeza
Fui, sou e serei poetisa
Porque a poesia é o meu sal
Vivo como tal
E no andar da existência
Com insistência
Minha alma não tem tristeza.
Ser o que penso
Sou a cor do vento
Sou o som das folhas
Vôo como as bolhas de sabão
Alcanço as nuvens com as mãos
Transformo em risos o momento
Em luz transformo todas as escolhas
Do insensato coração sofrido
Vertendo em chuva sonhos coloridos
Bailando em mares verdes de emoção
Traduzo em tempo os cálidos sorrisos
Derramo em pétalas os tempos idos
Faço do choro uma doce canção
Esqueço os passos nas curvas da estrada
Soletro a grama em sombra desfolhada
De árvores dormentes secas pelo estio
Sonhando alto os verdes perdidos
Soluço o canto que derrama o frio
Em cinzentas dobras da ação esperada
Faço aconchego de suave esperança
Frouxos acordes que transformo em dança
Dando algum sentido a esta vida chorada
Nem sei porque sou assim
Um dia me peguei a olhar as flores
Balançando airosas no jardim
Sentada no ócio, sem labores
Fiquei a pensar assim
Sempre fui ativa e laboriosa
Nunca deixei de trabalhar
Por que agora esse descaso
Ao airoso labutar?
Me deixei ficar assim
Porque não tenho mais metas
Ninguém mais está a fim
Pois estou obsoleta
Não tenho mais brilho no olhar
Nem sorrisos ao redor
Sou sozinha a caminhar
Cada vez fica pior
Sonhos desaparecem
Como o assovio do vento
E todos sempre esquecem
Que um dia tive talento
Quero ter algo na vida
Que me traga alguma luz
Pois no coração a ferida
É como pesada Cruz
Ando sem rumo e sozinha
Pois não tenho mais o aprumo
Que um dia me dava arrimo
Não tenho mais alegria
Que tive naqueles dias
Com sua mão entre as minhas.
Nestes meus longos anos de vida, aprendi ver o que o sorriso diz, o que os olhos espelham, tudo o que alma tem para dizer no conjunto de uma face. A beleza é o que se sente, e não o que aparece.
Na hora das lágrimas
Sou seu lenço
Na alegria, seu sorriso
Quando sofre e fica triste
Por causa de alguma dor
Sou seu remédio, e penso
Que então preciso
De algo que ainda existe
Muito forte: o amor.