Marquês de Maricá

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Há empregos em que é mais fácil ser homem de bem, que parecê-lo ou fazê-lo crer.

O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.

O medo e o entusiasmo são contagiosos.

Há muita gente que, assim como o eco, repete as palavras sem lhes compreender o sentido.

Agrada-nos o homem sincero, porque nos poupa o trabalho de o estudarmos para o conhecermos.

O que se qualifica em alguns homens como firmeza de carácter não é ordinariamente senão emperramento de opinião, incapacidade de progresso, ou imutabilidade da ignorância.

Ocupados em descobrir os defeitos alheios, esquecemo-nos de investigar os próprios.

O silêncio é o melhor rebuço para quem não se quer revelar, ou fazer-se conhecer.

Há opiniões que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.

A ingratidão dos povos é mais escandalosa que a das pessoas.

Os homens têm geralmente saúde quando não a sabem apreciar, e riqueza quando a não podem gozar.

A incredulidade que é da moda nas pessoas jovens, torna-se o seu tormento na velhice.

É mais fácil cumprir certos deveres, que buscar razões para justificar-nos de o não ter feito.

Aprovamos algumas vezes em público por medo, interesse ou civilidade, o que internamente reprovamos por dever, consciência ou razão.

A inconstância humana é o produto necessário das variações da natureza, das circunstâncias e dos eventos.

O interesse forma as amizades, o interesse dissolve-as.

Há homens que parecem grandes no horizonte da vida privada e pequenos no meridiano da vida pública.

A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se.

Quem não desconfia de si, não merece a confiança dos outros.

O interesse sempre transparece no desinteresse que afectamos.

A ignorância, exagerando a nossa pouca ciência, promove a nossa grande vaidade.

Ninguém resiste à lisonja sendo administrada, oportunamente, com a perícia e destreza de um hábil adulador.

Os homens de bem perdem e empobrecem nos mesmos empregos em que os velhacos ganham e se enriquecem.

Nenhum homem é tão bom como o seu partido o apregoa, nem tão mau como o contrário o representa.

As virtudes são econômicas, mas os vícios, dispendiosos.