Marquês de Maricá

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A sabedoria é sintética; ela expressa-se por máximas, sentenças e aforismos.

Prezamos e avaliamos a vida muito mais no seu extremo que no seu começo.

A liberdade é a que nos constitui entes morais, bons ou maus; é um grande bem para quem tem juízo; e para quem o não tem, um mal gravíssimo.

É necessário saber muito para poder admirar muito.

Amamo-nos sobre tudo, e aos outros homens por amor de nós.

A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.

As desgraças que vigoram os homens probos e virtuosos, enervam e desalentam os maus e viciosos.

Ambos se enganam, o velho quando louva somente o passado, o moço quando só admira o presente.

Quando o interesse é o avaliador dos homens, das coisas e dos eventos, a avaliação é quase sempre imperfeita e pouco exata.

A fruição desencanta muitos bens e prazeres sensuais, que a imaginação, os desejos e as esperanças figuravam encantadores.

O entusiasmo é um gênero de loucura que conduz algumas vezes ao heroísmo e muitas outras a grandes crimes e malfeitorias.

Unir para desunir, fazer para desfazer, edificar para demolir, viver para morrer, eis aqui a sorte e condição de natureza humana.

Afetamos desprezar as injúrias que não podemos vingar.

A vida reluz nos olhos, a razão nas palavras e ações dos homens.

Os velhos que seguem as modas, presumem rejuvenescer com elas.

Não há inimigo desprezível, nem amigo totalmente inútil.

Há muitas ocasiões em que a mesma prudência recomenda o aventurar-nos.

A força é hostil a si própria, quando a inteligência a não dirige.

Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.

A solidão liberta-nos da sujeição das companhias.

Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?

A opinião que domina é sempre intolerante, ainda quando se recomenda por muito liberal.

Ordem social é limitação de liberdade; desordem, liberdade ilimitada.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.

Há pessoas que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.