A sabedoria é sintética; ela expressa-se por máximas, sentenças e aforismos.
Prezamos e avaliamos a vida muito mais no seu extremo que no seu começo.
A liberdade é a que nos constitui entes morais, bons ou maus; é um grande bem para quem tem juízo; e para quem o não tem, um mal gravíssimo.
É necessário saber muito para poder admirar muito.
Amamo-nos sobre tudo, e aos outros homens por amor de nós.
A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.
As desgraças que vigoram os homens probos e virtuosos, enervam e desalentam os maus e viciosos.
Ambos se enganam, o velho quando louva somente o passado, o moço quando só admira o presente.
Quando o interesse é o avaliador dos homens, das coisas e dos eventos, a avaliação é quase sempre imperfeita e pouco exata.
A fruição desencanta muitos bens e prazeres sensuais, que a imaginação, os desejos e as esperanças figuravam encantadores.
O entusiasmo é um gênero de loucura que conduz algumas vezes ao heroísmo e muitas outras a grandes crimes e malfeitorias.
Unir para desunir, fazer para desfazer, edificar para demolir, viver para morrer, eis aqui a sorte e condição de natureza humana.
Afetamos desprezar as injúrias que não podemos vingar.
A vida reluz nos olhos, a razão nas palavras e ações dos homens.
Os velhos que seguem as modas, presumem rejuvenescer com elas.
Não há inimigo desprezível, nem amigo totalmente inútil.
Há muitas ocasiões em que a mesma prudência recomenda o aventurar-nos.
A força é hostil a si própria, quando a inteligência a não dirige.
Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.
A solidão liberta-nos da sujeição das companhias.
Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?
A opinião que domina é sempre intolerante, ainda quando se recomenda por muito liberal.
Ordem social é limitação de liberdade; desordem, liberdade ilimitada.
O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.
Há pessoas que, assim como as modas, parecem bem por algum tempo.