Marquês de Maricá

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O império mais poderoso e fatal que existe é o das circunstâncias.

Folgamos com os erros alheios como se eles justificassem os nossos.

A imperfeição é a causa necessária da variedade nos indivíduos da mesma espécie. O perfeito é sempre idêntico e não admite diferenças por excesso ou por defeito.

O roubo de milhões enobrece os ladrões.

Os maiores detractores dos governos são aqueles que pretendem governar.

Divertimo-nos com os doidos na hipótese de que o não somos.

Os homens poderiam parecer-nos mais justos ou menos injustos, se não exigíssemos deles mais do que podem ou devem dar-nos.

O amor na mocidade é ocupação; na velhice, distração ou alienação.

A mocidade é temerária; presume muito porque sabe pouco.

Uns homens ocasionam os males e exigem que outros os remedeiem.

Os grandes homens em certas relações são pequenos homens em outras.

Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.

Não desenganemos os tolos se não queremos ter inumeráveis inimigos.

A mocidade viciosa faz provisão de achaques para a velhice.

Em diversas épocas da nossa vida somos tão diversos de nós mesmos como dos outros homens.

O valor mais resoluto é o que procede da desesperação.

Ordinariamente tratamos com indiferença aquelas pessoas de quem não esperamos bens nem receamos males.

A opinião pública é sujeita à moda, e tem ordinariamente a mesma consistência e duração que as modas.

Não há homem que não deseje ser absoluto, aborrecendo cordialmente o absolutismo em todos os outros.

Quando a consciência nos acusa, o interesse ordinariamente nos defende.

É muito difícil, e, em certas circunstâncias, quase impossível, sustentar na vida pública o crédito e conceito que merecemos na vida privada.

A duração de um bem não assegura a sua perpetuidade.

Queixamo-nos da fortuna para desculpar a nossa preguiça.

A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns.

O nosso amor-próprio exalta-se mais na solidão: a sociedade reprime-o pelas contradições que lhe opõe.