Fábio André Malko

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PORQUE BRINDAR AOS CAÍDOS?
(Fábio André Malko)

Ei poeta, porque brindar aos caídos?
Se até a vida deles se esqueceu
Sem valor algum, foram esquecidos
Choras por uma chance que perdeu?

Ora, amigo, não sejas inocente
Pois a vida parece uma roda
Quem hoje chora amargamente
Amanhã vê a taça que transborda

Jamais esqueça que os caídos
De hoje podem se levantar
Pois vitória sem sonhos perdidos
Não dá gosto de saborear

Portanto jamais zombe um perdido
Pois a vida malvada dá e tira
Hoje aquele que é preterido
Amanhã estará na frente da fila

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FUTURO
(Fábio André Malko)

Que a eterna mansidão
Do amanhã não vivido
Repouse em nosso coração
A certeza de não ser esquecido

Que as flores que desabrocham na alma
Tragam paz e serenidade pro espírito
Nossas lutas tornem-se mais calmas
E essas flores nos tragam alívio

E se não der certo todos os planos
Que pelo menos possamos dizer
Olhando pra trás, confiantes e sem engano:

“Fiz meu melhor, sem me envolver
Com as traições desse mundo tirano
Foi o melhor que consegui fazer”

UM ANJO TORTO
(Fábio André Malko)

Um anjo torto e safado um dia me falou
Que se aceitasse nascer, sairia vencedor
Uma vida só de alegrias pra mim reservou
E que em momento algum enfrentaria dor

Ah! Anjo maldito, me enganou direitinho.
Onde estão as alegrias que me prometeu?
Não as encontrei trilhando esse caminho
E o matuto atrapalhado agora se perdeu

Esse anjo torto, só podia estar bêbado
E com certeza agora da desgraça sorri
Pois raros são os momentos de aconchego
E muito dura tem sido a lida por aqui

E agora, o que faço se de lá já parti?
Esse anjo safado me enganou e eu deixei
Mas o livro da vida, pelo pouco que li
Já me encantou, por ele me apaixonei

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COMO SOMOS IMPORTANTES
(Fábio André Malko)

Há na vida quem viva sempre
buscando prazer nos momentos mais difíceis.
E vivem assim, entre a lágrima e o lamento
tentando dar sentido a sua farsa pessoal.

Todos vivemos na falsidade.
Escravos da vontade e cativos das paixões
mostrando ao mundo inerte e cruel
o quão importante são nossos sonhos
e nossos projetos.

E uma parcela de culpa sempre a cutucar
a mente rebelde que tudo quer.
É a sensação de estar desperdiçando os dias
pensando sempre no amanhã ou no ontem
e esquecendo-se de viver o presente.

O que somos, afinal? Nada que valha a pena
escrever. Somos poeira de estrelas, átomos agrupados
que pensam ter consciência, mas não vêem nada
além de suas próprias vontades. Esse escravo da crueldade
que perde toda a sanidade quando pronuncia uma simples
palavra: Eu.

E assim vamos vivendo a vida. Até ser novamente dispersos
e jogados ao vento, sendo lembrado apenas por
alguns pares de anos até que o esquecimento
tome seu rumo.

Novos atores e novas dores se projetam na peça
da vida e os antigos não mais importam.

Será mesmo que existimos?

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BATALHA ÉPICA
(Fábio André Malko)

Eros, louco e obsceno,
mais uma vez levanta suas tropas para a
batalha. Avalia seus soldados dementes
e sedentos pela falta. Cerca, assedia
e tenta dominar a todo custo
o terreno tantas vezes cobiçado e
ainda mais perdido.

Mas lá vem, despontando
no horizonte, a Vontade soberana,
soberba e garbosa, avaliando o terreno e
dispondo suas tropas. Avalia as
forças inimigas. Avalia também sua tropa e,
num sorriso contido, decide concentrar sua força
nos flancos mais frágeis do adversário.

A batalha já está ganha. Porém, como de outras vezes,
com tristeza percebe que o adversário está mais forte.
Em cada batalha, em cada levante dos loucos,
eles vêm mais forte, mais sedentos
e mais dispostos. Parece que a falta os
alimenta.

Mais uma vez emissários são enviados. A conversa,
como em tantas vezes, rejeitada. Não pode haver diálogo
entre esses dois inimigos imortais.

O resultado, previsto. Eros enjaulado, babando de
vontade, começa a traçar novos planos.

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QUEM SABE UM DIA
(Fábio André Malko)

Quem sabe um dia
Depois de tantas estradas e laboriosas batalhas
Consigamos por um fim nas lutas vãs
E descansar nossas surradas sandalhas

Quem sabe um dia
Através dos ensinamentos da Arte Real
Possamos enfim entender, pelo menos um pouco
As figuras controversas que somos, afinal

Quem sabe um dia
Depois de dominar a arrogância e as paixões
Entendamos que nada adianta viver
Envoltos nessa nuvem de vãs emoções

Quem sabe um dia
Possamos olhar o GADU de frente
Pedir perdão como um velho penitente
E, enfim, descansar eternamente

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O Vazio
(Fábio André Malko)

Uma vida vivida no vazio
De pensamentos recorrentes
Traz os sentidos para o limiar
Do agora, presente, consciente

Sabores não experimentados
As novas bruxas da atualidade
Que, sussurrando, sugam vitalidade
Embaralhando a mente ausente,
Doente

O vazio de paz apavorante
Não descrito nem sussurrado,
Nem mesmo pensado,
traz calma e agrado à mente
delirante.

Vazio uivante, afiado e cortante
Fere a bruxa que insiste em
Trazer à vida os pensamentos
De toda existência em segundos
De liberdade.

Será liberdade?
O vazio é o oposto da prisão

O Caminho é o vazio, sem traçado,
Sem explicação,
Que liberta a mente vagueante
Liberta a alma que clama
Insana, delirante e impotente.

O Caminho é o vazio...

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O Vazio
(Fábio André Malko - 29/06/2014)

Uma vida vivida no vazio
De pensamentos recorrentes
Traz os sentidos para o limiar
Do agora, presente, consciente

Sabores não experimentados
As novas bruxas da atualidade
Que, sussurrando, sugam vitalidade
Embaralhando a mente ausente,
Doente

O vazio de paz apavorante
Não descrito nem sussurrado,
Nem mesmo pensado,
traz calma e agrado à mente
delirante.

Vazio uivante, afiado e cortante
Fere a bruxa que insiste em
Trazer à vida os pensamentos
De toda existência em segundos
De liberdade.

Será liberdade?
O vazio é o oposto da prisão

O Caminho é o vazio, sem traçado,
Sem explicação,
Que liberta a mente vagueante
Liberta a alma que clama
Insana, delirante e impotente.

O Caminho é o vazio...

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EU FIZ DO MEU JEITO - 01/03/2015
(Fábio André Malko)

Que no fechar das cortinas,
olhando fundo nos olhos
de todos que amamos e
dos poucos que desprezamos.

Que nesse momento finito
de confronto, carregando toda
a arrogância do final do
espetáculo.

Que nesse ínterim final,
num último suspiro de
rebeldia e lucidez.

Possa, pelo menos,
satisfeito e saciado dizer:
"eu fiz do meu jeito".

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