Andreza Filizzola

A noite, realmente, nos ensina. Mostra-nos belezas escondidas e sujeiras disfarçadas. Denota prazer. Atenua preocupações. Decota a capacidade de raciocínio. Embriaga. Anestesia. É realidade e, às vezes, tão somente, fantasia.

Talvez o mundo seja muito real. Talvez os meus sonhos não caibam neste mundo real.

Como dói a saudade que há de vir.

Felicidade é ímpar, vem, brota, sem precisar depender.

O bom de respeitar o sentimento alheio, mesmo à distância, é poder chegar em casa leve, dormir sem culpa, e ter a certeza que o amanhã me reserva o que há de melhor.

Se os nomes sujos soubessem que a mancha que lhes é imputada vem de quem os cerca, jamais desfilariam soberba diante das mãos dos que os ajudam em silêncio.

Ignorei antes, para hoje aprender que poderia ter sido diferente.

Eu tento voltar no tempo, para poder inclinar meu queixo ao desconhecido, e me permitir receber um presente que, tardiamente, reconheci. Tarde talvez não seja a palavra exata, mas é a que, no momento, encaixa-se a sensação de perda do que não tive.

Falta maturidade na idade de muitos.
Sobre maturidade na pouca idade de alguns.

Depois de anos reclamando de ausência, hoje vejo que a ausência pode ser um meio de descobrir quem, realmente, merece minha atenção.

Hoje os meus traços são tortos. Quando eles estão caminhando em linha reta eu os quebro, por receio do correto doer.

Eu ainda espero uma surpresa que se liberte de palavras e seja presença. Eu ainda espero.

Eu queria que tuas palavras de amor me tivessem como destinatária.

Sinto saudade de quanto sentia vontade de ficar aqui.

Difícil não é se livrar de mágoa. Difícil é guardá-la para se livrar dela na hora certa.

Quando irei aprender que planos, mesmo que diários, não devem ser condicionados a atos alheios?

Sentindo teu abraço, como se pudesse precisar o calor do teu corpo sem te tocar.

Não se comprometa com o que, por irresponsabilidade, você não é capaz de cumprir.

Eu falo que quero dominar o mundo, quando quero, tão somente, conquistar teu coração.

Feito brisa, chegarei. Quero sentir tua pele devagar. Quero te olhar sem pressa, te ler, te ter. Quero que este dia chegue logo, mas, enquanto não chega, quero que me ajudes a ter certeza de que não quero isto sozinha.

Cuide de nossos sonhos como se reais fossem, até que reais sejam. Depois, cuidaremos nós.

A GENTE FANTASIA DEMAIS!
Às vezes, eles não têm tanta culpa assim.
Porque, com as decepções, eles também aprenderam a ser frios.
E eles já agem como se natural fosse agradar alguém e, "do nada", sumir.
Se não nos acostumássemos tão depressa com estes mimos, esta atenção, não sofreríamos tanto com a ausência.
Mas não...
A gente precisa acreditar.
Faz bem.
Faz a gente "sorrir um sorriso" bobo.
Suspirar.
A gente gosta disso.
E, depois, nem sabe quanto acabou a realidade e começou a ilusão.
Enfim...

O que é a paixão senão um sentimento que te leva de um extremo a outro, em um espaço de tempo curto aos olhos, em um espaço físico intangível, sem, ao menos, perguntar a tua opinião?

O que é a paixão senão um impulso que te faz acreditar estar pensando, quando, na verdade, estás apenas agindo ou reagindo?

O que é a paixão senão uma explosão de sensações que provocam calor que incendeia, ou frio que congela tudo, congela o mundo?

O sempre foi feito para nós.

Talvez nenhuma palavra realize, em sentido literal ou não, a expectativa deste reencontro. Tantos dias de espera, tantos planos, sonhos e uma saudade de algo construído somente no coração. Talvez um sonho se encerre na realização. Talvez seja melhor pensar assim. Talvez amanhã eu não lembre do que agora escrevo. Mas, talvez, eu nunca esqueça do que senti.