Amanda Bonatti - Livro Nas colinas de Dorsethire

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Que saudades sinto daquelas tardes deliciosas, quando sem pressa e sem preocupações eu sentia o deleite do calor do sol aquecendo meu rosto enquanto escrevia versos para o mar, recostada em algumas pedras da costa de Dorsetshire1, sentindo meus pés tocarem a areia branca e macia da praia de Weymouth2, desviando meu olhar do papel apenas para admirar a desconcertante vista marítima na tentativa de encontrar a linha onde o verde finalmente se perdia no azul.

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Não pense que será mais feliz por ter coisas belas, se o restante de sua vida for cinza.

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Eu quis dizer a ele que sempre há opções, pois somos livres para realizar as escolhas, porém os caminhos errados, sim, podem limitar nossa liberdade.

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"Por sorte, aprendi com a benção da observação e não com a experiência amarga e cruel. Minha mente sempre viva e atenta já teve provas suficientes para saber que devo escolher o marido, e não suas posses. O contrário já causou grandes estragos em corações mais sonhadores..."

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É totalmente inadmissível que um homem possa beber tanto que não saiba mais caminhar com as próprias pernas, pior ainda que depois culpe os obstáculos à sua frente por sua queda garantida

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Querida Lolla,
“Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado”.
Recorda-se, Lolla, daquela noite quando eu, você, Audrey, Richard e Ben estávamos reunidos na pequena sala de minha casa — oh, saudosa casinha — e líamos “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare? Eu e você teimávamos sobre quem interpretaria Hérmia, a moça teimosa que fugia de casa para ficar com seu amado Lisandro e não se casar contra sua vontade com Demétrio, um homem que ela não amava. Oh, lembra-se? Eu e você queríamos ser a mesma personagem, e então acabei perdendo o papel, pois você foi muito mais obstinada e tão teimosa que acabou convencendo a todos… Realmente, eu nunca poderia ser Hérmia…
Pobre de mim, que nem de meu próprio destino soube me defender. A infelicidade se abateu sobre mim desde que meu casamento com Elmer Thompson foi acertado. Mamãe dizia que era para o meu bem e que essa seria a vontade de papai, se ele ainda estivesse entre nós. Sofri tanto, você sabe, pois mal o conhecia, mas imaginei que, depois de casada, quem sabe eu pudesse amá-lo. Elmer é jovem e belo, não seria impossível me afeiçoar a ele. Imaginei que com o tempo qualquer coisa parecida com uma aceitação acalentaria meu coração ao menos um pouco e, se ele fosse bom para mim, quem sabe meu amor fosse dele para sempre. Como me enganei… Quando pensei que não havia como sofrer mais, logo a vida me mostrou que sempre é possível cair mais fundo na dor.
Por que digo tudo isso, escrevendo estas linhas para você, quando sei que este ato, além de não me ajudar com o meu pesar, ainda pode promover seu desespero e preocupação por mim, sem também poder fazer nada? Não tenho essa resposta, então peço que me perdoe pela angústia que por ventura eu venha lhe causar, mas escrever esta carta parece ser uma forma de gritar.
Se os primeiros meses do meu casamento foram de tristeza e solidão, hoje posso dizer que são de medo e dor. Não vou narrar cada cena de humilhação a qual fui submetida, nem as inúmeras vezes que pensei em fugir, mas apenas pedir que voltemos em pensamento para aquela noite feliz… Fecho meus olhos e nos vejo sorrindo, sentados no tapete fofinho de pele branca de ovelha. Vejo sobre a mesinha as xícaras de chá fumegantes que Audrey nos serviu e, ao meu lado, Richard nos fazendo dar gargalhadas ao imitar a voz de Lisandro quando propõe à Hérmia uma fuga para a floresta. Hérmia foi mais feliz, ao menos lhe foi dada a permissão de decidir entre casar-se com Demétrio, morrer e converter-se à adoração da deusa Diana e se afastar do convívio com os demais. Eu, Lolla, teria preferido a morte ou o convento. Ah, teria, sim!
Não me culpe por desejar isso, pois já não tenho mais esperanças de voltar a sentir meu coração bater feliz como antes. Então, já cheguei a desejar que os braços da morte viessem como um beijo suave, que enfim meus olhos descansassem e minha mente pudesse ter sua libertação, já que meu próprio corpo tornou-se cativo. Talvez meu desejo não demore a ser atendido, pois ouvi dizer que a tristeza definha e mata como se também fosse uma praga.
Amanhã, Elmer viajará para Londres… Na verdade, está apenas esperando que minha mãe e Richard voltem para Bincombe para partir. Ficarei meses sem sua presença opressora, então estarei bem. Os dias em que ele não está aqui são os mais felizes do meu ano…
Lolla, quando puder, me escreva. Faça isso logo, entre os meses de junho e setembro ainda estarei sozinha.
Com carinho, Helen Thompson.

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Não será de coisas materiais que virá minha felicidade. As verdadeiras riquezas não são muito dinheiro ou muitos bens. A verdadeira riqueza é uma vida cheia de amor e do conhecimento de Deus.

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Preciso ser mais forte do que nunca para fazê-los enxergar que estão brincando com minha vida e desejando me jogar em um precipício de infelicidade. Sempre achei que pudesse evitar que isso acontecesse comigo, mas nunca imaginei ter de lutar contra aqueles que mais amo, que seriam eles a me causar tanta dor.

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O que será da minha vida? Para mim, antes, ela era toda doce, mas hoje contém um amargor que não consigo esconder de mais ninguém. Todos notam como mudei e já não procuro mais disfarçar, pois é em vão.

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Fiquei alguns dias sem escrever no meu diário, pois nunca achava as palavras que fossem boas o suficiente para descrever como estou triste e decepcionada com meus pais, desesperada com o que há de vir e com saudades de tudo que nunca viverei. Será possível sentir saudades do que nunca se teve? Penso que sim, pois meu peito se comprime com a dor de saber que nunca amará, que jamais deitará nos braços da felicidade conjugal, que jamais terá um lampejo de bater pela alegria de conseguir ver nos olhos de alguém o quanto se é amada.

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Então me pergunto: para onde vai tanto amor desperdiçado? Que triste. Mas pensando bem… o que pode ser pior? Um amor impossível, ou viver sem nunca ter amado?

O amor não é bobo, senhorita Gibbons, ele é a coisa mais importante pela qual lutar na vida.

Ouça, senhorita Gibbons, não há motivo para qualquer aflição se não condenar sua liberdade por aquilo que não acredita. Não há nada mais importante que saber guiar suas escolhas. Só a senhorita pode saber o que lhe dará a felicidade, mas deve perseguir isso, não desistir por nada. Isso é mais importante que tudo.

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Chorei porque estava sozinha e com uma grande inquietude quanto ao futuro. Sempre pensei que a vida fosse a mais bela caixa de oportunidades e belas perspectivas, mas descobri que ela também pode ser uma armadilha ardilosa, rija e cruel. E chorei porque, ainda assim, só me restava ser forte.

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Será que sou capaz de dominar essa dor? Será que posso suportar a tristeza de saber que tudo acabou? Para onde foi tanto amor? Será que ele um dia foi real? Só fui eu a sentir toda aquela magia? Como pude estar tão cega, tão iludida? Sim, pois amores não são feitos para acabar… Não, eles deveriam ser eternos!

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Como posso levantar esta manhã, sentir o cheiro das rosas, apreciar o orvalho sobre as plantas, tocar piano? Onde depositar pequenos lampejos de alegria, se me esvaiu todo o desejo? Fingir… fingir é ainda mais difícil e doloroso. Chorar ainda é um consolo, ajuda a colocar para fora um pouquinho da dor… alivia… Mas e a cura, há cura para o que sinto? Onde poderei encontrar um pouco da ausência de dor? Encontrar um pouco de paz e acalento?

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Ela ainda esperava por alguma magia, alguma ocasião em que tudo mudaria e então veria que seus dias eram tão lindos quanto sonhou. Ela continuava a ofertar ternura, alimentando sua alma com bondade, sem sucumbir ao veneno do medo. Ela continuava a voar nas asas da esperança, otimista, apesar do desespero que por vezes a assolava.

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A felicidade é algo do qual devemos ir atrás, a senhorita não acha? Sem isso, para onde está levando sua vida?

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Todos diferentes de você, mas tão iguais entre si. E a senhorita, que se destaca entre todos, está pensando em ser igual a eles?

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— Eu não conseguirei atendê-la quanto a deixá-la fazer isso com sua vida. Nada que diga vai adiantar. Tenho razões para isso, senhorita Gibbons, e chame-as de egoístas se quiser, mas estou desesperadamente apaixonado pela senhorita — confessou com urgência, os olhos ansiosos voltados em minha direção, as mãos segurando novamente as minhas. — Outro dia me perguntou por que eu faria algo pela senhorita… Calei-me, não consegui confessar, mas hoje eu digo: não é para contrariar meu pai ou apenas porque qualquer pessoa pode contar com meu amparo… A senhorita não é qualquer pessoa, não é todo mundo.

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A senhorita é única, linda, forte, inteligente e doce. Não pude evitar me apaixonar. Aliás, como se evita que algo assim aconteça?

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Nada pode doer mais do que um arrependimento irreversível. No entanto, agora ainda pode fazer algo e assim não sofrerá tal desventura.

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"...não se esqueça de que o amor é uma virtude, uma benção, então não tenha medo de sentir e de viver um amor que é de verdade"

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Ah, a alegria! Shakespeare disse que ela prolonga a vida e que evita mil males. Eu concordo, mas o contrário, a tristeza, parece que nos puxa para o fim de tudo… Sinto que eu poderia sobreviver às mais profundas dores, mas não conseguiria suportar ao desalento de me casar sem amor. Além de tudo, hoje sei o que é ser amada e isso não é algo que se possa esquecer. Meu coração agora conhece o pulsar prazeroso de estar apaixonada…

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— Eu nunca conseguiria pintar o tom de azul dos seus olhos, mais belos que o oceano, ou seus lindos lábios, mais rosados e saborosos que uma fruta, o contorno das suas sobrancelhas e os seus cílios, ou a maciez da sua face — falou, acariciando meu rosto. — Há algo que preciso confessar… Meus sentimentos vão muito além de estar apaixonado. Eu a amo! Sim, eu a amo com ardor e êxtase, Lolla! — E, assim que James terminou sua confissão, puxou-me para um beijo intenso e deleitável que deixou minhas pernas instáveis e minha respiração ofegante.

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