Astúcia
"Entre a sagacidade e a astúcia existe diferença de espécie, e esta se dá de acordo com a proveniência: o sagaz é prudente; o astuto, imprudente. Dolo e fraude são frutos da astúcia nascida da imprudência; discernimento e ponderação, da sagacidade oriunda da prudência.
O sagaz conjectura rápida e acertadamente sobre os meios para alcançar um fim bom, ao passo que o astuto conjectura retamente sobre os meios para atingir um fim mau, além de muitas vezes raciocinar tomando como base premissas totalmente equivocadas, quando não estúpidas.
A imprudência não gera apenas a astúcia. Ela induz três hábitos muito feios, que lhe estão indissociavelmente ligados como por um cordão umbilical satânico: a inconsideração, a inconstância e a precipitação. Em verdade, estes são três sintomas da imprudência, assim como a febre é sintoma de alguma inflamação".
Não pretendemos o poder-força, poder passageiro, transitório, ganho pela astúcia, pela intriga, pela aventura e mantido pelo terror, pela violência ou pela manha
A astúcia não é tão
eficaz e eficiente quanto a sabedoria, a astúcia se baseia no engano, e a sabedoria no entendimento.
A poesia, como todo verdadeiro jogo, é uma luta da astúcia contra o acaso.
A política, em sua essência, revela a complexidade da natureza humana, onde a astúcia se torna uma ferramenta necessária para compreendê-la e moldá-la.
A astúcia da serpente nos dá uma lição simples, ser prudente a todo momento, neste mundo tenebroso de falsas aparências.
Pessoas simples não são campo para a nossa astúcia, mas solo sagrado para a nossa proteção, onde o conhecimento e a maturidade devem servir, nunca explorar.
O silêncio mostra sabedoria segundo a Bíblia, mas o bajulador usa por astúcia para não ser descoberto.
No seu íntimo, as mulheres entendem que os homens são feitos para ganhar dinheiro e elas para o gastar; se o não podem fazer durante a vida do marido, desforram-se depois da morte dele. E o que contribui para lhes confirmar esta convicção, é o marido dar-lhes dinheiro e encarregá-las de governar a casa.
Os Egípcios representavam a prudência através de uma serpente com três cabeças (de leão, de lobo e de cão). No entendimento deles, a pessoa prudente deve ter a astúcia da serpente, a força do leão, a agilidade do lobo e a paciência do cão.
(Observações)
Primeiro Coro de Antígona
Muitas são as coisas estranhas, nada, porém, há de mais estranho do que o homem.
Parte sobre as espumas da préia-mar no meio da tempestade do inverno sulino
e cruza as montanhas de vagas, que abrem abismos de raiva.
Extenua a infatigabilidade indestrutível da mais sublime das deusas, a Terra,
revolvendo-a ano após ano, arrastando com cavalos para lá e para cá os arados.
Sempre astuto, o homem enreda o bando dos pássaros em revoada
e caça os animais da selva e os agitados moradores do mar.
Com astúcia domina o animal, que pernoita e anda pelos montes,
subjuga o dorso de ásperas crinas do corsel
e põe o jugo das cangas de madeiras ao touro não domesticado.
A si mesmo encontrou tanto no soar da palavra e na compreensão,
que, com a rapidez do vento, tudo abarca, como no denodo, com que domina as cidades.
Igualmente pensou, como escapar aos dardos do clima bem como às inclemências do frio.
Pondo-se a caminho em toda parte, desprovido de experiência e em aporia, chega ele ao Nada.
A morte é a única agressão, de que não se pode defender por nenhuma fuga,
embora consiga esquivar-se habilmente às penas da enfermidade.
Garboso muito embora, porque domina, mais do que o esperado, a habilidade inventiva,
cai muitas vezes até na perversidade, outras saem-lhe bem nobres empresas.
Por entre as leis da terra e con-juntura ex-conjurada pelos deuses anda ele. Ao sobrepujar o lugar, o perde, a audácia o faz favorecer o não-ser contra o ser.
Aquele, que põe isso em obras, não se torne familiar de min há lareira
Nem tão pouco o meu saber compartilhe comigo o seu desvairar-se.
(Primeiro Coro de Antígona, peça teatral de autoria de Sófocles (v.332-275) IN: HEIDEGGER, Martin. Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p.170-171)
Se você tem medo de descobrir coisas novas sobre um assunto, é por que o que você acredita sobre o assunto está errado. Se os outros tem medo que você saiba mais sobre um determinado assunto, é por que o que os outros acreditam está errado.
Em vez de ter medo de a realidade não coincidir com o que acreditamos, deveríamos ter medo de o que acreditamos não coincidir com a realidade.
Em homenagem à Sócrates, esperar a aprovação ou apoio de quem tem pouco ou nenhum conhecimento sobre um determinado assunto o qual dominamos, é tão ridículo quanto um pai perguntar para uma criança como que faz filhos.
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