Asas
Que Deus nos dê asas! Para voar bem alto, vencer as forças de atração da terra e enxergar o mundo sem divisões e fronteiras.(Walter Sasso)
Teu beijo
Sinto- me leve,
vagarosamente em movimento,
tudo muito de repente,
partindo nas asas do vento
Acho que vou longe,
não sei porquê, não sei pra onde,
mas de uma coisa eu sei,
num relance, num instante
Percebo-me no universo,
na carona de um cometa,
entre correntes de estrelas,
dando voltas em silhuetas
Viagem de uma vida,
na fantasia de um desejo,
quando despego de tua boca,
quando deixo o teu beijo
As pernas da floresta são tantas...
são tantas suas penas, suas plumas
suas asas, bicos, e mandíbulas
as serras guardam seus anjos da guarda
os rios alimentam o mundo
e a essência de sentimentos profundos
movem e comovem seus espíritos
as serras elétricas são seres tão ridículos
anjos da morte e da devastação operam
seus instintos de destruição
os braços da floresta são tantos
cipós e galhos que abraçam seus pássaros e seus insetos
seres microscópicos que são outros universos
e realizam o milagre da vida
AS MINHAS ASAS
Antes de olhares minhas cãs
Veja meu olhar de esmeraldas
Que rolavam nas correntezas de rios profundos
Com águas cristalinas onde garimpavam
O tesouro de uma vida
Ou a ilusão pelo prazer de uma paixão
Onde muitos se jogaram por pura desilusão
Ou se amaram clandestinamente em suas margens
Dando margem as mais belas
Histórias de paixões proibidas...
Os meus cabelos clarearam pelo êxtase
De nossos corpos que se fundiam
Com o pacto de uma única alma...
Olhes meus membros que vasculharão
Teu corpo como um mineiro
Em busca de diamantes...
A minha boca declamar-te-á
Os mais belos sonetos eróticos...
A minha língua sorverá a tua alma
Que correrá feito uma corsa
enlouquecida no cio pelas savanas
E voará sob minhas asas
Do céu ao inferno
E falas de algo eterno
Só pelo prazer que se esvai em alguns instantes
Então olhas com desdém as minhas cãs
E nem percebes as minhas asas...
PAR DE ASAS
Tem uma assembléia de ratos no porão,
Uma congregação de fantasmas no corredor
Tem uma lembrança se desfazendo,
O tempo fenecendo,
Um femeeiro fornicando;
Eu tenho o medo
Como escudo para todos os males,
Tem zumbis nas esquinas,
Tem uma criança galopando num hipopótamo,
Porcos dormindo sobre pétalas de rosas
E um elefante se equilibrando
Sobre as hastes de uma videira ,
Tem a erupção de um vulcão na sala de estar,
Uma lagoa na cozinha,
Meteoros caindo no quintal, fogo no canavial...
Mas a minha caneta mágica
Cria um par de asas,
Um tapete voador e um horizonte,
Me faz flutuar e exorcizar todos os demônios...
Teu amor foi como uma borboleta
Bateu asas e voou
Já meu amor permaneceu
Junto de minha dor.
Dói não te ter, não te pertencer
Dói pensar que pude te perder.
Sinto sua falta
Saber que não sentes a minha
Fez-me uma infeliz, sozinha.
Meus sentimentos sempre demonstrava
Eu, boba, jurava que você ligava
Mas me enganei
E ainda assim, te amei
O medo impede-vos de abrir as asas e voar; limita-vos a observar a vida de um plano inferior. Abrirdes vossas asas sem medo, voar ultrapassa todos os limites.
Nascemos para voar e vencer. Que nossas asas nos levem ao infinito mundo dos sonhos e que a nossa vitória seja próspera.
Esqueço que tenho asas para voar e por isso vivo presa as minhas transloucadas idas. Se um dia fui terra não lembro. Minha alma arde em chamas pelas verdades em busca do Eu esquecido em algum lugar.
