Arte Contemporânea
A poética da arte contemporânea desafia a tradição superior de valor atribuída à arte.
Lilian Morais
Perguntaram: o que é arte contemporânea? Responderam: É um corvo acreditando que quando grasna tem o mesmo efeito de um canário quando chilreia
“Arte contemporânea serve para os cérebros subdesenvolvidos que querem inserir-se em uma classe rara, mas que na realidade, não têm o gênio oferecido da natureza àqueles que trazem a arte na sua própria espécie”.
Lógica da Arte Contemporânea: O governo escolhe o ministro, o ministro escolhe o secretário, o secretário escolhe o curador, o curador escolhe os artistas, os artistas escolhem as galerias, as galerias escolhem os clientes, os clientes lavam o dinheiro, o dinheiro vira imposto, o imposto volta para o governo.
A arte contemporânea, principalmente nos países emergentes do grupo dos BRICS, que o Brasil faz parte, deve e tem que sair das esferas tradicionais dos museus, das coleções privadas, do mercado e das galerias. A arte deve vir pra rua não só como o grafite e a Street Arte mas bem mais amplo que este sentido. A arte tem hoje um importante papel e uma função ativa publica sócio-cultural politico-educativa. O artista só é pleno se assume o seu papel de ativista cidadão cultural de seu tempo e lugar. Já alguns anos como presidente da AFBA, Associação e Escola Fluminense de Belas Artes, antiga e tradicional entidade, hoje bem abandonada e esquecida, venho tentando semear, frutificar e expandir está visão e fomentar o pensamento e a indagação da arte nos grupos de artistas nas esferas das politicas publicas e privadas de arte, cidadania e cultura que ainda muito acimentadas encontram se disonantes da verdadeira possível resposta para a realidade. Acredito na arte e na cultura como metalinguagem atualíssima e forte dentro de um quadro educacional nacional caótico, sucateado e quase inoperante. Creio em projetos vitoriosos como o da Escola da Ponte de Jose Pacheco em Portugal, creio na educação artístico-cultural que promove a individualidade no exercício da autonomia e da liberdade. Creio em Paulo Freire, tão bom para outros países e tão pouco bom para os brasileiros. O Brasil deve extinguir de vez está errônea ideia que o que é oferecido e disponibilizado pelos sem fins lucrativos, o que é publico e governamental oferecido por cidadania e politicas publicas não partidárias seja fraco, obsoleto, ineficaz, ruim ou tenha menor valor. Ao contrario mas também o estado sócio-cultural brasileiro deve se libertar e se afastar dos bipolares projetos bissextos partidários e mergulhar de maneira séria e profunda nos programas de governo e de estado mais efetivos e duradouros. A frequente critica quanto aos altos valores abusivos da arte contemporânea existe sim por que a grande parte da arte produzida pelos artistas desta corrente,não participam de forma cidadã-sócio cultural educativa locais e nem nacionais das correntes produtivas das cadeias criativas.Em suma a arte de hoje não pode estar longe das perguntas e das respostas livres do pensamento moderno.
Na verdadeira arte contemporânea dos séculos XX e XXI a função da arte não é só estética, é sim um canal livre de linguagem contra toda arbitrariedade, um instrumento propagador de novas ideias e um contra fluxo trans da mesmice pasteurizada imposta ao mundo dito civilizado pela nociva globalização.
A arte contemporânea é como um rio poluído, que há algum tempo foi cristalino. O próprio homem o poluiu com lixos. E hoje ninguém mais pode nadar em suas águas nem contemplar a sua beleza.
A verdadeira arte contemporânea no mundo inteiro nas diversas plataformas não dão mais velhas respostas mas sugerem novas perguntas, convidam ao pensamento livre e propiciam as revolucionarias reflexões, é a arte fora dos clássicos museus, nas ruas em dialogo permanente com toda a sociedade.
A arte contemporânea brasileira tem que sair das famosas galerias brasileiras e ir de forma cultural, social, cidadã e educacional para as obras publicas nas periferias e nos bolsões de miséria espalhados nas principais capitais brasileiras. O artista plastico e visual que esteja distante disto, não percebe nossa realidade também não exerce sua justa ativa cidadania cultural e deve ser visto pelo mercado como um mero personagem equivocado de espetáculo, onde ele é a unica atracão "mamulenga" do picadeiro e a própria triste e indiferente plateia, desqualificada de um só espectador.
Não gosto da arte contemporânea escancaradamente politica acredito na sutil criatividade e na inteligente inventividade de todo verdadeiro artista.
A arte e a anti-arte em confronto nos caminhos oblíquos da chamada arte contemporânea. A matéria criativa e a anti-matéria destrutiva, evolução e involução perante as novas técnicas, plataformas, olhares e modalidades digitais tecnológicas. O artista como modus operandi propulsor da inquietação e o espectador como um isolado condutor do que quer ver e foi por ele intimamente criado. Artista e espectador em dialogo constante sobre a insólita realidade e a arte como instrumento de comunicação sensorial inventiva geradora de múltiplas perguntas e respostas, por infinitas possibilidades.
Não consigo ver a arte contemporânea fora de seu papel institucional construtor na linguagem prospera de ponte, atmosfera, instrução e interlocução da cultura, o tempo e a educação.
A arte contemporânea do século XXI cada vez mais se afasta das possibilidades de ser uma plataforma artística madura expressada por uma técnica ao rigor da técnica, primorosa de execução aliada ao equilíbrio de bom gosto e passa a ser uma instalação mecânica quase pré-fabricada por sucatas como uma brincadeira de mau gosto, dentro do conceito ideia de humor negro, uma piada sem graça quando não avança no desrespeito da cultura, da fé e da filosofia dos outros.Espelho próprio de um período crítico de nossa atual sociedade, doente, individualista, egoísta, perversa, compulsiva, competitiva, fundamentalista, exclusivista, enlouquecida e selvagem.
A arte contemporânea brasileira enfim inicia seu caminho mais identitário em seus valores, temáticas, mitologia, conceitos, geometrias e brevemente bio suportes e plataformas dentro do "modus operandi " da herança original e nativa indígena brasileira.Teremos sempre uma herança africana mais que nas artes plásticas e visuais desdobraram se em correntes mas mossa herança indígena esteve durante muito tempo obscurecida. No ano de 2016, o prestigiado prêmio PIPA do RJ, contemplou como ganhadores dois artistas indígenas.Isto é só o começo, as artes plásticas e visuais, as artes gráficas e o design, as belas artes inteiras vão recuperar suas origens nativas tribais formadoras genuínas de nossa personalidade educacional, artística e cultural 100% brasileira.