Amor Textos de Luis Fernando Verissimo
“” Abrem-se as cortinas do futuro
Num jogo duro, de cartas marcadas.
Mas sempre com densa harmonia
Segue a trama, dia a dia
.
Mergulham rosas em eternos espinhos
Aromas e cores desfilam nesses caminhos
São apenas sóis a nos alentar
Entre tantas noites, queremos sonhar.
.
Roucos privilégios, de âmbar levado
Acima do poço, há um pouco cerrado.
Lamentações. veneram a alma
Acalma, emudece, palidez fria.
.
Sinceramente penso em nós
Noutroras que temos ainda
E finda a mágica do tempo
Quando de repente já é amanhã..””
"" A ginga estapafúrdia confundia até a si mesma
Quando moldava sua eira silenciosa
Malandragem simbólica
Ou astúcia descomunal
Controvérsias destilam a poesia
Do esmo a se revelar
Seria um caso de autofagia
Ou mágica a moldar
Não sei o quanto te resta
Mas é óbvio que não se tratam de sombras
Ainda mais nessa fresta
De onde ouço o insano falar.
Por ruelas estreitas e pagãs
Anjos circulam livremente
Seus sinais vindos do espaço
Marcam o compasso da música a tocar...""
O bêbado
"" Chegou assim do nada e mandou
Mais uma. Mais outra e nunca a saideira.
Já foi acusado de tudo, até passar a bebedeira.
Nem presta, nem morre.
Só fala besteira
Cambaleando nas rimas da boêmia
Como reza, religião
Isso faz , todo santo dia
Sua eterna trama, sua paixão
E trabalhar nunca foi principio de maneira
Nem caminha por onde pudesse se ajudar
Mas sobe lado a lado a ladeira
Nas mãos a garrafa, afasta
O que por amor
Perdeu a vida inteira
Mas ainda há tempo de sair
Dessa banheira
E lavar na alma
O mérito da zombeteira
Traduzindo o gosto amargo
Num final de sexta feira...""
Estréia.
Ele estava lá me esperando
Como um encontro marcado
Cheguei de nada e aos seus pés tremi
O palco agora opaco e frio me convidava a subir
Um pensamento, dois. E os pés, degrau por degrau subiam
Uma angustia de estréia tomou conta e subitamente pensei em desistir
Mas estava só... Quem seria testemunha de meu fracasso ou sucesso?
E continuei firme como quem quisesse conquistar algo mais.
No meio do palco o microfone desligado e a platéia de bancos vazios e silenciosos, parecia dormir.
Então o recitador emulou a primeira palavra e num ato seguinte toda penumbra se fez poema, ditando um dilema...Pra quem?
A euforia tomou conta do espetáculo e silenciosamente os versos foram a todos os cantos e como num encanto.
Nos bancos as almas solitárias e emocionadas se levantaram
e aplaudiram em pé.
Cada pingo na janela
Traduz no eco a voz bela
Do vento a tocar a flor
Cada gota feito lágrima
Cada gesto cada amor
Amanhece e já é dia
De sonhar em euforia
Toda sorte que chegar
Serenatas rotineiras
De pardais nas cantoneiras
Nos levantam trabalhar.
E assim se faz a vida
Como ondas a rondar
Nesse breve calafrio
Ou no lume versejar
Cada curva traz montanha
Onde a alma livre assanha
Querendo encontrar
Um azul que já nem sei
Quem é o céu ou é o mar.
O bem contra o mal
Não deixe que um pequeno problema te cause um grande mal. Há um antigo ditado que diz: se a cabeça não pensa, o corpo padece.
Lembre-se que o mal nunca pode vencer o bem, então, se tem algum mal te afligindo, tente realizar algumas coisas boas e o bem prevalecerá em tua vida.
NADA MAIS
Por favor, me perdoe!
Se já não sei reconhecer
Quando teu corpo ardendo em desejo
Chama apaixonado pelo meu nome
Se meu corpo frio
Não sabe mais esboçar os gestos
Que te agradam e te saciam a vontade.
Perdoa se teu grito não me é mais audível.
É que não tenho mais
O mesmo desejo por ti.
E se não podes aceitar um sorriso,
Nada mais tenho para dar-te.
VELÓRIO
Chama aí uma carpideira
Para eu encomendar suas lágrimas
Embora te pareça besteira
Quero meu velório com lágrimas.
Pouco importa que sejam compradas
O que eu quero na verdade
É uma seleção de piadas
Estranhamente mórbidas e covardes.
Pranteadas pela carpideira
Que é para ninguém esquecer
Que a vida não é uma grande brincadeira.
Melhor se deixar levar para não enlouquecer.
GAVETA
Se eu por ti já não mais choro
É que tua partida finalmente
Virou fato consumado.
Nada mais se pode alterar.
Se a serenidade de meus dias
Conseguem enganar os que me cercam
É que resolvi esconder a revolta
Na gaveta onde guardo as emoções.
Aquela que um dia resolvestes abrir.
Revirastes à minha revelia
Lendo, relendo e brincando
Com tudo o que não deverias.
Assim, como já não choro,
Reorganizei a velha gaveta
E tranquei-a com chave.
Aquela que jogastes fora.
“” Se eu fosse um rio....
Não, não eu nunca seria um rio
Talvez fosse um pássaro
Quem dera pudesse voar...
E conhecer novos horizontes, novas paisagens.
Subitamente me veio o desejo de ser mar
E tua boca beijar...
Quem sabe o sereno
A regar teu pensamento
A mostrar que estou ali
Quem sabe eu fosse o tudo
E nada saberia de nós...
Mas não...
Pra ser tão pouco
Melhor seria ter sido nada...””
Só risos
Manhã ensolarada
Beija-flor na sacada
Olhar da pessoa amada
Beijo apaixonado
Paixão para toda vida
Café da manhã
Praia deserta
Amor sem hora certa
Pra que divã
Sol de madrugada
Estrelas salpicadas na estrada
Você me dando a mão
Seu sorriso no meu peito
Eu meio sem jeito
Dizendo amo você
Fazer da vida bela
Pintar uma tela
Com pinceis do coração
Voltar ao seu sorriso
É só disso que eu preciso
Para um dia ser feliz...
Respeito todos que são diferentes
Principalmente os que não se conformam
E fazem do amanhecer uma oportunidade da mudança
Que tem no olhar o brilho de uma criança
Na voz a solidez de um ancião
E nos passos a impetuosidade dos jovens
Respeito e admiro você
Que mesmo fora de padrões pré estabelecidos
Arregaça as mangas, vai à luta
Hoje é seu dia, sua hora
Agora é seu presente, sua força
Não desanime nunca, o mundo precisa de você.
E se disserem que você é diferente
Mostre que sua diferença , faz a diferença para melhor
Açoite danado...
Como um náufrago esperando suas mãos
Na certeza de que elas viriam
Adornei minha ilha particular
O tempo passou
A esperança também
Restou-me acenar ao barco que passava
E seguir como se o tempo não tivesse marcado
Ao olhar no espelho
Refletiu a certeza
Esperei sem saber
Que o único que esperou foi eu
Vou tirar essa barba dos anos
E ver quem sobrou daquilo que fui
E tentar seguir
Como se fosse possível
Renascer
" Ai só reclama da vida
Mas todo mundo sabe que é e foi vencedor
foi o mais rápido, mais forte, venceu barreiras
Foi fruto de um prazer
Campeão com mérito
Sem contestação
Cumpriu sua função
Chegou antes de toda a "galera"
E fecundou a vida para ser (i)mortal...""
"" Estou procurando emprego
De preferencia em uma fábrica de poesias
Nada automatizado
Quanto mais trabalhada
Melhor
Não acredito em poesia industrializada
Produzida em série
Acho meio igual
Já poesia feita em pequenas escalas
Por mãos carinhosas e certeiras
Essas meus amigos
São verdadeiras
As que mexem com a gente
Ao coração elas apelam
Para redistribuição
Mais amor por favor
E apertos de mão
Ah!! quem dera se um dia
Numa fábrica de poesia
Eu for trabalhar
Com meu jeito afoito
No começo vou produzir logo umas oito
Pra a emoção não acabar
E se a dona deixar
Em seu coração vou morar
Para criar da lágrima a paixão
Do adeus a remição
Da volta a festa
E só vou me aposentar
Quando minha hora chegar
Quero receber poesia com dedicação
Pra alimentar a alma e o coração...""
"" Mil pés para cruzar a ponte
Um anseio de chegar a fonte
Estontear
Marejar a alma no subúrbio afeto
Sentir tremer o ensejo
No mais impetuoso deserto
Um lume de desejos
São só ilusões
Verdes anões
Faraós sem Egitos
Ébanos a cuidar da flor
E tudo por amor
Renascerá
Como os pés que depois da ponte, descansam
No mérito de terem chegado lá
Ainda que a sede no caminho
Os tenha feito, um pouco parar...""
"" Fiasco tempo da vida
Um flash no infinito
Maldita morte soberana
Irmana o continuar depois
Assim que se for
Tudo passado, levado pelo tempo
E as pedras do mar?
Quando irão navegar?
Ouro de tolo nas mãos de magnatas
que compram um (belo) caixão
Adornado com fitas de cetim
Marfim,
E dai podridão?
Teu cheiro não é legal
Teu suor ahhh
Inaceitável revolta de querer continuar
Como se o mundo pudesse
Dar marcha ré... ""
"" Competir, ser o primeiro
As janelas dos ventos mostram
Paisagens multicores
Azuis
Correr e ganhar
Sobreviver à dor
Incendiar tetos de vidros
Amarelos
Hoje não dá para sonhar
É Outono no hemisfério norte
Mas aqui é verão
Praias lotadas
Mulheres e homens bonitos
À beira mar
É preciso adrenalina para suportar
E um copo de cerveja
Bem gelada por favor
Agora, não corro mais
Amanhã talvez...""
Desapego
" É preciso ir
largando peças pelo caminho
desnudando o corpo e a alma
deixando para trás
sonhos
é vital lavar o riso
polir as pragas
ceifá-la da semente
redimir os grãos
será preciso perder saudade
dos cigarros feitos mariposas
que te acompanham atrás de flores
essas, já não existem mais
há um etc indicando
após a curva é a casa do mágico
que está de férias
quem sabe pode ajudar
é preciso deixar ir o que não quer ficar
seguir assim nu
como abutre faminto
em busca da velha onça assassina
seu pseudo troféu
logo mais
no ponto final onde chegam os aforismos
indicando que não há direção, a não ser rever
lê-se na placa
volte ou morra...""
18.11.2015 09:39 hrs
Há um futuro a ser construído
Há o medo que deve ser derrotado
Há ilusões e muros a serem pichados
Há poesia...
Há uma vida inteira para viver
Que começa agora
nesse amanhecer
Há esperança da vitória
Ah! se há
E por haver, ficará um saldo positivo
Na balança da vontade
Que penderá sempre para o lado de ser feliz...
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