Amor Textos de Luis Fernando Verissimo
Êxtase
O relógio embala a hora que se aproxima,
Cresce na fronte a pulsação,
A emoção entra no clima
O ponteiro do sim sufoca o não.
Busco para o momento o verso perfeito
Que expresse bem o que sinto
Que tire a ansiedade do peito
E desmanche da alma o labirinto.
Entre, como sempre, sorridente,
Esbanje a sensualidade só tua,
Meus braços em posição ascendentes
Te entrelaçam no desejo de ouvir... Sou sua.
Definir felicidade
Só em doses individuais,
Não a deseje de forma permanente
Aí é querer demais.
Oscila em antagonismos inesperados:
Vidros abertos ou ar condicionado,
Grade ou liberdade,
Café ou suco gelado,
Cabelos longos ou raspados,
Graduações ou não estudar,
Fidelidade ou aventura,
Humilhar ou afagar,
Bronzear-se ao sol ou refrescar-se na chuva,
Tênis novo ou surrado,
Perder peso ou comer o que tem vontade,
Pintar os cabelos ou mostrar a idade,
Correr descalço ou uniformizado,
Ser discreto ou se fazer notado,
Cartão sem limites ou dinheiro contado,
Dê o fora ou entre e fique a vontade,
Presença ou a saudade.
Se for o - bem vindo - fique,
Se for o - boa viagem- vá
Mais do que definir,
Escolha ser feliz já.
Do meu pai tenho boas lembranças.
Não só dele na cadeira de balanço, mas também olhando a estrada, torcendo pela visita de um dos filhos que já não morava mais na casa. Lembro-me, ainda, das horas em que tocava violão ou gaita (como dizemos aqui no sul). Homem de fé, determinado, mas de uma generosidade enorme com todos.
Tinha um jeito contido de expressar carinho, mas no fundo era coração de pudim; os olhos entregavam.
Já da minha mãe tenho poucas lembranças. Partiu muito jovem. Quanta falta faz uma mãe e até as lembranças de uma mãe. Ficou vivo na minha memória o último dia. Fora isso, apenas pequenos flashes dela em vida.
Levá-los é uma ação divina, pois se fosse humano nunca deixaríamos os que amamos partirem. Confiar na vontade de Deus é fundamental para superarmos.
Amanhecer do sonho
É como se o sonho estendesse seus braços
Fazendo o pó d’alma refletir contra a luz
E inconscientemente soltasse os seus laços
Aconchegando-se naquilo que seduz.
O dia esperado insiste em não nascer,
O desejo jejuado desmaia sem solidez,
O galo não canta. O que o fez esquecer?
Duvido que não tenha sido a sua timidez.
Distante, no horizonte, surge escassa,
Uma réstia breve de luz matinal,
Trás bordado no colo do céu em lasca
A ponta da lua, brilhante como aurora boreal.
O sol distante levanta o sonho feliz
E o dia devolve ao poema a serenidade
E o verso, feito vertentes de águas em chafariz,
Espalha-se como luz fugaz de felicidade.
Prefiro pessoas que tem o mesmo sorriso na frente ou atrás das câmeras.
Que sentam comigo na mesa mesmo sabendo que não tenho como pagar.
Que mesmo preferindo a areia não me impeçam de entrar no mar.
Gente que estende e aperta a mão com vontade.
Que tem brilho nos olhos e na alma e, ainda assim, vive sem ostentar.
Que se ajusta ao ambiente sem mudar o humor.
Que abraça o porteiro, o manobrista e o mensageiro com a mesma intensidade com que abraça o doutor.
Gente que tem a senha dos sentimentos tatuada nas suas ações.
Que são inteiras em qualquer situação.
Gente iluminada que quer te ver feliz de verdade.
Pessoas querida que valorizem a simplicidade da vida.
Que levam e te dão um pouco de vida.
Muitos amores deixarão de existir antes do amanhecer.
Alguns na tradicional versão da sarjeta,
Outros como na tragédia encantadoramente brega de Titanic.
Contudo o sol trará a certeza de que uma nova história poderá ser criada.
Talvez prática e breve ou romântica a ponto de ser eternizada.
Seja como for, o final não se pode definir ao começar.
Que seja um feliz começo e o final o reflexo dos seus desejos.
Naftalina
Vestiu-se cheirosa de naftalina
No âmago um sonho dos tempos de menina.
No toca fitas o som da ilusão
Um gosto frio de café.
Um ruído sem refrão
Cheiro mofado de cabaré.
Uma algazarra de todo lado
Lábios duplos avermelhados
Fumos da sala pelo ar espalhado.
No armário suas nove horas.
Uma voz bêbada e um trocadilho hilário.
Teve o remorso corroendo
Frustrou o sonho de ser amada
Suicidou-se tanto
Que acabou morrendo.
Madrugadas Verdes
Eram tempos ocultos,
Protegidos em codinomes
davam a noite um perfume exclusivo,
Cheiros sempre alusivos
momentos de se ler em livros.
Amigos, mulheres e homens.
Era um mundo de paz escondida,
de aluno virar professor,
de ruas desertas e gritos descompromissados,
de sonhos acordados,
de soldados alienados,
de desejos enfileirados,
de madrugadas verdes e silenciadas,
de serenatas até onde a voz alcançava,
de vilões com seus violões
De militares chegando feito assombração.
Um tempo em que se ria sem emoção.
Sonhando com um pouso leve,
Percebe que seus pés nunca saíram do chão.
Inquieta é somente sua alma,
Que quer sobrevoar o mundo
Levitando sua fértil criação.
Nos ares a liberdade pra recriar num segundo
Um poema feito balão,
Pois o poeta fica imóvel,
Decola somente sua imaginação.
Mantenha tua mão elevada.
como quem quer tocar o céu.
Olhe, há frutas secas na salada.
Peça chuva
a nuvem é alcançável.
Dobre-se.
De joelhos a prece se afirma
orgulho naufraga
a gravata beira o chão.
Abaixe teu nariz
debaixo é que vem a água do chafariz.
Quem se aproxima de Deus
caminha pra ser feliz.
Minha poesia é nada do que sou,
é noite desgostosa de bebedeiras
é escrita em lugares que não vou
é delírio inocente antes da saideira.
Minha poesia mergulha no seco
ardente como pés no chão quente
sombreada com a ausência sentida
é vazio que ainda assim me dá vida.
Minha poesia intimista é chata,
penso que poucos a admiram,
minha inspiração pode ser ingrata,
mas ainda assim é por ela que respiro.
Cleptonação
Tantos anos se passaram
Desde a colonização
Alguns massacres acabaram
Outros ainda não
Construímos um gigante
Sem estruturação
Vamos sempre em diante
Rumo à engabelação
Nos julgamos semideuses
No esporte e carnaval
Assim como os portugueses
Na conquista ancestral
Vivemos numa cleptonação
Vestida de ouropéis
Uma esculhambação
Regida por infiéis
Havemos de acordar
Com ânsia de crescer
Sem cultura de roubar
Vivendo novo alvorecer
Nesse dia iremos comemorar
Sem o uso da tradição
Não vamos mais despojar
As posses do nosso irmão
Solidão e medo
Olhei a torre em meio à neve,
Eu estava só na cena.
O mar silenciado pelo gelo.
Europa fria a me doer,
Meu mundo congelado...
Amedrontado,
Tudo em volta tão triste,
Nada de banho de chuva,
Nada de ciúmes da tua roupa,
Nada de arrancar suspiros como na canção.
Só... Solidão e medo.
Lembranças...
Dos beijos
Do perfume,
Dos teus chiliques,
Das noites chiques.
Fondue, vinho, passeios...
Eu e você.
Excitante barulho do chuveiro,
Do show animado, deslizes gelados,
Sorrisos fotografados,
Carícias e olhos molhados.
Tempos de amor, tempos de ser amado,
Tempos pelo próprio tempo sepultado.
NA BALADA CHEGO CEDO
Na balada eu chego cedo
Na balada eu chego cedo
Depois da meia noite
Já tou bebo já tou bebo
Fazendo desmantelo
Depois da meia noite As mulher vira sereia
Depois que tou bebo Não tem mulher feia
Não tem mulher feia Tudo vira seria
No começo da balada to escolhendo
No final eu to bebendo
E pegando a primeira vier
Eu quero é mulher
Vem dançando de ré Vem dançando de ré Vem dançando de ré
Na balada eu chego cedo
Na balada eu chego cedo
Depois da meia noite
Já tou bebo já tou bebo
Fazendo desmantelo
Poeta Antonio Luís
JOGO LIMPO
Quem sou eu pra lhe poudar dos seus sonhos
Fique a vontade pra fazer o que achar melhor
Em todo caso eu lhe acompanho
Caso não queira pode ficar só
Eu sou apaixonado mais também compreendo
Que o amor pra ser bonito
Tem que haver jogo limpo
Entra duas pessoas
E eu fiquei pra trás
Quando não cuidei bem mais de você
Nos braços de outro você encontrou prazer
Você está livre,livre pra voar
Eu vou ficar aqui,mesmo querendo te amar
Se você não me ama,o melhor é separar
Poeta Antonio Luís
Descuido
Com uma asa quebrada o pássaro não voa,
Ainda que a gaiola aberta esteja sobre o muro,
Perde-se a melodia quando uma nota destoa
Basta um erro pra comprometer-se o futuro.
Seguir o movimento das águas,
Não garante ser o melhor caminho
O mais fácil nem sempre agrada,
O descuido nos afoga em qualquer riozinho.
Querer a conquistas sem traçar objetivos
E como querer ver nítido no escuro
O acaso por si só não pode ser atrativo
Não é a sorte, é a busca que garante o futuro.
SONHOS PESADELOS
Eu queria ser o vento pra bagunçar os seus cabelos
Eu queria entrar nos seus sonhos
E te livrar dos pesadelos
Eu queria ser teu pensamento
Eu aí pensar que cara legal estar a me olhar
Eu queria ser seu coração pra se apaixonar
Por mim
Mais tudo tem um jeito
Pensamento positivo é um espelho
Do que agente quer
Hoje sou teu amigo
Mais quem sabe amanhã você será minha mulher
Sonhos pesadelos
Quero dividir com Você o mesmo travesseiro
Vamos fazer amor com imenso desejo
Pense Pense bem
To querendo te amar
Quando você vai me amar também
Sonhos pesadelos
Quero dividir com Você o mesmo travesseiro
Vamos fazer amor com imenso desejo
Poeta Antonio Luís
Esperando o dia feliz
Pois Deus revelou a sua graça para dar a salvação a todos. Essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus, enquanto ficamos esperando o dia feliz um que aparecerá a glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo. Foi ele quem deu a si mesmo por nós, a fim de nos livrar de toda maldade e de nos purificar, fazendo e nós um povo que pertence somente a ele e que se dedicava a fazer o bem.
Solidão, irmão, solidão
Sentimento forte, não?
Não quero estar sozinho
Que alguém tenha compaixão,
Paixão então.
Sensação de precisar de alguém,
Esse alguém que eu nem preciso
Mas mesmo assim reconheço
Sei disso, não me esqueço.
Sou mais um e canto em dó
Dó do próximo que sofrer assim
Essa a dor que tu e eu conhecemos
Solidão, irmão.
Se esconder dos medos, das angústias, das incertezas?
Por qual motivo?
Muitas vezes funciona! Mas na maioria das vezes vamos em desencontro aos desafios e obstáculos que são colocados diante de nós...
Acredito profundamente que antes de estarmos aqui já sabíamos o que queríamos!
O que precisávamos fazer, falar, ser.......
Vejo que é uma bobagem não nos permitirmos evoluir por medo
Sendo que a evolução está presente para nos tornarmos quem realmente desejamos ser....
Um problema apenas é um problema quando chamamos assim..
Um fantasma é apenas um fantasma quando podemos vê-lo!
Todo medo revela nossa vulnerabilidade mais bonita
Medo de se arrepender é na verdade a vontade de fazer o correto
Medo de morrer é o apego a intensidade da vida e de tudo que o torna vivo
Medo de julgamento é o amor para com algo que o torna feliz
E ser feliz tem a ver a ser você mesmo!
Medo é reprimir
Medo é deixar de ser quem você é por aquele(a)s ou aquilo
Por isso admiro a falta de cautela em um gesto
A falta de cautela em um sorriso
A ausência de temor em um "Eu te amo" "Sinto sua falta" "Você é meu amigo"
Admiro o impeto sem medo pela busca da vitória
Admiro o sorriso depois da queda seguido daquele tão bonito: "eu tentei de tudo"
Admiro pessoas que de forma sincera buscam por elas mesmas
Pessoas incapazes de ver problemas, mas sim resolução
Pessoas que não fogem de seus fantasmas, mas brincam com eles...
Pessoas que entendem que medos, angústias e incertezas são apenas amigos
São na verdade a real personificação de quem somos...
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