Amanha Sera um Lindo dia
No dia em que sozinho, sinto solidão
o meu poetar só, poeta solitário
um novo poema saído do porão
da alma, num ermo cenário
da imaginação em evazão.
Então, debruçado no vazio temerária
da concepção,
a retraída inspiração, versa unitário...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
VECCHIO POEMA
Amor medido, eternamente
Se dentro vive, comedido
Explode um dia certamente
Não mais sós, mas repartido
Nos tantos presságios, a mente
No constantemente é ungido
Sente-se frágil, estranhamente
No ato de se querer admitido
Sem eira nem beira, facilmente
O vecchio amor, de novo indo
De novo vindo, rapidamente
Como se não fosse ferindo
Ah! Se abarcasse unicamente
Um amar, com ele teria partido
Num vecchio poema, sutilmente
Assim escrito, e o teria vivido!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
MEIO DIA NO CERRADO
Meio dia. Um canto do cerrado ermo
O silêncio quebrado pelo som do sino
A solidão na saudade sem meio termo
Céu nublado e vigorosa chuva a pino
O vazio cai na calma como um castigo
Não há burburinhos e nem um destino
O planalto devastado, ausente e antigo
Está deserto de fantasmas e de almas
A minha angústia não encontra abrigo
O vento nos buritis, parece bater palmas...
Luciano Spagnol
12'00". Novembro, 2016
Cerrado goiano
Dói
Dói tudo o que já era
Tudo que não mais está
A dor que um dia não quisera
A saudade que permanecerá
O ontem no hoje não se espera
Cada dor doida lacera a poesia
Após o inverno, a primavera
Amanheceu, já é outro dia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio de 2019
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa
FAREWELL
Vai morrendo assim! Morrendo a cada dia
Assim! de um vazio assim!
A força, tácita e fria
Fria! silenciando tu e eu, olhos calados
Esvaindo dos meus os teus beijos gelados
E numa hora assim! Um assim! E assim não quisera
Tudo acaba, tal o bucólico fim da primavera
Sonhos, inspiração, rasgando o fundamento
Flores pelo chão, solidão, o som do vento
A alma apertada em um canto despencada...
E, aqui no peito... medos, quimera em retirada
Nós dois... e, entre nós dois, o austero adeus
Decompondo os desejos meus e os teus...
Eu, com o coração retalhado, - tão ocupado
De ti, e no desespero, de não mais ter-ti do lado
amarguradamente,
Me vejo com sentimento tão ardente
Estes que um dia foi nosso!
E eu afastando! E afastando... posso! não posso!
A noite, o dia, a doce poesia, num troço
E tão solitário, em um palpitar de despedida
Despeço de ti, e me ponho de partida!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, junho
São Paulo
Olavobilaquiando
TORMENTO NO SONETO
O fado, comigo, não teve deleite
Tem um gosto agridoce meu dia
Devoluto, e sem lisonja fugidia
Na ventura me sinto um enjeite
Lembranças, só são de nostalgia
Um poetar desnudo, sem enfeite
Inspiração desmaiada como leite
E a lágrima de tão pouca alegria
As doces palavras sem onde deite
O ânimo com nuance sem ousadia
O coração desprezado, quem aceite
E mesmo, num tal tormento, quereria
Um olhar de afogo, sorriso que afeite
Onde minha sorte, pudesse ter alforria
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
REQUIESCAT IN PACE (soneto)
O amor é apenas uma negativa
Se eu um dia com ele já fui teu
Omitamos está outra alternativa
Pois, desta, o nosso já morreu
Ah! Porque alegação subjetiva
Nada mais em mim sobreviveu
Se hoje o senso está à deriva
Não és meu bem nem eu o teu
Não diz nada, se ali amamos
Nossas almas estão separadas
Não lembres mais, esqueçamos!
Deixemo-lo ir repousar em paz
As lembranças estão enterradas
E no coração, hoje, é tanto faz! ...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
EMOÇÃO VAZIA (soneto)
Solitária, no silêncio do cerrado, um dia
A inspiração, acorda em um aflito apelo
Sente o falto e o logro num só pesadelo
E sua trova no nada suspirava e restrugia
Torvo o sentimento, tal qual um novelo
Sentiu, que palavras ali não mais havia
E que a sua devoção estava despida e fria
A paz e o acaso sem voz, o senso um gelo
Era o vão, a eversão do caos no ceticismo
Do amor, em um desapego tão profundo
A sensação estava largada em um abismo
E no talvez de um poetar com harmonia
Teve poema trapilho, pobre e moribundo
E o revés em maldição da emoção vazia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/03/2026, 06'56" - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CERTIFICADO
A velhice é um treco, dor e cansaço
O dia é um balanço, no vai e vem
o que resta, o mínimo que se tem
Se faço, com a dificuldade abraço
Devagar e no compasso, tudo bem
Se vou além? ... pergunte ao passo
Pois, da vagarosidade sou refém
No próprio eu não tenho espaço
Tudo me cansa, comove, maça
Se rio, o choro faz igualmente
E o tempo parece uma ameaça
Já, a própria inércia é ausente
Quase sempre sou sem graça
O reflexo não reconhece a gente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/09/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro
RESETAR
Na minha paixão otimista e inocente
eu nunca soube pra onde foi... um dia
a sorte que me preferiu tão prudente
ao sonho perguntei, e ninguém sabia
E numa fúria, manou-se, de repente
duma quimera expansiva e correntia
para uma áspera ilusão sem cortesia
e a vida suspirou lerda e descontente
E o andejar se foi... e vai distante
mas o silêncio, um outro instante
chora, mas vai em frente, teimoso
E eu sinto, a emoção, sem tê-la
De um algo especial e desejoso
É. E nunca é tarde para havê-la!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10/10/2020, 10’10” – Triângulo Mineiro
ATANAZAR
Viste-me abatido um dia no caminho
em devaneios de que, nem eu o sei
ó aperto no peito, assim, eu lhe falei:
Cara poesia. Na jornada indo sozinho
Trovei, e rimei, foi por entre espinho
E em nenhuma postagem descansei
Em cada uma loa que por ela passei
Saudei! Umas até degustando vinho
E neste poetar pedregoso, solitário
Os pés deplorando em um calvário
Imolado. Eu num canto, no entanto
Ao chorar o prazer em um dejejum
Tu e eu poesia. Em drama comum
Versejamos com o mesmo pranto
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18/10/2020, 14’13” – Triângulo Mineiro
[...]mais um pôr do sol...
...mais um dia que se vai e é a sombra que agora cai, trazendo a lua pra confortar, o cerrado, na Imensidão do escuro da noite... a vida em continuação!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Sertão da Farinha Podre
APENAS UM SUSPIRO
Na hora melancólica da luz poente
No cerrado, no ocaso do fim do dia
A voz de um desalento impaciente
Na sensação, um engano repetia
Na lembrança o lembrar ausente
Na dor, uma agonia que asfixia
O aperto em um tom crescente
Avivando o sentimento que jazia
E no entardecer o olhar morria
Nos perdemos de nós dois, fria
A saudade, no silêncio a cicatriz
Depois, sei lá depois, tudo calado
Vazio, sem vontade de ser amado
Pois, era apenas um suspiro, infeliz!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/12/ 2020, 08’59” – Araguari, MG
Rosa, cor-de-rosa
O dia com poesia para acordar
Arranco um olhar fácil da vida
E mais outro, como vale amar.
Na mesa o café, em acolhida
O pão com manteiga, a prosa
É ela ali tão erguida...
No jardim, a rosa cor-de-rosa
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/ 2020 – Triângulo Mineiro
A SÚPLICA
Inspiração, há um tempo, um certo dia
Ideei amor, que eu ainda não houvera
Ideado, uma paixão que fosse sincera
Na poética, tal a uma emotiva poesia
E eu aqui na tocaia do que não viria
Poetando de primavera a primavera
Crédulo, insistia na furiosa fantasia
Onde meu sonho vive à sua espera
Ó má sorte, porque toda essa sofrência
Na alma que só deseja ter a inocência
Dum amor? E não mandas dos perversos
Sentimentos. Que cava a meta da vida
Numa dor da prosa atroz e desmedida.
Então, suplico por graça, fazendo versos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/01/2021, 12”01” – Triângulo Mineiro
FANTASIA ...
Sempre achei que faria versos um dia
E quando, assim, então, me inspirava
Fingia que criava e vestia de fantasia
O motivo, mas, ainda nada inventava
E, notei que até numa lhana poesia
Da palavra o encaixe ali me faltava
Era desbordada, fria, sem a magia
Mesmo privado, insistia e sonhava
Tudo em vão, carente de comunhão
Dispersas as rimas, vazia a sensação
Pois, eu só tinha um mundo genuíno
E, pra se ter poeta tem de ter ilusão
Senão, nenhum verso traz emoção
E nenhum estro poético será hino...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/02/2021, 09’29” – Triângulo Mineiro
SOMAS NO VIVER...
A gente sonha um pouco cada dia
O tempo vai subsistindo acelerado
As ilusões, uma por uma, na poesia
Da sorte, este devaneio imaculado
A vida é como uma prosa, romaria
De sentimentos, todo encapsulado
Nos prazeres, na tragédia e alegria
E, não se assomar se for enganado
Tudo é do fado, da árdua jornada
Num sobe e desce. A caminhada
E que sempre sufoca o anoitecer
São os suspiros ao léu, mais nada
Trovando cada canto da jornada
E nos forjando as somas no viver...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15/03/2021, 18’18” – Araguari, MG
MENÇÃO ...
Move em mim uma paixão, um segredo
Apego o qual um dia foi por nós dividido
Recordar é meu fado, suspiros e medo
Contigo vivi o sentimento, doce sentido
Imanta a minh’alma este poético enredo
Oferto dantes, hoje não mais permitido
Foste para mim aquele momento quedo
Razão própria, tino, e o agrado divertido
Ah! tão impar sensação, conivente zelo
Nada mais se pode implorar ao destino
Cada beijo, abraço, pedaço, pude tê-lo
Inevitável a saudade, este árduo pesar
Seu mundo, outro, é distinto, imagino
Coita os meus versos ao te pronunciar!...
Estella Zegna
19/03/2021, 14’14” – nas Gerais
Acróstico
BREVE ...
Vós que leste, um dia, minha poesia
com que eu nutria a gamada emoção
vós que sentia nos versos a melodia
do meu coração: amor e sensação!
Se foi, fugaz, assim, tal uma ilusão
versos em pranto, e a sede fugidia
do encanto a uma triste desilusão
para o suportar da gorada fantasia
Assim, vejo bem, que paralelamente
na troça, falou-se e ria muita gente
quando só queria um olhar risonho
Rude paixão que eu senti sonhando
longamente, agora eu vou vexando
pois, o engano é um breve sonho! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15/04/2021, 13’30” – Araguari, MG
ETERNAMENTE
Sobre o sonho escrevi teu nome um dia
Mas a ilusão a levou tal escrita na areia
Onde o mar apaga, insisto, mas todavia
A onda varre, antes que o destino a leia
E o fado repete. Tudo passa, tudo é vão
O que é mortal tem seu tempo. O final
E nós passaremos, e os sonhos ficarão
Afinal, o que importa é a ventura total
E, assim, me parece que só o vil perece
Não! O amor, o afeto, nem tudo some
O coração consome, a alma engrandece
Nos meus versos, eterno é o seu nome!
E, na poética, o viver, felicidade incontida
Pois, viverá o amor enquanto haver vida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 de maio, 2021, 15’42” – Araguari, MG
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