Alado
Andante
Sou um cavaleiro alado,
cavalgando entre mundos;
sem rumo, sem caminho.
Muitas batalhas já ganhei
das lutas ilusórias que travei,
vitórias sem sentido
nesta guerra sem fim.
Amor...
ALADO
Não sou o tipo de pessoa que faz ninho, morada…
Busco mais a aventura que na memória será gravada.
Tudo é transitório, qualquer ideia muda, envelhece.
Garanto meu prazer apenas no que permanece.
Solidão não me assusta e nela até sinto conforto.
Ilumino como um farol. Guio, mas não sou porto.
Minha luz aponta a direção de uma constante caminhada.
Sou os fragmentos da história, sou uma grande jornada.
Sou passageiro, não tenho âncoras e isso alimenta meu fervor…
Valorizo mais o abraço quente do que as vazias promessas de amor.
Bateu-me um besouro na testa
e me contou o segredo da festa:
_ Não esperes da menina o sorriso,
vá dançando a valsa da loucura,
que dela iras roubar o desejo obtuso
de tratar um apaixonado sem cura.
CASA DE BICHO
Casa de bicho é liberdade
ventania
luar em sinfonia
de divindade
estar a passar
estar na paisagem
de passagem
correndo
pelos olhos o véu do tempo
voando
avoado
sem lamento
sem tormento
somente o céu e o relento
Amanheceu lindamente nublado.
Deus nos presenteou e encantou com um céu de cinza pintado.
E assim me sinto quase um ser alado.
Bata antes de entrar, pergunte se minha alma está em casa porque o meu corpo é fixo, mas todo o resto é alado.
Naquela noite esfriou,ventou,chuveu... Sentiu um amargor na boca. A vista escureceu. E ninguém... ninguém apareceu... E ali em seu cantinho simples e apertado com apenas uma caneta e uma folha ao seu lado o poeta finalmente tornou-se em um ser grandioso e alado!..
O POETA E O VERBO AMAR...
O amor que a poesia ilustra
O poeta é o figurante do verbo amar
Um dia foi bater à porta do céu
Conversar com Criador
Por favor, Senhor
Tire a venda dos olhos de gente feia
Com aparência de bonita
Abra a porta da felicidade, retirando as lágrimas dos olhos de quem grita
São pequenos sussurros que ecoam do outro lado do mundo
Sente a palidez dos rostos desfigurados
Seria este o amor que o poeta escreve?
Ou a perda de um amado
Fugitivo que se esconde num recanto feito um pássaro alado...
O poeta vislumbra o belo
O amado, o esfomeado, o desesperado, o alucinado...
Sem esquecer que há o luar, sem amar
Há vida, sem sentido
Há repouso, sem sono
Uma lição que vem dos firmamentos...
Em forma de bênção ou de assossego...
O poeta conjuga o verbo amar
Em que ama o abstrato
Sem toques e mágicas
Vem d’alma este Amor
Nas entrelinhas que escreve.
Sente que há amor em cada linha escrita
Um amor perfumado
Que exala entre seus dedos e da própria vida
Este é dom mais sublime que há
Amar, amando o Amor que há de ser eterno...
Nas linhas que o lápis dança a valsa do escritor...
Conjuntado o verbo em busca do Amor...
Os Verdes Olhos
Quem um dia irá recontar,
A história daqueles olhos.
Como uma espada afiada,
Penetravam minha alma.
Serpente?
Devorava-me como leão.
Sorriso encantador,
Alma ninfa, humano alado.
Escolheram a cor da esperança,
De maneira correta: verde!
Ah! Quantas vezes ansiei por teus verdes olhos,
Encontrá-los era o mesmo que contemplar os portões da cidade celeste.
Verdes olhos sejam meus, teus, nossos.
Eu poderia morrer olhando-os.
Ao anjo de olhar sincero e perdido,
Amigo amado, dedico este texto.
Asas
Com as asas rasgo os ares
Pouso em fios, edifícios e observo mares
Se tenho asas é para alçar os ares
Ver de cima, tudo lindo.
Desço para ver de perto
vejo uma malha em confusão
de pequenez imaginação.
Rios poluídos que descem pela encosta
numa humilhação que desconforta
num chão revestido de alcatrão.
Nunca me disseram que lá embaixo
era pura podridão.
Por que me deram asas
se em troca só tenho decepção...
Ver o vexame posto
não é de bom gosto.
Asas, para quê?
Para assumir o meu destino
de enorme envergadura.
Vingar as desesperanças,
depois de desiludida e humilhada,
abraçar os que de olhos tristes me fitam
e se voltam acanhados, vencidos,
por acharem que em tudo aquilo
existia alguma graça.
Eu pedia devotamente ao Redentor
- na minha silenciosa súplica -
para que a eternidade
fosse o quintal dos nossos sonhos
ou um simples reflexo
das horas em que vivemos um do outro.
Para você eu escrevo sem palavras
e te dedico um silêncio profundo,
porque só o silêncio pode falar
quando as palavras não podem descrever.
Seria possível qualquer dia morrer
e ainda estar por aí a andar,
em doces palavras e no querer
d'um amigo que não deixou de te amar.
nem a mais forte tempestade
nem um brisa de saudade
nem um vendaval
destruindo árvores no meu quintal
nem furacões, nem terremotos
nem o mar ou maremotos
nem o abismo mais profundo
nem toda raiva do mundo
nem raios ou trovões
nem beijos e canções
nem um contratempo ou passatempo
e nenhum unguento
nem mesmo o carnaval
natal ou arraial
nem mesmo o tempo
e seu suave acalanto
nem mesmo o amor
nada, nem mesmo o amor
é capaz de sepultar a solidão silenciosa
que no coração do homem faz casa
Onde mais poderia estar o paraíso
senão guardado nos teus sorrisos e nos teus gemidos,
que ecoam como o bater das asas de uma borboleta
nas minhas noites de luas repentinas?
Tudo o que se tem é o agora
e cada momento será como uma ressurreição.
Darei à luz um campo de girassóis
e semearei palmeiras na lua,
para que não falte beleza e esperança.
Minha casa será um noite de estrelas,
onde as crianças crescerão descalças
e cavalgarão unicórnios.
Com um grito lançado ao vento
rebatizarei o homem de errante,
pois suas perguntas só terão respostas
na ausência do medo de tentar
e na consciência de que só se pode ser sincero.
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