Adeus minha Limda Mulher

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Posso duvidar da realidade de tudo, mas não da realidade da minha dúvida.

Quando considero a duração mínima da minha vida, absorvida pela eternidade precedente e seguinte, o espaço diminuto que ocupo, e mesmo o que vejo, abismado na infinita imensidade dos espaços que ignoro e me ignoram, assusto-me e assombro-me de me ver aqui e não lá. Quem me pôs aqui? Por ordem de quem me foram destinados este lugar e este espaço?

Se as pessoas soubessem o quão duramente eu trabalhei para obter a minha habilidade, ela não pareceria tão maravilhosa depois de tudo.

A minha vida fechou-se duas vezes antes de se fechar –
Mas fica por saber
Se a imortalidade me revela
Um evento maior

Tão largo, tão incrível de pensar
Como estes que sobre ela duas vezes tombaram.
Partir é tudo o que sabemos do céu,
Tudo o que do inferno se pode precisar.

QUEM ME DERA

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.

Eu não tinha que ter esperanças — tinha só que ter rodas ...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.

Pode fazer-se tudo, salvo fazer sofrer os outros: eis a minha moral.

coisa rara:
teu espelho
tem minha cara

Nunca cometi um erro na minha vida, pelo menos um que eu próprio, mais tarde, não pudesse explicar.

Rudyard Kipling
KIPLING, R., Under the Deodars, 1888

No fundo, sinto que a minha vida é sempre governada por uma fé que já não tenho. A fé tem isto em particular: mesmo quando desaparece, continua a agir.

Estou para realizar a minha última viagem, um grande salto no escuro.

Odiarei, se puder, caso contrário amarei, contra a minha vontade.

Ovídio
OVÍDIO, Amores

Não compartilho da opinião de ninguém. Eu tenho a minha.

Ivan Turgueniev
Turgenev, I. Fathers and Sons, translated from Russian to English by Richard Hare (1861)

Amigo grilo
Sua vida foi curta.
Minha noite vai ser longa.

Os meus pensamentos são a minha perdição.

A minha mãe gerou-me infeliz.
Invejo os mortos, amo-os ardentemente,
aspiro a morar em suas casas.

Escolho o meu inimigo pelo alcance da minha flecha.

Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.

Mário de Andrade

Nota: Carta a Manuel Bandeira a 8 de novembro de 1924

A minha mente é a minha igreja.

Fiz desaparecer a minha individualidade para nada ter que defender; afundei-me no incógnito para não ter qualquer responsabilidade; foi no zero que procurei a minha liberdade.

Minha Boêmia
(Fantasia)

Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.

Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;

Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!