Aceitação
Senti uma brisa leve tocando meu rosto, então respirei profundamente. Sentei-me na sombra de uma árvore, fechei meus olhos e desliguei-me do mundo. Naquele campo verde com belas flores e ao som do cantar dos pássaros, pude, então, descansar.
A tempestade havia passado e o dia trazia novas promessas. O sussurro do vento cantava uma canção que dizia que era hora de recomeçar, desacelerar e seguir de onde o mundo parou. Então fui e aceitei a chance que me haviam dado. Nem tudo se perdeu.
As vezes é necessário matar partes de nossa essência para novamente poder renascer.
Devemos morrer para o passado
para dar espaço para uma nova era em nossas vida.
A mudança é dolorosa e necessário mergulhar fundo em nosso íntimo para arrancar os espinhos mais profundos de nossas mazelas.
Para nos curarmos, antes devemos é abraçar as nossas sombras e fazer as pazes com o nosso passado, libertando-nos das nossas dores, medos e ressentimentos.
Temos cada dia mais a necessidade de mostrarmos aquilo que não somos para pessoas que não amamos, pois quem ama de verdade aceita o outro do jeitinho que ele é.
" Às vezes tentamos nos encaixar em corações que não nos cabem. É difícil e doloroso de aceitar, mas é a verdade."
Em seu eterno fluxo, a água procura sempre o curso mais fácil. Não resiste. Contorna. E, mesmo assim, não perde o sentido do oceano.
Os acontecimentos mudam incessantemente... Vêm um após o outro em ondas... Bons e maus acontecimentos... Existem situações que não podem ser alteradas, nesses casos devemos aceita-las conscientemente.
Muitas vezes, a primeira resposta à adversidade é “Por que eu?” Aprender a aceitar as circunstâncias em que você se encontra o ajudará a enfrentar melhor a provação."Porque não eu?"
Amar-se e aceitar-se não significa mudar a opinião, que antes era negativa, sobre alguns fatores pessoais. Mas sim identificar e reconhecer questões que são desagradáveis a si mesmo, e que são possíveis de serem mudadas através de trabalho e dedicação para o cuidado próprio, o bem querer pessoal. Aceitar uma miséria particular é proclamar-se indolente.
O mundo não aceita o diferente. Mesmo os que pregam a diversidade carregam a culpa de não aceitar que os outros não queiram lidar com o diferente como eles querem que todos aceitem.
Eu nasci diferente. Diferente na alma, no pensamento, no coração. Diziam que tinham me trocado na maternidade por querer coisas diferentes do resto da família.
Fui atrás do diferente porque era o natural para mim, mas diziam que eu queria aparecer. Escolhi um curso diferente dos amigos, estudei instrumentos musicais diferentes da maioria.
Não queria ser médica, advogada nem professora. Queria ser juíza de futebol e acabei na psicologia, uma profissão que enxerga o diferente.
Sempre fui diferente. Nunca me deixaram. Era imprescindível que me encaixasse nos modelos sociais, pois uma menina na minha época não tinha direito de ser diferente. Aprendi que não era legal ser diferente e perdi metade da vida buscando ser igual aos outros.
Querendo comer o que todos comem, vestir o que todos vestem, fazer o que todos fazem. Ao mesmo tempo, algo me pressionava o peito para que eu não matasse o diferente dentro de mim.
Uma luta eterna entre aceitar o que eu era e fazer o que os outros queriam. Ainda hoje essa luta existe. Silenciosa mas voraz, íntima mas reverberante. Vivo um conflito constante, ser o que sou ou ser o que o mundo quer que eu seja.
Assim eu sigo, equilibrando o primitivo e o sociável dentro de mim. Até já acostumei, e quanto menos penso nisso, mais eu morro por dentro. Oras, não é isso mesmo o que a sociedade quer? Mais pessoas seguindo as ditaduras, menos seres pensantes?
Texto pensado por Marina Rotty, numa tarde de verão qualquer…
Difícil ser de verdade, viver o que a gente acredita,
não ter vergonha do nosso corpo e "aceitar" nossa vida.
Num dia desses, percebi que mudou tudo dentro de mim. Não em desespero, mas com curiosidade vasculhei. Não encontrei você mais lá.
Senhor Espelho
Tentei evitar te ver
Mas até então, não deu
Tentei fugir de você
Fazer isso só doeu.
Sempre quis te afastar
Te deixar naquele canto
Mas você sempre fugia
Me fazia querer ser santo.
Mesmo te odiando assim
Não consigo fazer nada
Dores permanecem vivas
As atuais e as passadas.
Sinto que todos os outros
Têm algo a se orgulhar
Quando penso sobre mim
Sinto até a alma agulhar.
Dói demais ter que te olhar
E seguir os teus conselhos
Mas não tenho outra escolha
A não ser te amar, espelho.
Não podemos obstruir a passagem do outro. Ofereça liberdade, entregue a chave. As amarras emocionais vão travar unicamente o que tenta segurar. As cortinas da vida devem ser abertas para o show, rabiscar, desenhar, construir, tentar outra vez.
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