Acariciar sua Pele Macia
Se ela fosse uma fotografia eu diria sem medo: ela não é uma selfie.
Ela é muito mais que uma sequência aleatória de fotos a procura do seu melhor ângulo.
Ela não tem “um” melhor ângulo, ela é bonita neles todos, mas, quando ela se distrai, aí, sim, tem lá seu charme extra.
Ela foi planejada, detalhe por detalhe, contraste, matiz e saturação, feita para se adaptar aos dias de muita ou pouca luz. Quase igual a todas as outras, mas quem olha de perto sabe que ela tem lá suas nuances.
Ela me olha com aqueles olhos que conversam com os meus, mas que eu nunca sei responder à altura. E quando ela sorri, puxa vida, eu me desconcerto. E ela? Bom, ela sempre disfarça. Finge que não viu, mas lá, no fundo, eu sei que por dentro ela sorriu.
Se ela fosse um concerto, eu diria sem medo: ela não é qualquer concerto.
Ela é desses que a gente se põe a ouvir e vive, vibra, e se emociona a cada nota. E antes que acabe você já se lamenta, e até pergunta se amanhã tem outra vez.
E ela sempre está lá, na manhã seguinte, com seu dom de causar mais efeitos no cérebro que qualquer obra de Mozart. Um efeito que é só dela, que só se entende vagamente quem de perto acompanha cada um de seus compassos.
Ela é poesia da cabeça aos pés. É surpreendente a cada página. É melancolia no cabeçalho, e euforia já no rodapé. Ela derrama felicidade pelos olhos quando só a curva do sorriso não suporta toda a alegria que ela tem por dentro.
Aliás, que curva linda ela tem.
E por falar no que ela tem por dentro... ela sempre se supera. Beleza mesmo ela cultiva além da pele. Só encontra quem consegue ver além do que olhos veem.
O amor dispõe uma incrível capacidade de nos fazer esquecer os problemas cotidianos para, então, virar em direção ao mais caliente, uma chavinha da alma que, tímida e despercebidamente, passa boas temporadas no gelado.
E a cada recarregada, mais pesada fica a carga. A gente escalda a pele e quando pensa que não fere, sente a aspereza da carcaça que protege e segue.
Velhice
Crendice
montanha distante
pele trincada
memórias
coração fechado
amargo
senil
falta de apetite
falta de sono
falta de vontade
mau humor
pistas de uma vida
egoísta
pobreza
solidão
tristeza.
São os momentos mais lindos, os que tenho com ela. É algo entre um despertar matutino com o toque quente e macio de sua pele morena e aquele prazer sem tamanho que sinto quando assisto-a abrir os olhos procurando os meus ainda com sono.
Pele!
Já mudei de pele,
tantas vezes…
Já não tenho
mais aquela
em que você tocou…
Acariciou!
Mas as suas digitais
nela permaneceram.
É errando, sentindo na pele que adquirimos experiência, ou ter por base os erros dos outros que temos outra amplitude de opinião.
Encontro de almas
Do chão que de repente se abre
bem embaixo de ti.
Na frequência do silêncio estridente
que invade tua alma.
Da guerra travada consigo mesmo
todos os dias
desde a manhã
até o anoitecer.
Guerra donde és cativo desde sempre:
- Alistado – uniformizado – com fuzil em punho
e a espera do inimigo
abrigado no front de teu peito.
Rindo o teu riso
bebendo o teu vinho
e brindando
a tua alma.
Da chama que cresce dentro de ti
e alimenta-se da sua tristeza
feito um cão faminto e mendicante
as três horas da manhã.
Círculo vicioso
de vida
de morte
de sorte - (todo tipo).
No vazio encontro de almas distantes
perdidas no encanto dos trinta
colhendo o vento plantado na vida-
-em outras vidas.
Nascido tardiamente
Útero –
fórceps –
dor.
Obrigado a viver só
no vazio instante que lhe restou.
Feito uma ilha
plantada em alto mar.
Bem debaixo do céu azul
e de nuvens cinza
escondidas por detrás dos olhos
e bem debaixo do nariz.
No vazio que lhe restou
a cura para a dor que sentes desde sempre.
Desde a saída do útero
até o brilho do último raio de sol de hoje.
Felicidade que vem da alma é algo que, por mais que tentem, ninguém consegue tocar. Ali só quem habita compartilha. Ali é manso, sereno, como água de uma fonte. Ali, de vez em quando, também tem ventania; é quando o coração toca o outro, e a pele sente-se queimar pelo desejo de ser apenas um.
Queima como brasas tocando a fina pele, tornando aquilo que era, em nada. Desmanchando tudo que foi construído, quase que como um rio de lava apagando todo rastro de vida pelo caminho. Labaredas ardentes que sufocam, numa combustão avassaladora de puro calor e ruínas.
És a fonte do ardor que vem no peito, trazendo a dor em seu efeito. Já prepara-me eterno leito.
Sentir tudo em oceanos, pode parecer incrível a primeira vista, mas imagine sentir tudo a flor da pele... o quanto isso afetaria sua personalidade?
Remarei nesse lago
até que minhas
emoções se confundam
com a calmaria
dessas águas.
Remarei até que
essas águas
se agitem feito
minhas emoções
nesse momento.
Seremos vistos
como um só corpo,
e toda vez que
você se sentar
à beira do lago,
sentirá minha pele
fazendo fronteira
com a sua.
E o ritual de
estar comigo
todos os dias
lhe trará paz,
como quem contempla
um lindo lago
num fim de tarde
de verão.
@diário dos r's
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