Voz
Da casa
Morei numa casa,
Feita de cal, madeira e planta.
Tinha facho de velas,
E raios numa porta debruçados.
Minha mãe nos ensinava,
A fazer um pão chamado sonho.
Por vezes tínhamos que fermentar com mais vigor.
Mas por fervor ou insistência, crescia.
Nessa casa se contavam estórias.
Como a luz que ficou presa na sombra,
Até que o vento a libertasse.
Ou da lagoa que desaguava no mar,
Porque ele por ela estava encantado.
Tinha uma que ninguém entendia.
Revelar-se-ia mais tarde na travessia.
Era de uma voz que somente se ouvia,
No agudo silenciar, tomado na profundeza.
A casa inda lá continua.
Minha mãe ajuntou-se noutro tempo.
Só agora, enxertado de silenciamentos, aquela voz ecoa.
Abre-se na boca do menino que se avizinhou da saudade.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
Muitas vezes, ouvi o silêncio e decidi traduzi-lo. Percebi então que ele é a voz do infinito que não sabemos, mas existe, é a voz de Deus falando à nossa alma, dizendo: Estou aqui, aquiete-se, estamos juntos.
Milagres eu posso ver
Tua mão aqui e o Teu poder
Meu Deus movendo-se está
Tua voz a me chamar
Ressuscitando o que morto está
Como Lázaro, vou me levantar
É no silêncio da minha voz que eu grito
E no barulho do meu grito que eu calo
Calo pra pensar
Calo pra escutar o que eu tenho a dizer
E dentro de mim eu escuto
Escuto num tom alto e profundo
Que tudo isso vai passar
Você somente ouvirá a voz de Deus, quando verdadeiramente abrir a voz de seu coração e diante dele se render sem reservas.
O silêncio é sempre mais difícil do que as palavras. Podemos dizer mais coisas em silêncio do que em voz alta.
Na dor, a leveza voa
Verborragia que sustenta o vazio
Política do Cancelamento: Cultura, documento
O “não importar-se”, já se importando, o representante
A voz, a cor, a raça, a cega religião, o sexo, a carne
É corpo em movimento, alma em aflição, morte em silêncio.
O batom vermelho, magra, alta, loira, olhos em chamas
O perceber do cantar dos pássaros nem é mais música
Morte em vida, um ser finito, o amor em falência
Ufa! Uma janela, mas o vizinho não é social, ele é chefe
Uma porta, a música, a dor, a dança, tudo cansa.
O outro que completa, o inimigo sempre à espera
O silêncio que faz gemer, o doloroso ser sem ter
Gritar, correr, seguir... Ao passo que sou mulher
Existe vida, em demasia, no excesso do calar
O tu, nós, vós, a força de um todo em ação.
Desisti daquele sonho de ser uma grande cantora quando decidi que a minha voz deve entoar canções que alcancem corações que perderam a esperança de voltar a sorrir!
Ser invisível e sem substância, uma voz desincorporada, como foi, o que podia fazer? O que mais, senão tentar dizer a você o que efetivamente acontecia quando seus olhos não me enxergavam? E é isso que me aterroriza.
Quem sabe se, nas frequências mais baixas, eu falo também por você?
A poesia é a sensibilidade da voz, o protesto é a fúria da voz, ambas minimizam diferenças e fortalecem a evolução
Se você quiser
Eu te ensino um caminho até mim
Essa distância é muito ruim
Eu te conheço bem
Cê me faz tão bem
É que eu amo ouvir sua voz de bolada também
Algo no que eu disse, no meu tom, na minha conduta, talvez sugira a você que eu fale só para ouvir o som da minha própria voz. Conheço gente que sofre desse mal. Elas abrem a boca, mas só saem palavras vazias. Desprovidas de reflexão, de significado.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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