Voce diz eu te Amo eu Digo Idem
Eu sou uma pessoa confusa. Eu me confundo com as coisas, eu me confundo com a vida, eu me confundo comigo mesmo e com meus próprios pensamentos.
Me disseram para viver apenas o presente, mas eu, analfabeto de esperança, espero sem entender por um presente do futuro.
Já ofereci o Mundo a quem eu achei que fosse o meu Mundo, o olhar dela brilhava, porém escondia um penhasco atras do coração. Já dei flores a quem eu achei que fosse meu jardim, que me seduziu pelo cheiro, porém os espinhos eram invisíveis, cegaram minha razão e a inocência e chegaram em meu coração sem eu perceber. Já dei versos a quem eu achei que fosse minha poesia, que de sorrisos amarelos que retratavam o sol no meu olhar, abria sempre o tempo da minha inspiração, porém, o céu da boca era nublado e sempre chovia palavras vazias.
Na vida, há sempre um recomeço.
Demorou, mas, finalmente eu consegui destruí o velho sobrado dos medos que havia dentro de mim, os escombros caíram todos pesadamente aos meus pés. Observei as lágrimas escoarem-se sem presa, as dores partidas ao chão, os sonhos que foram apagados, as mágoas envelhecidas, mas, que ainda machucavam. Era terrível saber que aquilo tudo estava dentro de mim.
Agora é hora de esquecer e construir um lar arejado, com alicerce feito com amor, com a janela da alma de frente para o jardim dos sonhos renovados. Neste novo lar quero guardar somente o que me faz bem, as pessoas amadas, os desejos futuros, o amor divino.
Nunca mais eu irei abrigar pessoas que só fazem machucar, que transformam tudo em ruínas, num mundo apagado, pois, o coração é a moradia mais bela que alguém pode habitar. Mas infelizmente, muitos não dão valor e acabam destruindo tudo e depois é tão difícil reconstruir.
É tão difícil acreditar num recomeço, como se o sofrimento nunca tivesse morado aqui dentro de mim. Mas, estou reconstruindo a vida, os sonhos, meu lar. Aqui dentro tá ficando tudo lindo outra vez, exatamente como era antes do terremoto de decepções. E ficará ainda mais luminoso. Pode acreditar! Nem tudo foi destruído, principalmente a força que tenho para recomeçar.
Amore in Venezia.
Manhã romântica de primavera, eu estava sozinha na linda Praça São Marcos, esperando a minha irmã. Eu deveria ter ido com ela, mas, meus pés já estavam cansados demais. Naquele instante eu pensei que Veneza é mais atraente para passarmos uma lua de mel e não para fazermos pesquisa de trabalho. Sei que muitos gostariam de está no meu lugar e ver os pombos voando, os casais apaixonados fazendo juras eternas, o sol pairando no azul das águas que se confundem com o brilho do céu. Mas, tudo o que desejava naquele momento era estar na minha casa no Rio de Janeiro.
Depois de quase uma hora, eu fui surpreendida por um belo jovem veneziano, de olhos verdes, com sorriso e olhar um tanto conquistador. Ele se aproximou lentamente e lançou algumas palavras:
- Oi senhorita, como está? – Confesso que o achei um pouco atrevido e ao mesmo tempo atraente e educado. Por isso fui bastante educada.
- Estou bem, só um pouco cansada.
Nesse dia conversamos pouco. Apenas nos apresentamos, ele disse se chamar Luigi, e quando eu disse que me chamava Carolina, ele achou lindo.
Passaram-se alguns dias sem que nos víssemos, até que houve um romântico baile para comemorar a primavera. Foi nesta noite mágica que o reencontrei. Ele estava lindo, com um sorriso inebriante, seus olhos pareciam um lago banhado de amor. Depois do baile saímos para passear sobre a nevoar daquela noite quase irreal. Tive sorte, pois, minha irmã voltou cedo para o hotel e eu fiquei na doce companhia do jovem veneziano.
Caminhamos silenciosamente pelas ruas enfeitadas de flores, com cheiro de jasmins cobrindo toda a cidade. Parecíamos sem destino algum, como se não houvesse o futuro e logo eu tivesse que retornar para a realidade do meu lar. Fomos guiados pelas batidas dos nossos corações.
Quando a madrugada deu lugar a uma luminosa e preguiçosa manhã, pois, a cidade inteira ainda dormia. Abraçamo-nos sobre a Ponte de Rialto, ele me presenteou com um beijo apaixonado, típico de um veneziano e me fez juras de amor. Namoramos ao balanço das gôndolas naqueles canais apaixonantes. Mas, eu sabia que na tarde daquele mesmo dia eu teria que partir.
Por alguns instantes senti vontade de largar tudo no Brasil e viver aquele sonho de amor. Comprar uma casinha com flores na janela, de frente para as águas solitárias, que já viram amores nascer e depois partir. Infelizmente, eu precisava voltar para o meu mundo real, menos colorido, mas, que me fazia sentir com os pés firmes no chão.
No fim da tarde, eu me despedi daquele que foi o meu amor por uma única noite e permanecerá dentro de mim a vida inteira. Talvez na próxima primavera, ou, quem sabe em um dia qualquer eu torne a encontra-lo. Afinal, a vida sempre pode nos surpreender.
Mania que jamais esqueço.
Eu e essa mania de admirar as estrelas, mesmo quando elas se escondem através do véu. Durante minha infância eu costumava fazer grandes pedidos sempre que caía uma em algum lugar. E que eu me lembre, elas nunca se escondiam.
Hoje, parece que tudo mudou, a noite tem menos estrelas, pelo menos aqui na cidade, pois, a luz intensa ofusca o lindo brilho delas. São poucas as pessoas que olham para elas, deve ser por isso que elas se escondem.
Quem dera se todos tivessem essa mania, afinal de contas, vocês já repararam como cada estrela tem um fulgor diferente, uma vivacidade única? São milhões de pontinhos de luz espalhadas num azul fascinante. Mesmo perdidas por entre as nuvens, elas jamais perdem a majestade.
Alguns desejos e nada mais.
Que eu jamais me perca nos becos sombrios da falsidade. Que sempre aja luz refletindo amor nos meus olhos.
Que eu consiga dançar e cantar com alegria, até mesmo, quando faltar melodia. E mesmo que, os passos não sejam perfeitos, façam alguém sorrir.
Que a paz me acompanhe desde a alvorada até o crepúsculo do fim do dia. E que à noite a lua vestida com teu manto perfeito, me banhe com a tua luz reluzente.
Que os sonhos sejam afetuosos e me leve para lugares apaixonantes como Veneza, Paris, Amsterdam... , ou, quem sabe um jardim bem perto, onde eu possa respirar a magia insigne do amor.
Que a realidade seja melhor do que os sonhos e, a dor jamais habite o meu lar. E se habitar, que o amor em família seja suficiente para curar qualquer sofrimento.
Eu me engano
Tu te enganas
Enganamos-nos ao pensar que longe a felicidade é maior ou a tristeza ou angustia é menor...
Certas coisas não podem ficar separadas...
O que é mais importante para um pássaro: a asa direita ou esquerda? A questão é: ele só percebe a importância de sua asa (seja ela direita ou esquerda) se ele perde-la, antes por puro comodismo ele não percebe.
É generoso doar palavras. É um ato tão nobre quanto dar alimento a quem tem fome.
E eu ando com urgência de me (des)escrever vorazmente. Ando faminta de porquês.
Eu já estou bem convencida de que há vida apos a morte, mas ainda estou lutando para ter vida apos o expediente de trabalho...
O que fazer quando o orgulho e a imaginaçao tomam conta? eu sinceramente não sei, mas o silêncio está machucando bastante..
Porque o medo de tentar quando alguém está envolvido me machuca tanto, a ponto de eu adiar coisas que era pra ser resolvidos em segundos, carregando anos de dúvidas e amores imaginários.
A pior coisa no meu mundo são meus pensamentos, as vezes eu queria ser impulsivo, sem pesar conseqüências, percas e tudo mais, como viver pensando tanto? não sei.