Voar
Por vezes, um vento forte sacode o ninho e nos leva a pensar que a vida está tirando o nosso abrigo. Na realidade, tudo faz parte de um plano divino que nos desafia a bater asas e, finalmente, aceitar que chegou o tempo de voar...
— Jucelya McAllister
VOO LIVRE
Meu coração está batendo
Na decolagem, frio na barriga
No pouso, o gosto da futura e triste despedida
As palavras cessam
Papel e lápis são meus refúgios
Meu coração está batendo
de vontade do abraço,
de imaginar o sabor do beijo,
pelo fugaz encontro dos olhos
Meu coração está batendo
no silêncio, junto,
no sorriso largo,
no voo livre
Será possível um voo livre?
Livre de julgamentos
Sorrisos livres
Livres olhares
Livres do medo e do mundo
Aqui em cima, só nos dois
Será você livre somente quando voa?
Seus olhos me revelam sua sede de encontrar a liberdade nos meus cabelos
Suas mãos me parecem conhecidas
Sua voz reconhece a minha,
de onde?
Meu coração dispara
Nas nuvens, me deixo conhecer
Em pleno ar, respiro você com suas indignações
No solo, um adeus sem até breve
Meu coração para
Não olho pra trás
Não conseguiria partir
Atiraria-me em seus olhos de mar
Profundos demais
Nesse mar, não posso nadar
Do lado de fora, carros, buzinas, luzes e vozes me confundem os sentidos
De volta, em terra firme
Meu coração volta a bater
Voo livre tem dessas coisas
Mãos suadas, vontade de mais, assuntos inacabados e tempo que voa
Voa livre
#PEREGRINO
Cortei as rosas...
Arranquei as dálias...
Joguei-as, tristes, sobre a calçada...
Tudo passa e nem tudo fica na história...
Às vezes nem sobra uma simples memória...
Tal qual bolha de sabão...
Ao longe uma canção...
Um caminho e nada mais...
Sem querer voltar atrás...
Um peregrino a sonhar...
Distinguindo das vozes os ecos...
Alma velha em traje de festa...
Cuja única esperança: orar...
Tendo andado muitos caminhos...
Tenho aberto muitas veredas...
Tenho vivido com minhas incertezas...
Se é bom viver...
Melhor é despertar...
Sabeis agora...
Que a verdade veste-se de ilusão...
Podeis voar...
Sem tirar os pés do chão...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Tome cuidado ao proferir críticas. Um pássaro no chão pode estar apenas descansando. Como então você pode dizer para todos que ele não sabe voar?
Acho que em sua sabedoria infinita, nosso Pai Celestial criou a todos nós com uma única asa invisível. Quando amamos nos tornarmos par, nos completamos sem perceber com a asa que Deus concedeu ao outro. Por isso, voamos tão alto nas asas etéreas do amor, como se tivéssemos sido feitos pro vôo. Ou como se tivéssemos sido feitos pro amor?
O meu Albatroz voa, livre, nunca perdido.
E a única coisa que lamento
É que não tenha voado comigo.
"Antigamente era só construir o ninho, hoje, tem que trabalhar para ter dinheiro, alugar uma árvore, pagar os impostos, comprar os gravetos, e pagar pela segurança. Levar os passarinhos na escola, pagar a faculdade e rezar para que eles saibam voar."
Liberdade
Livre como um pássaro
Que voa a cantar
Estarei eu um dia
Melodias a entoar
Livre de verdade
Sem amarras a prender
Será que se sabe
Voar sem retroceder
Livre pelos ares
Sem medo de cair
Ou então pelos mares
Sem medo de submergir
Livre para sempre
Estarei eu a andar
Não importa se de repente
O coração venha a falhar
Asas
Me ensinaram a ser chão,
a ser reto, a ser horário.
E eu fui —
fui sem vírgulas, sem desvios, sem fé,
sem delírios.
Nem andor passava por mim.
Desaprendi de voar
quando adulteci
e virei funcionário da rotina.
Guardei minhas asas na gaveta do
esquecimento,
junto de papéis amassados e promessas
vencidas.
Me acinzentei — mas os olhos, não.
Eles cansaram de ver histórias de aluguel.
Anseio por uma história que ainda não construí.
Meu conto.
Meu próprio folclore.
Quero subir novamente,
nem que seja feito um passarinho de metal,
avião de lata.
Cair para cima.
Acredito que ainda tenho tempo.
Sonhar é verbo com hélice.
Ontem, me lembrei que nasci para o alto.
Reabri a gaveta com dedos de menino.
Achei minhas asas caladas, mas inteiras.
Borrifei esperança nas penas,
reacendi o desejo pelo voo na pele.
E fui.
Voar é desobedecer o peso.
Mesmo que o vento se esqueça.
Mesmo que as asas tremam.
Alcançar os ares é importante —
reaprender a sonhar,
mesmo que o mundo diga: não.
Beija-flor
Tinha beleza
de beija-flor
apesar de ver beleza
nas coisas da vida
sem pudor,
não gostava de se expor.
Flutuava feito beija-flor
apesar de não pousar
em qualquer flor,
continuava iluminada
mesmo depois
do sol se pôr.
Se um dia tentares me matar, me faça um favor. Me jogue da mais alta colina que você encontrar. Quero morrer voando.
A coragem é uma bela borboleta que passou por várias metamorfoses e agora voa para lugares que você nunca imaginou chegar.
Da Ideia à Criação
Antes da lâmpada brilhar,
houve a sombra da ideia,
um pensamento que se insinuava
como quem espreita o destino
sem revelar suas intenções.
O homem, em suas limitações,
só cria porque contempla
o que ainda não existe.
Do verbo ao cosmos,
do planar ao conceito de vôo,
tudo vibra na necessidade
de criar o novo, de moldar o nada.
Pensar é plantar mundos,
colher inovações
que o futuro não supõe.
É fazer do impossível o alicerce
e do impensável
o corpo da criação.
A primeira ideia foi o verbo,
e, desde então,
cada invenção é como uma prece
que nasce nos cantos da alma,
esperando o instante
em que essa ideia se faça matéria.
Se eu fosse um poeta, teria aprendido estar sempre, em solta liberdade, a navegar entre as nuvens, a sonhar, a amar e a voar.
Disseram-me: "Tens de criar raízes."
Mas eu, que não nasci para estar plantado, criei asas. Acharam-me tolo, sem maturidade. Hoje, lá estão eles, estagnados, e eu, a voar em liberdade.
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