Versos sobre Morte

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A morte é o repouso, mas o pensamento da morte é o perturbador de todo o repouso.

No meio da vida acontece que a morte surge e mede o homem. A visita é esquecida e a vida continua. Mas o fato está feito, silenciosamente.

Sabe-se que enquanto vivemos estamos mais ou menos expostos à inveja, mas depois da nossa morte os nossos inimigos deixam de nos odiar.

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

A vida, para os desconfiados e os temerosos, não é vida, mas uma morte constante.

O grande político conhece-se pelo fato de os seus pensamentos viverem depois da sua morte ou da sua derrota.

A velhice poderia ser a suprema solidão, não fosse a morte uma solidão ainda maior.

O temor da morte é a sentinela da vida.

Criar é matar a morte.

Condenados à morte, condenados à vida, eis duas certezas.

A mesma paisagem
escuta o canto e assiste
a morte das cigarras

Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.

[Quando foi perguntado se tinha medo da morte]
Da morte, nunca tive medo. O que não quero é ficar aleijado. Disso sim, tenho um medo que me pelo...

Um instante, vivido no paraíso,
não é pago muito caro com a morte.

Todas as manhãs,
mercado dos animais.
A morte cheira a urina.

– Depois de todo esse tempo?
– Sempre!

Por que você vive ?
Porque tenho ótimo motivo para viver !

Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...

Mario Quintana
Baú dos espantos, Porto Alegre: Editora Globo.1986.p. 596 p. 87.

Nota: Trecho do poema Conversa Fiada, compilado na obra referida de Mário Quintana.

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O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012

Temos a arte para não morrer da verdade.

Friedrich Nietzsche
A Vontade de Poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

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