Versos sobre Mim

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Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 23 de fevereiro de 1944.

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Eu sei o que você pensa quando olha pra mim. Talvez se eu fosse mais comportada, falasse mais baixo e não chamasse tanta atenção. Talvez se eu bebesse um pouco menos, te desse menos trabalho e não fosse tão do agora. Talvez se eu não tivesse chegado tão perto, nem te tocado tão fundo, nem sido tão eu... talvez haveria alguma possibilidade.

A minha terceira máxima era de sempre tentar vencer mais a mim mesmo do que a fortuna e mudar os meus desejos mais do que a ordem do mundo.

Não penso em me vingar, não sou assim. A tua insegurança era por mim.

Tenho uma mania de tomar conta das pessoas que são importantes pra mim como se elas fossem indefesas. É bobo, eu sei, mas me preocupo com coisas do tipo, se a pessoa está respirando no meio da noite.

Se morreres antes de mim, pergunta se podes levar um amigo.(Stone Temple Pilots)

Sim, estarei atento. Mas não sou mais eu que vivo, e sim o seu amor que vive em mim.

Não tenho nenhuma saudade de mim – o que já fui não mais me interessa!

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

A minha salvação não depende do que os outros acham de mim, mas do que Deus sabe ao meu respeito.

Estou cansada de fazer pelas pessoas o que jamais elas fariam por mim.

Tão carente que só o amor de todo o universo por mim poderia me consolar e me cumular.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Estou com saudade de mim. Ando pouco recolhida, atendo demais ao telefone, escrevo depressa, vivo depressa. Onde está eu?

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica É preciso parar.

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"Por que eu deveria me importar com a posteridade? Ela nunca fez nada por mim."

Mais que a minha própria vida, além do que eu sonhei para mim, raio de luz, inspiração, amor você é assim, rima dos versos que eu canto, imenso amor que eu falo tanto.

Eu já sofri muito com os desamores. Me apaixonei por pessoas erradas, me perdi de mim, culpei pessoas por uma infelicidade que morava no meu peito. Que bobagem, o que é nosso é nosso, é maldade jogar nas costas do outro uma coisa que te pertence.

Mas para mim não importava o que se fora. Queria o passo à frente.

Como um gato de dorso arrepiado, arrepio-me diante de mim.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

São poucas as pessoas que despertam em mim esse medo louco de perdê-las.

Eu vou ter tanta saudade de mim quando morrer.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

É, eu só lamento, sabe? Lamento ter visto muita coisa numa pessoa que não viu nada em mim.