Versos sobre Mim

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Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Com você conheci a grandeza do amor, a vida para mim tem mais valor, porque tudo o que eu sempre quis ter, muito mais eu encontro em você!

Tem horas que eu me perco sem você aqui, aí eu lembro: tá tão longe de mim. E o meu coração grita: mas tá aqui dentro.

Não se apaixone por mim, garota, porque eu vou magoar você.

(...) porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop — pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe?

Jack Kerouac
KEROUAC, J. On The Road: Pé na Estrada. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988

Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim. Vivo me perdendo de vista.

Clarice Lispector
Um Sopro de Vida

Vem depressa pra mim que eu não sei esperar, já fizemos promessas demais...

Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo...

Uma mistura de sentimentos dentro de mim neste momento, mas vou deixar se sobressair apenas os bons, apenas os que trazem a felicidade.

A humanidade progride. Hoje somente queimam meus livros; séculos atrás teriam queimado a mim.

Comigo é o seguinte: tenho que ficar sentado e esperar que a coisa venha até mim. Posso manipular tudo e espremer depois que chega, mas não posso sair a procurar.

Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim.

Álvaro de Campos

Nota: Adaptação de trecho do poema "Começo a conhecer-me" de Álvaro de Campos

Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

Não gosto nada de saber o que dizem de mim nas minhas costas. Faz com que eu fique convencido demais.

‎Nove décimos de mim já morreram, mas eu guardo o décimo restante como uma arma.

Eu tenho 99% de certeza de que ele não gosta de mim. É esse 1% de possibilidade que me mantém assim, tão firme.

Eu estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo.

A surdez foi de grande valia para mim. Poupou-me o trabalho de ficar ouvindo grande quantidade de conversas inúteis e me ensinou a ouvir a voz interior.

Frases que lhe saíam fáceis e incolores mas que em mim se cravavam, rápidas e agudas, para sempre.

Clarice Lispector
A bela e a fera. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Se acreditas em mim, não temas. E mesmo que morras agora, ainda hoje estarás comigo no paraíso.