Versos sobre Comida
Ela é daquele tipo de mulher que tenta se camuflar nas coisas
Passar desapercebida
Mas sua singularidade é tanta
Que é impossível que não se destaque
Tem gosto excêntrico,
É desajeitada para algumas coisas,
Adora gente que rema contra a maré,
Que tem caráter.
Ela é simples de coração,
Porque sabe que simplicidade é sinônimo de sofisticação.
Ela não abre mão de ouvir Zeca Baleiro e Chico Buarque antes de dormir,
De sonhar com seu lugarzinho no mundo,
De fazer a diferença e cantar sua infinitude.
Ela é, por dentro e por fora, uma extensão da liberdade.
Você é tão diferente dessa gente que conheci e sempre me deixou pra lá, flores não bastam, suspiros não são suficientes, mas quando digo que meu amor por ti é verdade, é bonito, é a verdade mais cristalina que eu conheço.
Um milagre está chegando, menina, e eu acredito nisso, você ficará e tudo ficará bem.
Meus versos são ligeiros, para correrem para teu jardim com intensa emergência.
Me dê uma passagem e uma casinha na beira das tuas estradas, quero morar em ti. Morar no teu âmago sagrado, mas também profano. Morar no teu jeito instigante, no teu gosto de malícia, no teu amor latente.
Me dê sua pele, cola em mim, deixa-me ser a constelação do céu da tua boca, dê-me tua poesia que eu farei de nós reticências, deixe-me ficar em tua vida, em teu mundo. Espera nós de nós que eu te salvo, sempre...
AMIGO VENTO.
Amigo vento, vai e vem com seu barulho
Cheio de orgulho, rompendo os muros
Fazendo- me tão bem.
Amigo vento com seu alento
Vem logo cedo
Ou na negra noite também.
Trouxeste alguém,
Era meu bem.
Senti seu cheiro e foi certeiro.
Era você, amigo vento.
Anunciando que ele vem.
tuas chamas me acenderam
feito brasa afastada
quando tocada pela faísca
não sabia que nosso ardor
nos faria arder demais
e por vezes desejar o frio
voltar aos nossos ideais
sorte que temos consciência
da nossa plena dependência
e voltamos a nos encontrar
no lugar que sempre foi nosso:
o palco do perdão.
"ruína e vida"
PRISÃO
Prisão sem barras
Que muito me sufoca
Prisão sem paredes sem saída
Prisão do coração da alma
prisão que a cada dia e a cada hora fica sempre a diminuir...
“Minha mente sempre a mandar – me”.
A dar – me ordens para não ficar com lamurias
Ou somente não chorar.
Como posso eu com meu coração machucado
Não me lamentar, não chorar.
Tenho que lhe dizer mente você esta louca em delírio pela perda
Já mais nos consolaremos.
Mas alguém ira nos salvar
“Um dia...”
Verdade ou mentiras
“Não em porta se e verdade ou mentira”
Não podemos escolher somente uma
Pois a verdade jamais deixaria a mentira.
Pois estão unidas na alegria ou na tristeza,
Na saúde ou na doença.
Podem brigar ate mesmo pensar em se separarem,
Mais no final sempre e para sempre
“Unidas ambos estarão.”
Diga-me qualquer coisa.
Fale-me qualquer coisa.
Cite-me qualquer coisa.
Recite-me qualquer coisa.
Pronuncie qualquer coisa.
Grite-me qualquer coisa.
Sussurre-me qualquer coisa.
Xingue-me de qualquer coisa.
Coise qualquer coisa
Pra coisar essa minha vida
tão
coisada.
RAINHA DO MAR
A vida, o mar.
Que acaba o castelo de areia.
Que puxa a gente pra dentro,
e empurra, de novo para fora.
Que levanta bem alto,
para ter queda maior.
O barco quebrado.
Faço mais forte.
E um dia vir a quebrar de novo.
O tempo ensina aos pescadores,
o tempo do mar
Que tem seu tempo para
deixar de ter tempo.
Ai, é só mar, só mar mesmo,
sem tempo nenhum,
e com todo tempo sobrando.
Assim, a rainha do mar,
nos ensina ficar peixe.
CASA DO SABER
Dentro da cabeça tem um mundo inteiro,
que vai crescendo a cada dia.
Neste mundo não tem porteiro,
que esconda a chave da sabedoria.
PORQUÊ LER POESIA?
Poesia só serve pra isso:
Tirar a gente
da gente e jogar
no mundo.
Depois…
Tirar a gente do mundo,
e guarda a gente
bem mais
F
U
N
D
O
na gente de novo.
Assim, os olhos dos
poetas são distantes
de tanto ir pro mundo e descer
mais profundo…
Que um dia de tanto
D
E
S
C
E
R
rasgará a alma
para fazer
poesia com
Deus.
POETA É CRIANÇA
Poeta é gente pra se esquecida.
De toda memória apagado.
Da face da terra riscado.
Para que viva à poesia FAZIDA
Assim mesmo, feito crianças
Que trazem, doces lembranças
Da livre inocência
Sem gramática, só crença…
ESPELHO
Vivia num mundo trocado
Tudo bem do avesso
O que falavam.
Em mim, não
Encontrava
Virei o mundo para mim
Tudo no mesmo avesso
O que sempre falei
Nos outros só
Encontrei
Quando em mim
Já estava
FRANGO DE PADARIA
Morei uma vida toda por um segundo
No olhar pidão de um cachorro zoíudo
O taco de frango, engordurado confundo:
Se como, ou saio daquele mundo?
QUARTO DE CRIANÇA
Uma girafa voando,
Um cavalo voando,
Um cachorro também,
Não sabia, nem falar direito
E eles voavam lé em cima.
Um dia cresci
E me contaram que estava
ERRADO
Se eu soubesse NUNCA
iria crescer
Para ter olhos
E ficar cego
Sem ver.
BERÇO DA VIDA
Desde novinho, figuei apaixonado
Pelo mistério imaginado
Que dentro da barriga
Da gravida
Mora um MUNDO gigante
Que um dia se torna gente.
Se você ver um barrigão, fique contente!
GÊMEOS DE BARRIGA
Casamento é gravidez
Da mulher buchuda
O homem também
Duas bolinhas esperando
Outra que vem.
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