Versos e Rimas
E do fogo nasce uma fagulha
Fui desarmado então luto com unhas
Sinto o mar nos pés e quebra a onda
Olho pra cima pra luz, não pra minha sombra
Eu sei sou pecador!
No rio sou pescador!
Lutei briguei com a dor!
Pra ressurgir o amor!
E do gogo nasceu uma fagulha
E do fogo nasceu uma fagulha
E do fogo nasceu uma fagulha
Antes de eu ser pra alguém
Quero ser alguém pra Deus
Tô na corrida, mas ando sem pressa
Abri minha vida pra fechada certa
Já me senti tão longe
Agora me vejo de perto
Olho menos pra fora
E penso mais no interno
Mais fé no rumo e hoje vivo por uma verdade
Achei a chave da vida e me libertei das grades
Que prendem os pensamentos e sequestram a paz
Mete o pé serpente, eu vou ouvir o meu pai
E do fogo nasceu uma fagulha
E do fogo nasceu uma fagulha
V- iver é muito diferente de apenas
E- xistir, como é bom poder
R- ir e chorar! Ser por querer
O- melhor da vida é se expressar
N- avegar no mais profundo do
I-nconsciente,vivendo o presente. E
C- rer que o nosso existir de
A- manhã será um novo Ser. Seja
Não pense que o nordestino
desconhece a sua razão
mesmo se for franzino
é mais brabo que Lampião
quem tem medo do destino
não sabe o que é sertão.
Saudade desse lugar
do aconchego do povo
mesmo no sol de rachar
no prato feijão com ovo
mas se o destino deixar
e a chuva me convidar
vou pro nordeste de novo.
Dê bom dia a natureza
e valorize o que tem
por cada prato na mesa
agradeça e diga amém
e seja sempre a fortaleza
do alicerce de alguém.
Tudo aqui é a natureza
de um povo trabalhador
cada pão posto na mesa
é uma obra do Senhor
e muitas vezes a riqueza
vem do nosso interior.
Aqui o sol está brilhando
o nosso mar azul celeste
e o vento vem soprando
de bombordo pra boreste
e é tanta gente visitando
que o Caribe vez em quando
tem inveja do nordeste.
Carro de luxo aqui não tem
roupa de grife também não
não se ver nota de cem
e nem casa de barão
mas o nosso maior bem
é a sinfonia do Vem Vem
no amanhecer do sertão.
A seca traz desilusão
traz descaso e aperreio
se na mesa falta o pão
no prato falta o recheio
mas se chover no sertão
toda nossa população
amanhece de bucho cheio.
Poema: "O Início da Última Temporada"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
fisicamente fraco, mentalmente fragilizado.
em completa desesperança me encontro.
sinto como se estivesse no início da última e trágica temporada de uma ficção barata.
o drama, sempre exagerado, já transborda.
o medo, tento ignorar, finjo não existir.
me divirto, faço tudo o que eu quero, e como quero,
não me envergonho de meu hedonismo barato,
pois, ao escolher meu último dia, quero olhar para trás,
e romantizar tudo que vivi: todos os prazeres e gargalhadas,
todas as desgraças e derrotas,
cada lágrima derramada,
e concluir, então,
que se tudo foi em vão,
ao menos tive uma grande história,
daquelas que ninguém vai contar.
Poema: Recipiente Vazio
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
sou um recipiente vazio,
e por ser vazio, a amargura sempre se aproveita,
trazendo com ela a ira, e a autodestruição,
a me preencher.
novamente sigo em alta velocidade,
hoje eu já enxergo o intransponível em meu caminho,
sem saber se tento frear, ou se acelero, sofro em silêncio.
se tanto inspiro e expiro tormento,
e não sonho mais com a luz ao fim do túnel,
é porque sei que quanto mais eu desejar e sonhar,
maior será a dor da colisão.
sigo aqui, mesmo exausto, pois temo que meu sangue respingue em dor, ruína e mais languidez a quem tanto amei. Se algum dia eu desistir, saiba que lutei até o fim.
Poema: "Adicto em Declínio"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
aflito, de alma estafada,
o véu que separa o coração da razão
não me permite enxergar qualquer valor
ao olhar através do espelho da alma.
os pesadelos ainda vivem e consomem até a sombra,
e não há mais forças para lutar,
pois por tanto tentei,
acreditando ter dado meu melhor,
portanto falhei
ao tentar ficar de pé.
tal como uma cobra, hoje rastejo, mas menos que ela que sou,
pois ela ainda tem algum valor que um adicto em declínio.
Poema: (deso)lamento
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
já não posso voltar atrás, consertar os desacertos
e desfazer tudo aquilo que me fez quebrar em pedaços tão pequenos,
me restando somente o futuro ora premeditado.
eu tento, tento remar com as mãos,
mesmo em frente à invencível tormenta,
mas, sabe, ainda estou aqui,
sofrendo, chorando e rindo de tudo e de mim mesmo,
ainda estou vivo, mesmo sabendo que o fim me espera.
então me debato,
choro e rio,
também me desespero,
choro e rio,
enquanto o doce abraço espero.
Poema: Resignação
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
meu mundo está desmoronando,
e eu tento remendar os destroços, mas não consigo ir além.
minhas mãos já não são suficientes para construir estradas que vão me levar a algum lugar,
pois aqui as paixões morreram com as vontades, e só me resta forçar ficar à vontade e aceitar.
dói demais quando o que é, é o quê e como deve ser,
então enfrento, mesmo sabendo, afinal, é o que tanto espero,
o descanso de todas as dores que não param de arder, de tudo aquilo que nunca irá cicatrizar.
Poema: Desventura
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
O tempo que eu passei pensando sobre procurar um caminho,
apenas pensei, e nada fiz, continuei a arder em fogo andando em brasa,
e eu não sei como vou continuar,
pois nunca houve um plano B, algo a se fazer,
pois nunca pensei que ia querer ficar,
no fundo eu tenho medo, mas já é tarde demais para lutar,
as vozes não me deixam descansar.
Poema: Perdição
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
Engolido por frustração e medo, a energia negativa transborda, e
quanto mais penso sobre o mundo, aumenta exponencialmente a minha vontade de desistir.
As coisas dentro da minha cabeça não têm sido fáceis; já não suporto este peso que há tanto carrego,
e, fora da minha cabeça, a vida também não tem sido complacente.
Estou cada vez mais exausto e sem um pingo de esperança,
alcançando limites antes definidos como minhas derradeiras linhas vermelhas.
Está tudo tão diferente,
não me reconheço mais, não reconheço o que me cerca,
e não sei mais se é possível voltar a ser como era antes.
Não sei mais o que fazer, nem o que esperar, ou por que esperar.
Poema: Círculos
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
tudo está perdido,
tão perdido,
e eu finjo não ver todos os espinhos no caminho,
ignoro as feridas não cicatrizadas acumuladas.
segui caminhando, tão ferido, até chegar aqui.
mas hoje tudo me leva a crer que, se nada vai mudar,
por que não devo, então, me entregar?
tão perdido, continuo caminhando
até o incerto futuro que nem sei se existe mais.
tão perdido, eu não saio do lugar,
tão perdido, em círculos a vagar.
Poema: "Da aceitação do futuro"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
esperando a vida me varrer,
e me jogar em qualquer lugar,
eu já não ligo mais se vou continuar tentando,
ou se vou desmanchar em consequências,
pois o tormento que há dentro da mente é bem mais forte,
e confortável é o abraço que o abismo oferece,
mas o espaço que há entre o ser e o agir nunca será apagado da história.
e as dores persistirão na chuva,
derrubando as folhas secas,
deslizando a terra exausta.
o reflexo em branco é o futuro que me espera.
Poema: "Teto"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
cruzei todas as linhas vermelhas,
não há mais como voltar atrás,
todos os planos foram exaustos,
toda a esperança,
que esperança?
apenas ilusão.
e me restou dizer que já basta,
dizer não ao sofrimento,
do meu jeito,
o único jeito,
e nos lembrar que em Lugar Nenhum há algum lar para descansar,
sem doer.
