Versos de Silêncio
Ombros me consolavam quando antes a saudade batia
Hoje recolho-me no silêncio que outrora não fazia
Já não tenho a paz, o conforto e alegria
Que antes ela me dava com seu jeito e harmonia
Aguento tamanha voracidade em silêncio,
Pois se eu gritar nessa madrugada
Sou capaz de acordar o mundo inteiro.
Sabe o que me inspira?
Solidão. Silêncio. Chuva. Música. Inverno. Banho quente. Frio. Amor. Tédio. Vento. Árvores. Conversas espontâneas. Sorrisos. Decepções. Ilusões. Sonhos. Desejos. Morte. Vida. Tristeza. Alegria. Fraqueza. Liberdade. Realidade. Vazio. Amizade. Paz. Costumes. Manias. Afeto. Inteligência. Ignorância. Frustração. Momentos. Sentimentos. Razão. Emoção. Depressão. Crise. Saudade. Medo. Noite. Palavras. Tempo. Pensamentos. Força. Paixão. Coração. Necessidade. Diferenças. Indiferenças. Mundo. Pesadelo. Piedade. Dor. Verdade. Lágrimas. Alma. Frieza. Ódio. Esperança. Atitudes. Gestos de carinho. Insatisfação. Recomeço.
Silêncio pra organizar os pensamentos
Paciência até as coisas se ajeitarem
Tempo de sossegar a alma
Renovar os sonhos e levar a vida com calma
A probabilidade
O grito silente
O silêncio impertinente
A palavra decaída
A palavra não ouvida
O medo de sair
A quem ama sem assistir
Diva Franco
23/12/2007 00:29:28
Vermelho como o sangue, branco como o osso.
Vermelho como a solitude, branco como o silêncio.
Vermelho como o instinto selvagem, branco como o coração de Deus.
Vermelho como o ódio degelado, branco como um frio e doloroso choro.
Vermelho como as sombras famintas da noite.
Como o sinal que dispara através da Lua
que brilha branco e dispersa vermelho.
...Lança teu grito no meu silêncio
descobre-me
dá-me um nome.
Quero olhar-te com
a última-face-oculta
emergida de mim.
Crava tua verdade em minha verdade.
Revela-me
ou destrói-me..."
Poema em Solidão nº6
E assim,
- tão de repente -
o silêncio habitou em nós.
Em solidão
Estou
(vestida de silêncio)
Meu silêncio,
eu o construirei como uma torre:
palpável e presente
o edificarei.
...
Entre ti e mim
construirei silêncio
e o silêncio é a ponte
por onde o amor caminha..."
Trago-te
uma face magoada
trago-te
a sombra de minha face.
A boca guarda em silêncio os gritos interiores
e os ocasos se sucedem
nos meus olhos.
Sinto meus dedos que rompem as grades
das janelas
e se ferem de azul.
Mas as mãos,
(que desejariam voar)
estão quietas..."
Todas as coisas estão realizadas
Nada acontece
no silêncio opaco das horas
Agora somos simples
- mas não felizes..."
Quando me encontro em desespero
Com meu silêncio e minha razão
O silêncio me faz pensar,
A razão me diz vai,
Meu corpo segue a voz da razão
E quando cai, se lembra do silêncio que vem lhe dar a mão.
Do livro SER EM TRÂNSITO" (1979)
Amigo,
daí o meu silêncio
esse olhar ambíguo e um certo ar viajante de quem
não está-estando
a mão pendida numa mala ausente.
E daí esse soluço
que me trava a voz, se na flor da boca
um nome irrompe como um sol nascente.
...
Mas por que agora me dói teu nome
e ao ouvir teus passos me estremeço?"
Silêncio sombrio, dor sem perdão, razão em fuga, a me penitenciar
Travado, no quarto quadrado, em redemoinho, o abismo, adentrei
Encafuado, em solo alagadiço fiquei a circular, alheado, ainda a girar
Andei em charcos e mangues, ainda a chafurdar, foi quando estanquei.
Silêncio
Diga... O que te faz pensar assim
Diga... por que já não lembra de mim
Se te fiz sofrer, foi sem querer
Se o amor faltou em mim
Foi por que faltou você.
Diga...Por que já não me faz amor
Diga... por que não telefonou
Se não posso mais, ainda assim eu quero
Na esquina do amor ainda te espero
Meu relógio parece não querer mais trabalhar
Ainda assim eu vou ficar....
Na esperança de poder te encontrar
Se o teu silêncio for eterno
Pra que é que existe inferno
Se o céu é o meu lugar
Diga...Que o que eu sinto é amor
Diga...Se era meu por que levou?
Trás de volta aquele amor
Que um dia você me deu
Trás momentos que o tempo
Fez o favor de nos tirar
Diga...Que o teu silêncio tem motivos
Mas não vejo, não consigo
Entender o que te fez calar.
Diga...
O meu amor precisa te escutar.
