Versos Curtos de Amor Ciumes
Escuridão
Na escuridão tudo é preto
Na escuridão não enxergo
Na escuridão eu me assusto
Afinal, eu sou a escuridão e ela que me observava?
Não importa, o que importa é que estou dentro olhando do lado de fora
Não enxergo, não enxergo
Nada
Pergunto se tem alguém, ninguém responde
Pergunto o que querem, ninguém responde
Pergunto sobre o que é, respondem nada.
Sou eu fazendo as perguntas ou as perguntas me perguntado?
Sou eu questionando o nada ou eu que estou no nada?
Só sei que no vazio quântico eu não sei de nada
Nada, nada
Hoje estou longe
Consigo andar por meio instante
E ver o presente
Que parece tão distante
Ó passado o que eu seria sem você?
De onde sai a inspiração de um poeta?
Simples,
Transformamos sentimentos em palavras,
Tristeza me traz inspiração,
Inspiração me traz poemas,
Poemas me proporcionam felicidade,
Tristeza e felicidade andam juntas,
Se tornando assim a inspiração de um jovem poeta.
NOITE DE INVERNO
O silêncio que perturbava a névoa
Trazia o mundo nas costas
De uma noite sombria e sem vida
Os ponteiros giravam em prol do destino
Que atormentava o homem na sacada
Fumando um cigarro e arfando problemas
Só mais uma noite comum de inverno
Em uma pequena cidade do século XXI.
Na ausência do sol' o brilho do dia se esgotou
e sem o molhar da chuva com sede a minha planta ficou
Sem o raiar do sol nem o molhar da chuva
Apenas nuvens negras sobre o seu ceu"
Vi o sol se pôr ontem, e até agora não apareceu.
Intristecido perguntei ao universo o que aconteceu
E no termino da tarde' com um grande luar e o cintilar das estrelas
a noite respondeu.
Solidão
No cair da noite as luzes se apagam,
Mergulhando em plena escuridão,
Sozinho no escuro dou conta da solidão.
Como o enorme espaço que em minha cama,
hávia sobrado,
Em um grande vázio o meu coração hávia encontrado.
-Tu as eu tort. Tu auras de la peine. J'aurai l'air d'être mort et ce ne sera pas vrai...
Moi je me taisais.
-Tu comprends. C'est trop loin. Je ne peux pas emporter ce corps-là. C'est trop lourd.
Moi je me taisais.
-Mais ce sera comme une vieille écorce abandonnée. Ce n'est pas triste les vieilles
écorces...
Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.
Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.
[O Pequeno Principe cáp. IV]
Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Nota: Trecho de poema presente no livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos).
...Mais(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?
Há maquinas terrívelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um cachuto aperte um botão,
Paletós abotoam-se por eletricidade,
Amor e faz pelo sem-fio,
Não precisa estômago para digestão (...)
