Versos com Rima das Estacoes do ano
A MEDIDA CERTA
Se causa por poetar-te se escreve
quem dela se furta? quem liberto?
por amar se tem o versejar certo
e aquele sentimento nunca breve
Qual mor sensação se descreve
se o olhar é amor... tão decerto
há força no compor, e recoberto
tons poéticos, com emoção leve
Porém, se eis de poetar a quem
que seja o que o coração sente
e o afeto que no apuro manteve
A sensível poesia podeis, ir além
das entrelinhas, mas bem entende
o quanto pode e, o quanto deve...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 julho 2024, 17’16” – Araguari, MG
AOS PÉS DA EMOÇÃO
Fui no amor sonhador exaltado
tudo era para mim importante
o conto... a ilusão tão cintilante
ouvir, sentir, um feito sagrado
Foi se avivando ser enamorado
e a paixão, ardeu, num instante
com uma sensação penetrante
e um toque cheio de significado
Deitei-me aos pés da emoção
na tendência de muita direção
ri, chorei, e fui um imaginário
Ó crenças do coração, singela
és ao sentido enigmática janela
e pro sentir sustento necessário.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 julho 2024, 19’32” – Araguari, MG
TOM SÚPLICE
A chama no tom súplice desta poesia
sussurra saudade outrora com ensejo
agora vazio que aperta o peito, e vejo
que és lembranças que inquieta o dia
É maneira que na imaginação incendia
o desejo, tão arriado, e tão sem almejo
mas, que remete a um alvoroço sobejo
ateando o que antes no coração sentia
Ó ditosa recordação está que se atreve
a evocar os beijos, ensejos e momentos
no poema a quem o amor junção deve
Então, aviva sensações, encantamentos
da paixão, e que seja onde se descreve
emoções, as que suspiram sentimentos.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 julho 2024, 16’53” – Araguari, MG
TEU SILÊNCIO
Cansei-me de tentar o teu verso
Do teu olhar tão belo e atraente
Me vi numa poética, que mente
E rimas de sentimento disperso
Sentir o teu ritmo, tom perverso
Que faz a sedução tão presente
Fui sentido, que n’alma se sente
E o anoitecer com temor imerso
Ó sensação ardente, alucinada
Sussurra agonia, pobre soneto
De solitária canção enregelada
Desses versos vãos, incompleto
O palpitar da inspiração, e nada
Tão cruel tal este silêncio quieto.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 julho 2024, 16’53” – Araguari, MG
POESIA, CÂNDIDA E ENAMORADA
Ser o soneto mais lindo do sentimento
Poetar, sempre contente, o tom pleno
Ver a rima poética em um sacramento
Da inspiração, e o versejar tão sereno
Um perfume e, aquele doce momento
Cheirando a alfazema e gosto ameno
Com a sensação a revoar pelo vento
Criando emoção num cálido veneno
Ser sentimental num sedutor espírito
E tão bonito, num entusiasmo infinito
Compondo a imaginação encantada
Meu Deus, dai-me o gosto do ardor
O soar acelerado do coração, amor
Nesta poesia, cândida e enamorada.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 julho 2024, 19’54” – Araguari, MG
PERMISSÃO
Quis Deus dar-me a chance de ser emotivo
Doando trova, dando a imaginação alforria
Em sedutores versos, em um desvario vivo
Num ritmado de sons, de tons e de fantasia
Quis Deus fazer da minha sensação, poesia
Cheia de paixão, ilusão, e marcante motivo
Traçando quimera, em um plectro adorativo
Com sentido e ao coração romântica termia
Quis Deus fazer-me bardo, tão sentimental
Onde a cada momento deixou de ser igual
Pra se tronar especial e, então, eu tracei...
Cada olhar, cada suspiro, cada dor, aonde
A emoção esteve, e o sentimento esconde
Para, assim, ter viver na prosa que versei.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 julho 2024, 16’37” – Araguari, MG
SONETO APAIXONADO
Pelo verso cantando vai contente
A poética do soneto apaixonado
E canta o desejo tão encantado
Ao alegre som do amor presente
Ritmado, canta feliz, inteiramente
Em cálido sentimento enamorado
Solene, por ter sensação ao lado
Vai cantando a paixão que sente
E a ode em compassada alegria
Qual canto, trova a terna emoção
Cadenciando a romântica poesia
Cantos vão cantando em vibração
E nas trovas entoam total euforia
Brandindo as cordas do coração.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 julho 2024, 18’58” – Araguari, MG
LEDO SONETEAR
O ledo sonetear, que gorjeia
o mimo no canto com doçura
na alegria o prazer murmura
e por entre magia serpenteia
O verso que a satisfação teia
é poesia com rima de ternura
formosura, tom feliz, ventura
criando odes de afeto, creia!
A cadência boa duma paixão
total, e sem qualquer lacuna
traz a sensação ao coração
Então, seja poética oportuna
com a mais afável satisfação
fazendo do amor, sua tribuna.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 julho 2024, 15’46” – Araguari, MG
PROCLAMAÇÃO
Vai, soneto atento, vai, poesia alada
verso de desejo, afetuoso e desperto
vai, que tu mesmo, num tom referto
há de difundir está alma apaixonada
Cumpre o pacto da atração sagrada
anunciando o poético compasso certo
criando rimas de sentimento coberto
dando ao cântico cadência iluminada
Diz-lhe que, velado de paixão, existo
um intenso ardor, pleno de sensação
deixando intenso sentimento previsto
Ó soneto, se o afiançar desta paixão
vive, e no significar se possa ter visto
então, proclame o amor em comunhão.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30 julho 2024, 16’09” – Araguari, MG
ALEGÓRICO CERRADO MEU
Alegórico cerrado meu, quão diverso
te cantei e canto, és cântico desigual
místico te vejo a ti, encantado visual
teu chão acre, seco, em te perverso
A ti eleva-te o fascínio, todo o verso
a quem te devotar, num ato visceral
e graça, te trova já, riqueza tropical
no teu controverso e incontroverso
Já que na sedução és-te comparte
seja deleite, ó dissonante quimera
que fôreis em tudo díspar encarte
Mas, de ti, a demudada primavera
rica, e bela, e tu tornarás baluarte
e assim, notar que o vário impera.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
31 julho 2024, 14’15” – Araguari, MG
SONETO AVOCANDO
Na mão da agonia, na dor desdita
Uma saudade, afinal, meu coração
Frustrado, no engano duma ilusão
Senti e amarga na tristura descrita
Como a dó, ferida, que do dano grita
Aumentando ainda mais a vastidão
Do verso sem decisão, sem a paixão
E, o sentimento desbotado e eremita
Como sofrente, em lôbrega jornada
O soneto, em uma poética prostrada
Sussurrando solidão insistentemente
Acossa, estorva, se vê desnorteado
Jorrando cada suspiro encarcerado
Avocando pelo momento pendente.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 agosto 2024, 07’57” – cerrado goiano
LANÇADO AO CHÃO
Nessa toada toda feita de arranhão
de suspiro e sussurro, de saudade
é que eu vejo toda uma tonalidade
distante, mais que dor, sofreguidão
Não é um sentido duro da emoção
nem o odor regular da acerbidade
é outra trama, outra sensibilidade
que até nem sei se há no coração
Num místico sentir, uma procura
feito só de agrura, só de loucura
ruminando a quietude pela beira
Ó prosa, prosa triste, triste condição
cá nesse soneto lançado ao chão...
cortado. Sem deixar a ilusão inteira!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 agosto 2024, 16’45” – Araguari, MG
Flor da quaresmeira (mística flor)
Quase setembro, o cerrado fantasia
Esplende, num colorido bem vindo
Na ramaria as corolas se abrindo
Compondo singular e bela poesia
A planície de magia vai cobrindo
Monte a monte, em farta quantia
A luz do sol ascende em sinfonia
E os tons violáceos ao céu, lindo!
Quase fim do inverno, a primavera
Surgindo, com toda a sua ternura
Enchendo com cheirosa quimera
Sublime encanto, suspiro e vigor
Da cor ametista, no sertão figura
Flor da quaresmeira, mística flor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 agosto, 2023, 05’07” – Araguari, MG
Nasci em Araguari, nas Gerais
Criei-me no Rio de Janeiro
Quase outra terra Natal
Afinal, sou carioca e mineiro
Um mineiroca do litoral...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/08/2023 - Araguari, MG
Noutro dia...
Num verso sentido, na poética, figura
Sussurrado da emoção em um talvez
A saudade que sente a dor sem cura
De outrem. Uma sensação de nudez
Enquanto na prosa ao acaso procura
O otimista verso suspirado, e que fez
Dantes a poesia sem aquela tristura
Incessante agrura e sem ter a rudez
Então, surge a madrugada, ritmada
A ilusão, sobre o chão, desfolhada
Guiando a trova, criando-a especial
Ó esperança de atraente formosura
E, ante ao escrito vazio de aventura
Traz noutro dia, inspiração virginal...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 agosto, 2023, 13’26” – Araguari, MG
Terra natal (Araguari, MG)
Nasci em Minas, o meu chão
Araguari, orgulho das Gerais
Sertão de serra na imensidão
Das flores perfumadas e mais
Da mocidade, aparatos especiais
Que me viu nascer, doce paixão
Que faz aos sentidos, divinais
Do meu bem querer, és coração
Cá para as bandas do cerrado
Em explosão de cor, estrelado
O céu, terra natal, tom maior
Pois, longe de ti, és só saudade
Que na lembrança a dor invade
Araguari, não se esquece, amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 agosto, 2023, 06’28” – Araguari, MG
*135 anos de Araguari, MG
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
Ela, a saudade
Se ela de novo à minha inspiração
Dolorosa, para a minha serenidade
Hei de dizer-lhe tudo com exatidão
Dum mártir vingador, na crueldade
Pouco importa o gesto, a suposição
Não se fez crente a minha piedade
Pois bem, serei frio e sem coração
Dar-lhe-ei alheação, infiel saudade!
Mas, ai! sentir-te é ter uma fração
É suspirar, imaginar e fazer parte
Que ainda aperta o peito, emoção
Tento, evito, devaneio, desmedido
Caio num versar de ti, tão covarde
E, me ponho a sonhar, ter podido!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 agosto, 2023, 16’26” – Araguari, MG
Imprevisto
Eu senti um suspiro. Longo e frio
Sussurrado d’alma, que suspirara
Tão pouco sei qual o motivo ficara
Assim, tristonha, de súbito arrepio
Quanto mais a sentia, mais havia
Aperto, pranto com a terrível cara
De quem não inferia. Ó rude apara
Que ao poeta mal inspira a poesia
Por que tristura? E então pudera
Ter no verso sentimento contrário
Se a emoção é sensação sincera
Que possa então aliviar a tirania
Orando amor em poético rosário
Para deixar o versar em sinfonia.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 agosto, 2023, 12’26” – Araguari, MG
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