Velhos Bonitos
É chegado o momento de findar velhos sentimentos, arrancar as ervas daninhas do meu jardim, secar as minhas feridas e regar o melhor que há em mim. É tempo de renovação, de limpar o
terreno, cuidar do solo e fazer novas plantações. O passado não pode mais me paralisar, me amargurar e me impedir de florescer.
A Árvore Invisível
No meio da floresta, onde o verde se espalha em incontáveis tons de vida, há uma árvore morta. Seu tronco retorcido e seco ergue-se como um esqueleto, desprovido de folhas, de seiva, de movimento. Os pássaros não pousam em seus galhos; os insetos não a rodeiam; até o vento parece desviar-se dela, como se sua presença fosse um incômodo.
Ela já foi grande, já sustentou ninhos, já balançou sob o peso de frutos. Agora, é apenas um vulto silencioso, uma sombra esquecida no meio do esplendor alheio. Os olhos dos passantes deslizam sobre ela, sem fixar-se, sem reconhecer sua existência. Afinal, quem se importa com o que já não floresce?
Assim também é a velhice humana. Há um momento em que as folhas caem — a vitalidade, o vigor, a utilidade aparente — e, de repente, o mundo parece desviar o olhar. O idoso, outrora centro de histórias e sustento, torna-se uma figura quieta nos cantos da casa, nos bancos das praças, nos quartos de asilos. Suas rugas são como as rachaduras no tronco da árvore seca: marcas de tempestades sobrevividas, de anos que não foram gentis, mas que ninguém mais se dá ao trabalho de ler.
A floresta segue verde, impiedosamente bela. A vida dos outros segue, impiedosamente alegre. E a árvore morta permanece, invisível, até o dia em que o vento mais forte a derrubar, e então, talvez, alguém note sua ausência — mas não sua existência.
Assim como tantos velhos, que só são lembrados quando já se foram.
O mais espantoso nos velhos é a sua falta de pressa, como se eles dispusessem de todo o tempo que teriam os moços se não tivessem tanta pressa.
Não julgue os mais velhos, eles já viveram mais do que você.
É preciso muita sabedoria para envelhecer.
Ver de uma perspectiva irrisória, sempre será aclamada;mais pra enxergar um palmo na sua frente deve-se tirar a venda...
Quanto mais estamos cuidando de outras pessoas, menos pessoas estão cuidando da gente.
Estamos ficando velhos!
E quem nasceu entre o final dos anos 70 e o final dos anos 80 sabe do que estou falando.
Já faz algum tempo que estamos adultos.
Já faz algum tempo que não temos mais o título de “o mais novo” em algum local.
A cada dia, conhecemos mais e mais pessoas mais novas que a gente.
Escutamos com frequência (ou o tempo todo) expressões do tipo “obrigado senhor(a)”, “pois não senhor(a)”, “o senhor (a) gostaria que...”
No trabalho, estão começando a nos respeitar não só pela nossa competência, mas também pela nossa idade.
Já faz um tempo que não podemos mais nos dar ao luxo de cometer erros banais ou de tomar atitudes irresponsáveis… temos filhos, temos família, temos pessoas dependendo de nós e aos poucos estamos entrando em um processo de nos tornarmos pais dos nossos pais.
Se fazer de vítima não adianta mais, chorar já não traz a mesma atenção de antigamente. Estamos ficando cada vez mais “sós”, não uma solidão de companhia, mas uma solidão de alento. A cada dia, menos pessoas nos dizem o que fazer e mais pessoas precisam dos nossos conselhos.
Estamos ficando velhos, mas não somos velhos.
Não podemos nos dar ao luxo de cansar e de parar. Temos muito ainda para conquistar e muitas pessoas para ajudar. Esse é o nosso momento, essa é a nossa geração. Somos as crianças que passavam muito tempo brincando na rua e pouco tempo assistindo televisão e que agora cresceram em meio a uma revolução tecnológica que aproxima quem está longe e afasta quem está perto, mas não podemos entrar em “crises existenciais” sobre isso, não podemos nos sentir diferentes em mundo tão diferente do qual fomos criados. Viramos senhores e senhoras e percebemos que quanto mais estamos cuidando de outras pessoas, menos pessoas estão cuidando da gente.
Dizem os velhos ditados, para desconforto das mães, que os homens e alguns cães duram pouco tempo lavados.
Rever amigos e relembrar velhos tempos é ter a certeza de que, ainda que a distância se faça presente, o sentimento, por sumido que esteja, nunca morre!
Já não somos tão jovens pra enlouquecer
Nem tão velhos pra ver nosso sonho morrer
Vai saber, vai saber
Não consegui te esquecer
Quando começou, a gente até tinha futuro
O tempo passou e hoje me peguei no escuro
O sonho de amar e ficar velhos juntos
Vai ter que ficar só nos planos
Hoje só gosto, já não amo
“Quando a aposentadoria é farta os filhos se
digladiam para cuidar dos pais; com pouco
dinheiro o asilo é o destino dos ancestrais.”
Há dois processos que passamos a compreender com o tempo:
"Se os jovens soubessem..." e,
"Se os velhos pudessem..."
Não é a idade de uma pessoa que faz dela madura. Pois a maturidade não surge do tempo, surge do coração humilde e aprendiz. Por isso que há tantos velhos meninos e muitos jovens conscientes. A verdadeira maturidade está calçada em valores, princípios, na fé em Deus e no amor para com o próximo. Entender isto é mais que crescer como ser humano. É está pronto para entrar pela porta do Céu.
Admirava os velhos porque sempre tinham o conhecimento específico sobre alguma coisa: comidas, plantas, televisão, violência doméstica, bebidas, etc. Eu sabia que, possivelmente, eu nunca chegaria a velhice, nunca seria visto da mesma forma, talvez não chegasse nem à meia idade.
Chega a hora de apagar arquivos velhos.
Deletar pra gravar outros no lugar.
E não esquecer de desfragmentar pra otimizar o espaço.
Senão o cérebro fica lento, obsoleto, não aceita programas novos.
O que era ótimo ontem, hoje te deixa estagnado.
O que era essencial ontem, hoje é menos que desnecessário.
As coisas têm seu valor de acordo com o tempo delas.
Tentar eternizá-las é destruir sua importância histórica
