Velhice
Com o passar dos dias:
A vida passa;
O tempo passa;
A velhice chega.
Mas o amor não acaba;
Nem a saudade;
Nem a solidão.
Velhice é a sombra esmaecida de minha juventude; ela sempre me acompanha; dança na minha frente, pra me relembrar, que um dia, eu tive a leveza e a alegria de voilatar nos bailes da vida.
A Velhice, todos nós temos medo de um dia chegar lá, contudo sempre pedimos que se levasse muito tempo até que chegue à hora de partir para uma melhor, assim diremos a morte (apesar de que não interpreto assim, enfim). Mas uma coisa é certa, pouquíssimos pensam que devem chegar lá acompanhados, e essa companhia é para o resto da vida, até porque no final de tudo só vai sobrar algo: o amor construído ao longo dos anos.
O amor é um dos sentimentos mais bonitos a serem cultivados e um dos poucos que paramos para nos ater a ele. Em boa parte das vezes só é notado (apesar de sempre estar ali), depois que perdemos a nossa fonte, e quem dirá: “o bem amado”. Às vezes por erro de ambos, ou individual, mas sempre haverá erros de ambas as partes, nada do que o outro possa evitar. Há também sentimentos não tão bons, mas que nascem conosco e ultrapassam muitas coisas, inclusive nossa racionalidade, como orgulho, raiva, ódio, egocentrismo, medo entre outros. Ser racional não significa agir com orgulho ou pensar exclusivamente em si, mas em um todo, ao seu redor. E nem agir por impulso, estimulado por uma raiva. Amar, em primeiro de tudo, é ser racional, é entender e compreender, posso dizer por tudo que já vivenciei. Amar é uma eterna paixão que pensa e que não dá passos a frente, mas que rasteja lentamente e que muita cautela, sem nível, sem contestação ou preconceito. E pelo fato das vezes o amor agir com essa cautela, acabamos deixando-o sozinho e às vezes até pisando com a nossa pressa. Infelizmente, os sentimentos de angustia nos causam essa pressa, e toda a cautela nos dada pelo nosso amor é deixada de lado, ao ponto de chegarmos a passar por cima de tudo, inclusive de quem amamos. Como diz a cantora Joanna em uma de suas músicas: “... É loucura não ouvir o coração. Desse jeito a gente pede pra sofrer...”. Realmente é verdade, não é tanta loucura, mas é entrar em um sofrimento.
Ninguém é perfeito, todos têm problemas e falhas, mas esses podem ser corrigidos. Não há como chegar à perfeição, até porque não existe definição para tudo, mas nada que entre em um consenso de opiniões. Alguns dizem que não são capazes de mudar, pelo contrario, todos somos, acredito que isso seja um jargão de preguiçoso ou de orgulhoso sem ter, nem se quer, o amor próprio. Podemos mudar, podemos vencer, podemos conseguir, somos capazes. Não dá para simplesmente se olhar no espelho e achar tudo bonito e legal, é você ali, mas você não está em um mundo sozinho, precisa de outros, assim como precisou de sua mãe, seu pai, irmãos e amigos. E a sua aparência não passa de uma casca que vai envelhecer e apodrecer um dia, mas seu caráter, esse sim será seu reflexo para o resto da vida. Não podemos enfrentar tudo a sós, claro que existem as exceções para alguns casos que se devem pensar sozinho e tentar organizar as idéias.
Quando aprendemos a amar algo, é de costume nos adaptarmos aquela coisa, ou ser, para que as idéias sejam encontradas, contudo nada é perfeito. Principalmente quando se trata de outra pessoa, existem divergências e sempre existirão. Agora vai da consciência e racionalidade de cada um saber lidar com elas. Certas coisas não mudarão da noite para o dia, e as vezes não vão mudar (apesar de eu ter dito que podemos mudar), porém em certos momentos há opiniões que são impostas socialmente e temos que conviver com elas mesmo não concordando. Nada que um belo jogo de cintura não resolva. O maior problema quando essas opiniões são frutos de um mero orgulho. O orgulho, aprendam, é como se fosse uma droga, te dá uma sensação de poder, mas te leva a coisas horríveis, inclusive a perda do próprio amor e até da vida. E você jamais será capaz de enganar a si mesmo. Isso dá pra ser mudado, se livre do vício do seu orgulho, seja racional e não orgulhoso. Como já diz o ditado: “Gentileza gera gentileza”. Seja gentil acima de qualquer coisa. Procure ser educado, se não der, silencie. O silêncio nem sempre será uma boa ação, mas garanto que é melhor do que falar coisas que vão te arrepender depois. Teremos tempo para resolver as coisas, para pensar e ajustá-las, contudo estará toda a eternidade para se arrepender. E por último, seja racional, mas jamais deixe de amar, nem deixe todo seu amor de lado, pois foi ele que te colocou onde você estar agora e que ninguém jamais viverá feliz sozinho.
O caminho, doce trilhar… A velhice é marcada por limitações físicas. Um corpo maturado tem que aprender a lidar com o novo, suportando suas próprias fragilidades. Dessa forma temos grande índice de idosos depressivos, por não encontrar mais sentido em sua existência. Entregando-se as dificuldades que chegam com a idade.
Com a velhice muitas vezes vem a solidão e desse pacto ninguém escapa, daí a importância de se trabalhar o espírito para amar a própria companhia, reconstruindo sentidos do que vai ficando ao longo da nossa história. Ainda estamos vivos e se pensarmos bem, qualquer passado já é morte. A vida é sempre o que vai ficando no sopro do momento.
Com a velhice muitas vezes vem a solidão e desse pacto ninguém escapa, daí a importância de se trabalhar o espírito para amar a própria companhia, reconstruindo sentidos.
Interrogações? a velhice traz suas negações. Mas afinal envelhecer é presente para muitos…
Estamos vivos ainda na “contemplação”
Portanto viver e envelhecer é privilégio.
É importante compreender isso ou a esfinge nos devora, ou nós nos devoramos!
Eu já sai dessa. Não dá mais pra continuar com essa sensação de velhice e desânimo. Há uns três meses praticamente não saio de casa, fico enjoado com tudo, tomo ódio de tudo. Perdi o contato com as pessoas que eu considerava interessantes, fico vivendo de um jeito que não é pra ser. Uma vida toda interna, lendo, pensando, maquinando, escrevendo, ouvindo música melancólica o tempo inteiro. Daí, então, hoje percebi que me sinto bem... Não dá pra explicar. Lá fora tem muita nuvem azul e anda fazendo o maior sol.
Qual é o problema com a velhice?
Ela é só o oposto da novice!
Ela nasce, morre e revive...
Tudo o que é velho é novo
E tudo o que é novo é velho;
Tudo que é velho existe
Tudo que existe flui
Tudo que flui vive
Qual o problema da velhice?
Quem tem corpo velho: vive
Quem tem alma velha: ensina
Quem tem mente velha é sábio.
Quem nasce hoje e morre amanhã é otário!
Qual o problema da velhice?
A velhice não esta nas rugas, mais nos pensamentos. Poderemos ser eternos e ainda jovens e com maturidade. A beleza não resulta em meus olhos, mais naquilo que ele é capaz de enxergar
"O corpo humano não vem equipado para ir de encontro à velhice. Não possuímos ossos e articulações sobressalentes. Não levamos nos bolsos um par de olhos novinhos em folha para quando
a visão tornar-se opaca.
Necessitamos sim é de Coragem para olhar para o futuro e preparar-nos para a velhice."
" A ÚNICA BELEZA QUE FICA QUANDO A VELHICE CHEGA...É A BELA DE TER VIVIDO UMA VIDA CORRETA,SEM PISAR,OPRIMIR E ROUBAR OS SONHOS DOS OUTROS"
(Gilson Robson)
Na Velhice/ no Outono/ na Saudade
Ainda trago ao pé de mim
aquela mulher ao meu lado.
Deus, como foi rápido,
cada olhar sem rumo e disfarçado
os beijos ardentes como febre de outono.
Outrora desses anos todos que passaram
carrego no meu interior
a única mulher que eu amei.
Tive muitas outras
uma por noite
duas por noite
três
quatro
outras por meses
até anos longos e duráveis
mas aquela, nunca se apagou da minha vida,
nem nunca vai.
Não tive chance de ter mais dores com ela
ajudá-la em suas necessidades,
diversas tristezas e calamidades.
Ela está ai, anda por ruas estreitas
por entre cidades pequenas.
Sei que viaja, cuida dos filhos
se resguarda, bebe vinho no natal
faz dieta e lê bons livros
poupa-se do cansaço da mulher
e lembra,
às vezes lembra.
Talvez todas as noites
ou intervalos de meses
anos,
até décadas
Meu Deus, isso é muito tempo
mas ela lembra.
Não se lembra de mim em si,
porém do sol diferente
que brisava seu rosto pequeno.
Pai! Como eu ainda lembro
daquela pinta na bochecha
no corpo tão pequetito, e tão sereno.
Lembra-se dos chocolates, das flores
dos jantares fulminantes e estrelados.
Voltávamos e eu virava a esquina errada
só para continuar mais tempo a andar com ela.
De quando eu chorava ao deixar ela em casa
na vigia da lua e dos anjos.
Eu não me esqueço, como eu não me esqueço
do amor que virou arte nos ares
nos cafés que frequentamos,
das trufas que comemos
dos ursinhos de pelúcia
no cinema,
das horas esquecidas ao telefone
eu nem olhava para o relógio.
Das diversas vezes que levou as roupas à costureira
para remendar os rasgos que eu havia dado
na noite anterior.
E de quando ela me chamava de: "louco",
o meu "louco".
A vida? A vida passa por ai,
despercebida e calada.
Não dá o menor sinal de aviso
ela anda nas pontas dos pés
de mansinho, a cada dia que nasce
a cada sol que aparece
como que se voltasse de uma festa
e a vida, um dia fica nessa festa que não tem hora pra acabar
chamada mundo.
Hoje, já se passaram sessenta anos
sessenta e poucos anos, confundo os números,
que o meu amor foi embora.
não sei ao certo
estou velho
meus cabelos brancos não me deixam mentir.
O que eu diria se ele estivesse na minha frente agora?
- Diria o tanto que eu ainda a amo.
Palavras que me abalam profundamente.
Porque são palavras que eu nunca disse.
Os jovens vivem na ilusão de que o mundo é seu. Mal preparados para a velhice, mal preparados para a morte. Eles se encontram em muito pouco.
E como uma coisa só, a vida e a morte, a vigília e o sono, a juventude e a velhice; pois essas coisas quando mudam são aquelas, e aquelas, são estas.
O Sábio terá grande honra em se encontrar consigo mesmo na velhice. O tolo, terá vergonha. Pois o sábio cuida da sua velhice agora, e o tolo acha que viverá para sempre.
E uma das nossas melhores e maiores distrações, com a velhice, é recitar, não só para os outros, como também para nós mesmos, nossa própria história.
A juventude é um sopro que logo se esvai, transformando-se em outono e inverno que traz a velhice e a sofreguidão, restando apenas as despedidas e as lembranças distantes.
Enquanto que para uns a velhice chega aos vinte e poucos anos, para outros, a juventude os acompanhará por toda a vida.
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