Velhas Amigas
Desde Esopo as fábulas sempre foram
contadas do mesmo jeito...
Que tal mudar um pouco as coisas?
De vez em quando precisamos mudar
alguma coisa naquilo que nos é contado...
Segundo os politicos, tudo na vida tem
mais do que uma versão...
O que é propina para alguns, é presente para
outros, e assim vai a vida...
RECONTANDO VELHAS HISTÓRIAS
Marcial Salaverry
Com tudo se modificando
idiomas e história de alterando...
Novas regras gramaticais,
já não sei mais
como escrever...
Não podemos gerundiar,
e isso é um azar...
Vamos então velhas fábulas modernizar,
só pra ver se as crianças cibernéticas vão gostar...
E vejam o que descobri...
Na verdade foi o Gato de Botas
que comeu a pata do Jacaré,
que era o bichinho de estimação
do Capitão Gancho, que era
namorado de Branca de Neve,
que descobriu o caso de amor da
Cinderela com os Sete Anões,
enquanto a Julieta transava com o Dirceu,
que era amiguinho do Peter Pan,
e Jocasta comia Hamlet, digo omelete...
E, no final, quem matou o Salomão Hayalla,
foi o tal de Roque Santeiro,
que de santo não tinha nada,
pois tinha um cacho com o Ivanhoé,
aquele amante do Robin Hood...
E o Lobo Mau, apaixonou-se pelo Bambi
quando descobriu os Tres Porquinhos
paquerando João e Maria,
que estava procurando a Fada Sininho,
com a carruagem que virou abóbora...
E o Príncipe quando foi comer uma rã doré,
no que colocou na boca, ela se transformou
na Bela Adormecida, bem assadinha...
E tudo começou com uma história....
e, saiu pela outra,
e quem quiser, que conte outra...
Assim terminam os contos d"antanho,
com mentiras de qualquer tamanho,
como certas explicações que ouvimos,
que serem "fake" deduzimos...
Marcial Salaverry
Às vezes me sinto tão pequena e insignificante por ser tão inexperiente, enquanto pessoas mais velhas parecem gigantes e incríveis porque já lidaram com todo tipo de coisa durante a vida.
Respondendo ao lindo soneto Velhas Árvores, de Olavo Bilac,
uma comparação das velhas árvores com as pessoas
que vão se deixando ficar velhas...
Velhas árvores / Velhas Pessoas
Olavo Bilac / Marcial Salaverry
Olha essas velhas árvores, mais belas,
Do que as árvores novas, mais amigas,
Tanto mais belas quando mais antigas
Vencedoras da idade e das procelas.
"Para vencer da idade as procelas,
são idéias das mais antigas,
que confidenciamos às pessoas amigas,
que desejam sempre estar mais belas..."
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
"E ouvindo as velhas tagarelas,
sempre entoando as mesmas cantigas,
mais aumentam nossas fadigas,
cansados das vãs palavras delas..."
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem;
"Na realidade, todos envelhecem,
mas sabendo viver, que envelheçamos
com um sorriso, como na nossa mocidade..".
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
"De certos achaques e ataques todos padecem,
mas mesmo cansados, nos ampa...ramos,
contando com a mão de Deus, forte e cheia de bondade..."
VELHAS LEMBRANÇAS (soneto)
Ah! amareladas lembranças, tão tagarelas
Das nostalgias vividas, e agora tão antigas
Tanto mais velhas quanto mais inimigas
Vencedoras do tempo e das agastas trelas
A dor, a solidão, o silêncio, à sombra delas
Vivem, murmurando de angústias e fadigas
Onde em seu leito só tem canções sofridas
Descoloridas, sem os matizes das aquarelas
Não choremos, poesia, a aflitiva saudade!
Envelheçamos com elas, e o seu reclamo
Como só as aroeiras valentes envelhecem
Na glória do exceder, do afeto e bondade
Se há recordação, que clamemos derramo
De despedida, as memórias que padecem!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/02/2020, 17’10” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VELHAS SAUDADES
Olha as velhas saudades, tão cáusticas
Do que as saudades novas, menos antigas
Tanto mais agridoces do que as ortigas
Derradeiras na alma e assim tão fubicas
A lembrança, a dor, tristura em futricas
Que o tempo não as corroem nas fadigas
Tão casmurras e se abrigam nas cantigas
Dos amores perdidos e com as suas tricas
Não choremos, camaradas, a saudade!
Vivamos a cada segundo! E vivamos!
Como a esperança que não envelhece
Na felicidade, e também na bondade
E assim com o riso e harmonia vamos
Dando conforto aos que dela padecem!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Saudades de velhas amizades, das quais eu sei, que não vão voltar, mas fica na memória, as risadas e choros que juntos compartilhamos, e espero que minhas memórias não me abandonem, pois assim, quando sentir saudade, já sei onde devo procurar.
E a vida pede pausas
levar consigo somente o que acalma
a alma...
desconstruir velhas pontes
bagagens pesadas de ONTENS...
Marcia Maria Matos
Para que coisas novas comece acontecer em sua vida, primeiro você precisa abandonar as velhas o mais rápido possível.
Velhas indagações
Porque rivalidade?
Será que não conseguimos conviver numa amorosidade de compartilhamento?
É mesmo necessário um torcer por um time ``A´´ e outro por time ``B´´ e `C,D,E´´, etc.?
Por que?
Pra que?
Qual o fundamento da rivalidade?
Será que até Deus não gosta de marasmo?
Porque pensei isso?
Por que desde o inicio da raça conhecemos relatos onde os comandados afirmam que Deus mandara eliminar povos A ou B.
Se pegarmos toda História perceberemos a disputa em torno de tudo.
Não aceitamos a condição de segundo lugar, só somos totalmente felizes conquistando o lugar máximo, o primeiro lugar.
Por enquanto ficarei com minhas interrogações.
Mas... e os;
Por quês?
pensando hoje sobre que estamos sempre em uma busca incessante...
então conclui-se que:
"Tudo é novo, até que se torne velho.."
Dezembro com jeito de dezembro: Lugares enfeitados, panetones nas prateleiras e as mesmas velhas conjecturas de fim de ano.
Não são suas aquelas canções que tentavam falar o tempo todo das coisas perdidas, da vida que passada fazendo contas de perdas e ganhos, dos cabelos que caem por trás da tintura, dos caminhos percorridos atrás de algum desejo indefinido, do rascunho feminino, dos orgulhos desfeitos nos contornos das pernas hospitaleiras, das aspirinas e cigarros da mais triste versão de uma história muito particular, das moscas voando sobre as louças, sobre a necessidade de esquecimento, sobre as tolas ostentaçoes inventadas? Não são suas aquelas canções que inventavam silabas introspectivas e retropictivas mágicas de alguns dos mais persistentes renascimentos, das palavras mastigadas e soltadas aos trancos, cheias de incoerências e violências pomposas?
