Velas
Queimar velas, queimar incenso ou "queimar" ervas, por vezes, a mesma ilusão de conectar os pontos.
... de fato o mundo é dos contrários.
Jantar à luz de velas todo pobre e necessitado ou quem é de área rural utiliza e muitas vezes sente-se menosprezado e incapaz.
Já o homem rico e de posses acha chic e prazeroso.
Paradoxal modo de observar e vivenciar o mundo.
em novembro
vai precisar de festejo
é mês das quarenta velas
assoprar num só bafejo
sem ter parcelas...
são ainda com um tal ensejo
de serem bagatelas
afinal, os primeiros quarenta
e viver se pode, ao dobrar
somado com mais uns “enta”
a vida começa (a)pesar...
coragem e água benta!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2019
para o Márcio Francisco
Dezembros
Mais uma vez esperança
Anjos, luzes, bolas e cores
Velas velando a lembrança
Guirlandas ornadas de amores
Na ceia enchendo a pança
Na fé a busca dos valores
No olhar abraço e aliança
Dezembros prescritores...
©Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/12/2015 - cerrado goiano
Sou veleiro por ti a navegar
És mar sereno onde estou a singrar
És vento a minhas velas inflar
Vou rumando para ti
A mulher por quem vivo a sonhar.
Humberto Leão
A lua inspira conversas, as estrelas seguram velas, o vento assobia e faz as árvores dançarem. A natureza criou todo o clima e você, não apareceu.
Quando não é pra ser não adianta ficar remando contra a maré; mais sábio é ajeitar as velas, mudar o rumo e navegar em outros mares com outras marés em busca de novas paisagens, novos ares e novos amores!
Todo ano antes de soprar as velas, sempre faço o mesmo pedido: que se esqueçam de cantar parabéns no ano seguinte!
Em algumas situações da nossa vida,feito um filme,queremos voltar a vê-las e queremos editar,copiar e até colar e em outras, excluí-las definitivamente!
Donde estou não avisto as estrelas
Teria que sair lá fora para vê-las
Mas o lá fora nesta hora
É tão solitário no meu imaginário...
Melhor deixá-las irem embora...
mel - ((*_*))
06/06/2014
O aroma das flores .
O calor das velas.
Nos remetem a pensamentos.
Que são tão íntimos .
Trazendo as nossas memórias.
Lembranças de um passado.
Milenar em nossa existência.
LETRA MORTA
Que tristeza a letra morta.
Como é duro vê-las pisoteadas como formiguinhas em um papel branco. Ali, alinhadas apenas para fazer sentido, não sentindo, só sentido, em uma frase igualmente morta. Letras exangues, pálidas, estéreis... letras figurativas nos cemitérios dos documentos. Ali elas não falam, só calam, e caladas, estáticas, cedem, inertes, suas exuberâncias. Cedem o que poderiam ter sido, cedem seus corpos, feitos para viverem das encarnações de mistérios desconhecidos, cedem sua majestade apenas para fazer sentido. A letra fria, tão amada pela burocracia. A letra que não diz nada, que só aponta, com seu cadáver, aonde vai a fria estrada. Letras que não desabrocham nem voam, sem beleza nem desespero, letras sem gosto, sem tempero! Múmias cravadas no deserto, sem nenhuma ideia por perto. Agrupadas em palavras com esmero arranjadas, palavras que não se defendem e que já não podem nada. Letra, palavra, frase, parágrafo, item, inciso, o raio que o parta! No jazigo do documento a letra sinaliza, mas não fala!
Sua sonoridade não canta!
Sua sinuosidade não encanta!
Dissecadas até o talo, parecem dizer: a partir daqui eu me calo...
Ah, mas não há de ser nada, essa morbidez passa...
Que a metafísica do sentido é eterna.
E a letra que no documento jaz morta a dar coesão aos esquemas, há de renascer vitoriosa, flor de Sol, no jardim dos poemas...
Só acho que...
Poderíamos parar de Ver as Pessoas como Erros, e começar a Vê-las como Aprimoramento, tanto para as Mesmas quanto para Nós.
Afinal de contas, não estamos do Lado de Fora, Fazemos parte do mesmo Contexto. ;)
Ricardo Deric