Vandalismo

⁠Não existe revolta pacífica. O mal do Brasil é confundir revolta com vandalismo. Onde há revolta, não existe vandalismo.

Pichação não é arte, é vandalismo mesmo. Depredar a minha casa não é arte, é vandalismo mesmo. Furar os pneus do meu carro não é arte, é vandalismo mesmo. Tudo aquilo que modifica o princípio estético de algo público ou privado por terceiros sem autorização se considera vandalismo.

⁠Pule para dentro do Espírito: é melhor do que pular no vandalismo da carne como no carnaval, onde todos provocam a ira de Deus.

⁠Destruir algo feito pelo homem é vandalismo, mas destruir algo criado pela natureza é progresso.

Pintemos o rosto para encarar com humor
Essa vida vazia cheia de tanta dor,
No picadeiro se encena o caos social
Meras marionetes em crise existencial...

Na corda bamba, na jaula do leão,
Admirável mundo novo ano de eleição.

Somos todos palhaços tristes...

Não consigo não pensar
Enquanto todos dormem ao meu redor
Travestindo rebeldias sem causa
Esperando mudanças por si só...

Pagar pra ter cultura, saúde e proteção,
Lutar para sobreviver cada dia é um dragão,
Da labuta a penúria a árdua vida da nação,
Tirar da mesa e por na igreja
Esperando salvação.

O choro preso na garganta que inflama,
O grito mudo trancafiado no pulmão,
Colhendo frutos que alimentam a esperança
Como alimentos garimpados no lixão...

O que mais seria a guerra a não ser
Jovens se matando?
O que mais seria a guerra a não ser
Velhos conversando?

Espero que a chuva venha lavar
Tudo que me fez chorar,
Por ser sou um animal
Tolo e sentimental.

Melancolias de um samba,
Tristeza em pleno carnaval
Um dilema em minha cama,
Viver ou fase terminal.

Filosofias de bar,
Ideologias fúteis de jornal.
Água levanta poeira do asfalto
O cheio me leva ao passado.

Banho de chuva,
Descalço na rua
Olhando o céu
Pensamentos aleatórios ao léu.

Quando a vida
Anda mais ou menos,
O melhor remédio
Ou o pior veneno.

Aprendi a lutar
Quando vi que não era de vidro,
Fui alem dos sentidos,
Mas do que o permitido
Enfrentando o acaso
Me deparei com o destino,
Na luz do refletor...

A igreja é
O ópio do povo
Com drogas diferentes,
Mas somos todos iguais afinal.

Deus está morto
nas pequenas igrejas, grandes negócios)

As mães só são felizes,
Quando de tudo não tem informação,
Os pais felizes só são,
Enquanto fingem não prestarem atenção.

Os anos passaram rápido demais
E agora os dias são todos iguais,
Como roupas velhas
Numa gaveta empoeirada,
Preservo a inocência
Intestinada na minha alma.

Um novo anjo torto se afoga em distúrbio
Enquanto autoridades estão em cima do muro,
Lugares confortáveis
São revisitados,
Luzes da cidade iluminam os desajustados.

O que ludibria nossos olhos
E cega o coração
Estrela em comerciais
E em frases de caminhão.
Em cigarros importados
Perfumes falsificados
Na falta de um senso critico
Se torna nosso vicio...