Vai Ficar na Memoria
passam meus dias em suspenso, a memória estagnada, sinto que além do que sou e do que penso, que a vida parou, trago a alma angustiada...estou entre o ser e não ser nada!
com o passar de folha, apagou-se metade do meu sonho, já a memória se esquece da antiga disciplina, comovidas as flores na jarra, afirmam que estou delirando... e deixam um aroma fresco ao alvor, em minha almofada... a memória é pois um cântaro cheio de saudade, resgato o sonho, e lá volta a brisa com a claridade da infância...nessa hora sonho com o tanger do sino, cujo som mágico consigo ainda recordar, e o rio, éden da minha infância, águas cristalinas espelham o céu e nas margens crescem flores como meninas joviais...meu sonho continua à sorte, e vai jogando o jogo da vida e da morte...o tempo cega-me, mas as estrelas avivam-me os sentidos e a lua escuta o meu coração, solidária dá-me a mão e o sonho continua...
lágrimas são nascente que irrompe do coração, cascatas velozes na memória, rio lavando a pele do rosto, redentoras do tempo e da dor.
quando se abrem brechas na memória, a vida fica sem tino, estremecem os alicerces e a alma veste-se de negro...
o passado vive na minha memória, o presente me convida a viver, o futuro está no segredo dos deuses ...
velozes passam os anos de experiências vividas e repetidas, na memória jamais esquecidas como raízes que nos prendem à vida
trago na bagagem da memória um espelho que me revela um rosto que não encontro, uma voz que não alcanço, por muito que em mim procure...
na minha memória um caudal de tempo, que é dor que percorre a pele quando uma ruga mais se inscreve no meu rosto...
caminha a memória por pedaços de recordações a querer esquecer a fuga irremediável dos dias, cativa da busca do sonho ...
escutei a memória, tacteei as lembranças, quis aprisionar os anos, e deixei-me estendida no varal do sonho num humilde anonimato...
na terna desordem que há na memória, recordo um rosto como se fosse sonho...aquele que hoje sem vida, quero ignorar,
o medo aninha-se na memória onde há lembranças implorantes, que reconhecem estar a cair no perdido...
Não possuo memória romântica, nunca fantasiei amar.
Amar é presente que se dá com tempo, é rotina de carinho a pele.
Sentimento que não se compra ou vende.
Cada um sabe como seu coração se sente.
Não volto, não sei como . Há muito tempo perdi parte de mim , minha memória falha não me permite lembrar onde. Desde então, não parei de me decompor. Todos os dias, a todo momento me deixo nos lugares por onde passo buscando me esvaziar de mim. Tive a ilusão que me espalhando por todo canto eu desapareceria juntamente com o vazio que me preenchia e fui me dividindo, de tanto me dividir me tornei indivisível, e o vazio, o vazio não desapareceu. Foi no meu último segundo que percebi que nem mesmo virando cinzas o vazio em me desapareceria, o vazio não estava em mim, o vazio era eu.
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