Um Poema para as Maes Drummond

Cerca de 285893 frases e pensamentos: Um Poema para as Maes Drummond

⁠Ali um dia serviu para defender,
prender e também para curar,
é a Ilha de Anhatomirim que
tem muita história para contar.

Estou indo navegar para escapar
do veneno espargido de quem
não se contenta com o da própria
língua e expõe a todos a perigo.

Não preciso fazer nada porque
a existência de gente assim
para si próprios é inabalável castigo.

Tenho mais o quê fazer do que dar
holofote à quem não quer aprender
e só se gloria no mal para aparecer.

Inserida por anna_flavia_schmitt

"A Torre que tocava o céu"

⁠Construiu-se um dia, em pedra dourada,
uma torre tão alta, tão bem desenhada,
que o próprio céu, em sombra e fulgor,
curvou-se ao seu ápice, tomado de dor.
O rei que a erguia dizia sorrindo:
— Tocaremos os deuses, estamos subindo!
Ninguém mais morrerá, ninguém mais cairá!
Seremos eternos, além do que há.
Mas quanto mais alto se erguiam os muros,
mais fraco tornavam-se os elos futuros.
A torre, tão firme, perdeu sua base,
e o rei, cego em glória, ignorou a fase.
Até que um dia, sem som ou aviso,
uma pedra caiu do paraíso.
Depois outra, e outra, e então o trovão
desfez a torre com a mesma mão.
O rei foi soterrado no brilho que quis,
num império que nunca o fez feliz.
E dizem que ainda, por entre os escombros,
ecoam seus gritos: desejos sem donos.
Pois a queda é o fim de quem se recusa
a aceitar que a alma também tem sua lusa.
A ruína não nasce da noite ou da sorte —
ela é o preço de zombar da própria morte."

Inserida por robscheuer

⁠Sempre que as camélias
florescem em Rodeio,
Nos meus olhos
fazem um jardim,
Quero ser para os teus
olhos como elas
para trazer-te para mim,
cobrir-te de mimos,
e dizer sem dizer nada enfim.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠" À AQUELE "

Buscai os altos céus, braços erguidos,
ciente que é um presente, o dom da vida,
e graça gloriosa recebida
os dias que nos são oferecidos!

E que a palavra sábia proferida
nos seja em gratidão pelos pedidos
quer tenham sido, ou não, nos concedidos
por benção sempre, aqui, imerecida.

Erguei as mãos… Louvai! Hoje estais vivo!
Teu coração não mais se faz cativo
dos erros, do pecado, do passado…

Assim, com fé, braços erguidos, louve
mostrando que ao teu coração aprouve
servir à Aquele que te tem amado!

⁠⁠Alma maruja traz um pouco
de tudo aquilo que precisa
ser refeito na Baía da Babitonga
que eu já perdi a minha conta.

Embora não tenha perdido
a esperança de Ilha Alvarenga
por ser poesia, poema e poeta
com apego ao mar e esta terra.

Desistir não é e nem nunca
será a opção porque viver
é o quê move pleno o coração.

Não perder jamais as correntes
e deixar que pousem solenes
na existência feita para a navegação.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠" DEIXO "

Quando um olhar me corta, assim, ao meio
e me reduz ao pó, sem compaixão,
eu deixo-me levar pela ilusão
de que é o amor que, cortejar-me, veio!

Permito que me dispa ali, então,
que me descubra, livre, sem receio,
e que se manifeste num floreio
me arrebatando, ao fim, o coração.

Talvez o olhar me engane, sorrateiro,
e se disfarce num tiro certeiro
apenas pra me ver sofrer o drama…

Me deixo, pois, levar pela magia
e faço-o se intrigar na fantasia
de como que será me ter na cama!!

“Dissimulado”

A frustração é a morte em consciência
De um pequeno poeta em opulência.
Ele que escreve com covardia,
E faz sonetos na noite tardia.

Se chama de triste, o poeta que ri.
Sente tudo que pensa, o garoto em si.
Encontra desonra em tua ilusão,
Assim não sabe que é mera paixão.

Se culpa em ritmo ardente,
Aponta o choro solene,
Que só existe na mente.

É isso que me diz em alene;
Sou um poeta demente.
Hei de ter um poema bem lene.

Inserida por harikirtanlira

⁠" SEM "

Foi longo o tempo sem de um terno abraço,
sem beijos, sem carinhos, sem paixão,
sem de outro corpo a fim de uma união
que, do viver, tirasse esse cansaço.

Sem compromisso… Alguém… Só solidão…
Sem parceria alguma pra um amasso,
nem coxas se buscando num enlaço
nem toques, nem carícias de outro, então…

Foi toda a eternidade sem amor,
sem vínculo qualquer, seja o que for,
nem sonhos, nem encontros… Sem razões…

Um tempo longo, eterno e infinito,
sem preces para o coração contrito,
sem, de qualquer promessa, as ilusões!


"Brasa"



Sinto? Talvez sim.
Mas não como antes.

Havia um fogo em mim,
onde cada emoção era álcool.
Bastava um toque —
e eu explodia em chamas.
Belo, mas perigoso.

Foi assim que me afoguei em fantasias,
jogando horas do meu vasto dia
em cenários que não existiam.
Romance era refúgio
(e cárcere também).

Depois, veio o silêncio.
A dor me acordou.
E o fogo… virou brasa.

Hoje, é morno.
Quase não aquece,
mas também não queima.

Estranho.
Talvez necessário.
Talvez... uma saída, proteção.

Mas sinto falta, confesso
da melancolia que me fazia poesia,
da música suave ao apreciar a vista na janela,
do cheiro da chuva,
da beleza quieta do mundo.

Agora, meus olhos molham,
mas não choram.
A lágrima não escorrega
ela apenas sussurra.
E algo, dentro de mim,
a seca.

No começo, temi.
Temi virar pedra.
Temi nunca mais sentir.
Mas talvez...
seja uma lição.

Nem sempre a vida é sentimento.
Às vezes é fé.
Às vezes é razão.
Às vezes é só... viver.

Viciada em fugas
mundos paralelos de doçura.
Mas um dia doeu tanto,
que eu fui embora dali pra sempre.

Desde então,
sinto tudo mais leve.
Até demais.

Deveria doer.
mas só pesa.
E o medo volta:
e se eu não sentir nunca mais?

Mas talvez...
só talvez...
sentir de forma calma
também seja amar, também seja sentir.

E há esperanças
uma brasa, ainda queima de maneira escaldante
quem sabe torne-se eu novamente uma amante?
dessa vez, sem impulsos
sem extremos.

Inserida por liny_2

⁠há sempre um vazio
entre uma palavra
e outra
é no vazio
que se lê
o infinito

Inserida por cosme25

A florada de outono.

Ah! Aquela flor, dentre todas foi a mais especial, com um aroma sem igual.

Quando não vejo ela dentre todas as outras, sinto um diferencial, diferencial que eu chamaria de algo sem igual, como uma coisa que me deixa passando mal, que, ao mesmo tempo faz-me sentir um líquido lacrimal.

Lembro-me de seu rosto perto do meu, de seus braços me aquecendo como uma mãe acaricia sua vida. Quando ela se foi, senti-me num breu e ao momento que fui percebendo dei-me conta que nada passou de uma lembrança atrevida.

Se fosse para eu descrever ela, diria que seria uma margarida, como daquelas que não vemos em qualquer lugar, afinal, ela carrega aquele aroma sem igual, lembrando-me sempre que quando não a vejo, dói me a ferida.

Neste momento, estou a lembrar-me deste grande amor, que por não tê-la dito o que eu sentia, deixei a ir. Quando me lembro do que deixei acontecer, só consigo sentir dor, porque afinal de contas, não é todo dia que perdemos uma flor que estava por florescer, essa flor só pode receber um nome, Amor.

Inserida por carlosguilhermegds

⁠DE UM ABRAÇO NO VAZIO

À medida que os anos vão passando
as nossas ambições materiais
vão cedendo lugar às ambições
de natureza emotiva.

No campo da emoção
é sempre ou quase sempre assim:
mais avançamos na idade,
mais crescem, mais se acentuam
dentro de nós as carências.

A propósito,
um dia desses eu me perdi
na ansiedade da espera
por um abraço presencial
de alguém por quem tenho
um amor sem limite,
e que, depois de bom tempo de ausência,
esteve bem perto de mim,
mas não se dispôs a se aproximar
um pouco mais,
a fim de que meus braços abertos
não se fechassem no vazio,
sem que se completasse o gesto
do abraço esperado...

Saí de cena, sem lamento, sem choro,
sem condenação e sem buscar justificativas,
porque o tempo me ensinou,
além de muitas outras coisas,
a bloquear os prováveis efeitos
dos sentimentos menores,
tipo tristeza e mágoa.

Se algo me incomodou,
foi simplesmente a consciência
de não ter aprendido a lidar,
diante de uma grande expectativa,
com essas sensações
de frustração.

Inserida por memoriadekleberlago

⁠se a cada batida meu coração escrever um verso
vou te alcançar mesmo do outro lado do universo

Riz de Ferelas

Inserida por rizdeferelas

⁠" TALVEZ "

Talvez haja um segredo em tudo isto
que nos conduz a alma pela vida!
Talvez uma magia concedida
sei lá no quê, pois nunca fez-se visto!

Vai ver, talvez, sequer tenha medida
nem forma, já que nunca foi previsto!
E penso que, talvez, tudo que alisto
nem perto chegue à lógica exigida.

Feitiço? Vai saber… Por natural,
não há explicação conceitual
pra tudo o que, sem causa, aqui se fez…

Diria que o amor seja o segredo
que traça nossas almas nesse enredo
até que o aprendamos, pois! Talvez!

⁠" NÃO DEVO "

Queria, mas não devo! Mas, queria!
Parece um bom partido pra paixão
pois mexe co'a libido e a emoção
a despertar-me o sonho e a fantasia!

Meu medo é quando acaba a ilusão
e nada fez-se como deveria…
Termina o sonho, o encanto, até a magia
e nada foi igual a previsão.

Porém, desta distância, me fascina
e a tentação me cerca em cada esquina
junto ao desejo de provar-lhe o gosto…

Não devo, mas queria! Bem assim…
E, na vontade que não tem mais fim,
desejo esse desejo ali disposto!

Parada de trem

⁠Eu espero um trem
Não sei que hora ele passa
Desse trem, eu sou refém
Sinto que estou esperando uma farsa
Porém, eu quero prosseguir
Quero, no meu destino chegar, conseguir
Mesmo que todos me digam que não
Até mesmo o maquinista diz que não há salvação
Todavia, ainda o espero, sentada, ansiosamente
Ali fico, horas, dias, meses...
Ainda que me sinta desencorajada, ignoro minha mente
Penso, reflito muito, penso em mil hipóteses
Ainda sim, teimo em não ver a razão
Afinal, que coisa mais desnecessária
Preciso apenas seguir meu coração
É apenas uma incerteza temporária
Após muitos meses, vejo o trem no horizonte
O vejo a alta velocidade, pelo monte
Me emociono tanto, que escorrego e caio no trilho
Eu perco completamente meu brilho
O trem, corre em minha direção
A maquinista nem tenta frear
Embriagada, ela fala: "Acho que não"
Ela diz, antes de me atropelar

Inserida por monile

⁠Bailam as correntes do Atlântico,
sobrevive um refúgio romântico
e o indômito em mim como tal
qual os lobos-marinhos que cruzam.

No farol da Ilha dos Lobos tenho
o meu ponto de orientação
nesta noite no meio da escuridão
e a convicção para onde ir.

Tudo me leva aos teus olhos
e a ciência dos meus sonhos
que alguns chamam de utópicos.

Realmente não me importo
nem se vou de fato alcançar,
só sei que me importo em não parar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Fragmentos para um amor morto

Teu nome
ainda arranha
meu sono.

No prato vazio,
mastigo tua ausência
como pão duro.

Minha boca chama —
mas só responde
o silêncio.

Um lençol,
um cheiro,
uma falta.

Teu corpo foi,
mas tua sombra
não desaprende.

Grito teu nome
e ele volta
sem carne.

A noite me veste
com tua ausência:
lã fria,
sangue lento.

⁠" SOCORRO "

Socorro eu peço! Volta-me a atenção
e dá-me um pouco do que tens guardado
no afeto, para um outro, reservado
por mais que isso pareça-te ilusão!

Careço deste amor desperdiçado
que doas, sem motivo ou pretensão,
a quem nem sabe lá o que é paixão
nem retribui do que lhe tens doado.

Perceba-me um instante! Morro a dor
de não saber falar-te deste amor
que me consome inteiro, a cada dia…

Te peço, pois, socorro! Dá-me alento
enquanto aqui pereço, aos poucos, lento,
na fome de te ter… Hoje, agonia!

⁠Um dia já foi pouso
tropeiro o Rio Negro
do meu Sul Brasileiro
nascido na Serra do Mar.

Filho deste Hemisfério
Sul qua se divide entre
duas terras desta Pátria
e que une a existência.

Tudo ainda é muito pouco
perto do que o Rio dá
sem pedir nada em troca.

Neste Rio Negro também
está escrito a nossa história,
e cabe a nós gratidão e a glória.

Inserida por anna_flavia_schmitt

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp