Um Poema para as Maes Drummond
Mercury
Uma pessoa como mercúrio,
A espera de algo telúrico,
Se acha lúbrico,
Mas conhece sua bravura,
Entende que a vida foi feita pra viver,
E que não tem tempo pra sofrer,
Decidiu mudar, colocar um basta!
Entendeu que rótulos são superficiais,
Está em busca de amizades imparciais.
Lhe desejo boa sorte em sua jornada,
E pretendo ficar ao seu lado até o fim dela.
Punição Lunar
Atração atroz, arrebatador significado lunar
O enfermo debilitado, sem prazo estipulado
Não merece da Solução, ó pobre coitado!
Diziam minhas vozes mudas em frenesi atordoado
“ Quem eu seria. Se não possuo significado?
Da Solução não possuo olhos, sou apenas distração.”
Lua, assim advinda da magnifica Calitheya
Faz favor e abra teus lábios ruborizados
Entoando novamente a estes prados abandonados
Cobrindo-nos na penumbra de sua infinita angústia
Pois amas zombar das frustrações simplórias de meu ser
Odeio tanto quanto a venero
Sem lembrança amorosa, eu ainda te espero
Com a mesma esperança de ataque afetuoso
Faz-se lar suntuoso na imensidão verde.
Temo tanto quanto a venero, pois entendo.
Das atrocidades que me pune a te compor
Obrigado a ceder sanidade em prol da expiação
Abandonei, portanto, toda a razão sem menção do porquê
Se estou salvo ou acorrentado, sóbrio ou aprisionado
Coesão comum alguma faz parte de nossa ligação pálida e doentia
Se ela fosse minha, então quem eu seria?
Um atroz sem significado nesse mundo degradante
Feito da Solução uma mera distração conveniente
Mas ela. A Lua. Era tão pequena como eu.
Desespero Da Coroa
O liquido pungente chama
Sutilmente instiga o paciente
Ele obscurecera seus sentidos também
Pois é seu objetivo natural
Um dever que só o pertence
Peculiar, sua maneira e desejos são únicos
Ideais não te salvarão de sua cortina sedutora
Assim como agora me encontro, preso no seu dilema.
As visões atormentam consciência plena
Zombando de mim, a coroa deseja controle
Essência possessa é seu esqueleto, ofuscando significado grotesco
Aproveitando de meu reinado padecido em desprezo próprio
Corpo e alma permanecem intocados pelo júbilo nada comum
Alastrando, a doença é querida como roguei
Afogando crentes e descrentes em seu poder avassalador
O ouvir de dissonantes vozes em bramidos de ajuda
No jardim rasteiro, provendo a desesperada crença na cura
Pairando ramos venenosos sob vida, impedido de germinar
Há tempos insondáveis a noite rubra dominou a mente
A vontade não salvará o todo do perverso atraente
Regozijamos despreocupados do conteúdo latente
Crédulos, na tentativa inútil de renascer, nos vimos perdidos
Nascidos do pó cinzento, nossa salvação são gotas da coroa
Ó amargas gotas que bebo
Purificante da iniquidade incorpórea
Solva-me ao longo sono
Convoca-me em teu âmbito poderoso
Dando descanso aos meus olhos desfigurados
Põe descanso espectral sob meu fulminante ser
E reacenda minha vida na nova chama vindoura do carmim.
Futuro
Desprezo do pensamento
Todo dia que me perco
No fundo, a insegurança
Do próximo movimento
O Futuro é real?
Ou é só um instrumento
Criado pelas pessoas
Pra não se soltar no vento
E desaparecer
Cair no esquecimento?
Todos nós queremos tempo
Sendo que no fim das contas
Acabamos tirando
o Futuro do contexto
Será que o Futuro
Por ser nada
e tudo
É a nossa desculpa
de continuar com tudo?
Com tudo
Contudo
Futuro
Desprezo
O desprezo no meu entender, é a arma dos perversos, dos desalmados, dos cínicos e dos covardes, pois não podendo mudar uma situação em que não concorda, ao invés de discutir a questão, simplesmente despreza o oponente como se o mesmo não tivesse nenhum valor, tenho pena desses tais, pois quase sempre são os mesmos que não suportando a perda, voltam pedindo perdão, e não querem ser deixados para trás.
Os humildes de coração, resolvem uma questão antes que o sol se ponha sobre sua cabeça, pois os desprezados sofrem por não poderem se defender, mas os desprezadores correm o risco de não terem tempo de se retratarem ainda nesta vida, e sendo assim nunca se retratarão pois a vida termina e mortos estão.
Já me pagaram com mal muito bem que fiz nesta vida, mas nunca desprezei esses tais, sempre procurei dar uma oportunidade de resolver o problema, pois a vida é pra ser vivida em sua plenitude e se seu coração está amargurado e você anda desprezando alguém por isso, digo, que nada há encoberto que no seu tempo não venha a ser descoberto.
Se retrate enquanto ainda há tempo, pois enquanto a vida a esperança de dias melhores, não deixe para amanhã um pedido de perdão, pois pode estar fazendo sofrer um irmão que um dia pode ser o único a segurar a sua mão.
J C Gomes
Trapos e retalhos
assustado com a luz cavei minha própria cova em frente aos portões do inferno
o jardim de cristal iluminou-me por um breve tempo dando-me esperanças de redenção e ressurreição
até que novamente entorpeci-me no adormecer das madrugadas mórbidas
gritando dores solitárias minha alma geme sem causar comoção as Flores
quando fugi de mim mesmo pus-te em fuga de si mesma, e, nos perdemos a não nos encontrarmos
não há perdão no meu julgamento onde recebi condenação sem ser ouvido e minha pena mais dolorosa é saber seus gemidos por um partir que nunca houve
a doce lembrança do sorriso de suas palavras de outrora embaçam em lagrimas a memória do caminho sonhado um dia percorrermos
na minha morte almejo sua face, face a face um sussurro a dizer que te Amo e nunca sequer cogitei lhe deixar
a lua ergue-se em meio a sombras sedutoras contemplando minhas dores em mil pedaços costurando-se em trapos e retalhos em decomposição daquilo que um dia fui
gemidos anuciam uma dolorosa busca de um iminente e último suspiro..
Pedra sem asas (queda)
embargado em abismal medo
de ser lançado das alturas da rejeição
pedra sem asas, despencar
olhos cegos à vista
surdo ao canto dos pássaros
o planar da águia agitado
insuficiente como sempre
queda
alturas de ilusões por mim criadas
pedra sem asas, queda
as horas espancam a eternidade
pedra sem asas
de meteoros centenários
de âmago desbotado
melodias de angústias
alma atormentada
pedra melódica
sem asas
tristes canções
canções que
não mandam embora os demônios..
Desperdício da minha morte
no Amor que agiganta
o medo que me apequena
na intensidade da liberdade
a pureza que me aprisiona
no caminho que traço
perco-me onde me encontro
Amo por mim, para mim
por ela, para ela
falo fluente linguagem
do abandono e insuficiência
anoiteço em permanecer
amanhecido no desperdício da minha morte..
o tempo é mais carrasco que amigo, ou pode muito bem o ser
lembro de ti, de sua voz, quando tinhas voz
angustio-me por não mais ouvir o som do sorriso dos seus passos, tristeza melancólica habita em meus olhos
não, não esqueci, nada neste mundo nem ninguém me fariam algo que não escolher-te como Amor
o que teria capacidade de desencantar um coração disposto em recíprocidade à busca da felicidade?
que ilusões avassaladoras tem de nos devorar para que coloquemos o livro da Poesia debaixo do braço nos auto iludindo em achar que vale algo o estar carregendo, mas tendo o deixado de ler?
mentiria se dissesse que ha paz na minha alma, tenho poetizado contra o tempo no sentir das carnes que rasgam-se atraves de cortes de navalhas cegas
tenho rimado sobre o beijo perdido no espaço de tempo onde sua voz desaparece e balbucias repetitivos ecos de outras vozes que não as suas
e até o perfume sereno da noite, através de seus cabelos tenta gritar pela tua voz que calas deliberadamente e ainda te orgulhas de ser, optar ser um reles eco
ecoa tuas palavras desprovidas de alma a escorrer no ventre batendo-se nas paredes das tuas certezas de lógicas que só sendo o eco de outra voz empresta algum sentido, facilmente desconstruído por negar a viver o Amor
recuperarás sua voz um dia? ou atravessará o tempo a ecoar palavras opostas a alma?
dos tempos que atravessamos, éramos nós, ate tu trazeres ecos que ainda que possam estar travestidos das melhores intenções, apenas nos distanciaram, afastaram, separaram..
mas tu prefere ouvir os ecos, por terem sido somente o que restou de ti, desconstruiram-na a molde, remoldaram-na a ferro, programada para ecoar, não decepcionar, não errar, seguir a cartilha, o manual de instruções, a risca..
busco-te, mas encontro somente sua sombra, um arremedo de alma ecoando exaustivamente o que seus senhores determinam
procuro tua voz, não ouço nada alem de ecos..
Como é...
nunca é o abraço...
são as sensações de segurança e acolhimento que este proporciona...
nunca é a pessoa fazer parte de sua vida...
é como ela te trata, te considera, demonstra afeto, se importa e te respeita...
nunca é a forma como a pessoa entrou em sua vida...
é como ela se comporta enquanto está na sua vida e como decide sair de sua vida...
nunca é sobre ela te afastar de si, mas como e por quais motivos te afastou dela te deixando com mil perguntas na cabeça...
nunca é sobre ela partir, mas sim o que a levou a partir...
nunca é sobre o que ela deixou antes de partir...
é sobre o que ela leva de ti qurando te deixa perdido e em mil pedaços..
Tsunamis e Desertos
com você aprendi a
navegar em tempestades
e resistir o calor de mil sóis
logo
quando fosses embora
em minha alma
sobraram apenas
tsunamis
e
desertos escaldantes..
Olhar
E é no fundo dos seus olhos
Que poso ver, quase tudo.
Nestes olhos que me atraem
Olhos que lhe traem
Que quase me deixa ver
No mais profundo
Do seu íntimo
Coisas que sua boca relutar em dizer
E é nos seus olhos
Que posso ver
Mais que as aparecias ou palavras podem dizer
Esta luta interna
Que seu rosto não me deixa ver
Mais basto eu olha
No fundo dos seus olhos
Para que eu poso-me
Reconectar-me a você e poder dizer
Gosto de olha pro mundo
Quando eu olho com você!
Garotos e garotas
Eu amei como louco entretanto;
Nunca fui santo,
Acabei pensando tanto,
E terminei em prantos...
Sonhei com tantas garotas,
Sonhei com tantos garotos,
Nunca soube se eu estava equivocado,
Ou se fui meramente enganado,
Talvez só fui afobado...
Provavelmente eles tenham se enjoado.
Nunca fui bom o suficiente
Acabei colocando os outros a frente...
Alquimia
olhei o céu
escuro
coberto
de nuvens negras
desejei
transformá-lo
lembrei
de sua alquimia
que
me transformou
que transformou
o metal
enegrecido
da minha tristeza
em nobre
e puro
ouro de Amor
em minha Alma
eu
estava
embriagado
sempre
acontecia isso
essa
embriagues
de lembranças
era corriqueira
até te
reencontrar
nessas
lembranças
balancei-me
na velha rede
dos sonhos
um encanto
um encontro
um reencontro
até que, súbito
um nunca
dois nuncas...
adormeci ali
naquela noite
e mergulhei
em sonhos
de esperanças
dos quais
recuso-me
em acordar
onde um
amanhecer
não desminta
com uma
ressaca
de desilusões,
que não
um em vão
sentir
que insiste
em existir..
Outra noite (que seja eterno enquanto durmo)
meus lábios sussuravam nos seus ouvidos
desciam com a língua e mordidas pelo seu pescoço
percorreram seu decote desenhando seus seios
tirei sua blusa e os beijei, mordi, suguei
desci suave seu ventre pra não te provocar cócegas
vi em cada poro de sua pele arrepiada o desejo fluindo
arranquei suas calças suave, mas com pegada
beijei seus pés com verdadeira veneração
subi devagar degustando cada centímetro do gosto do teu corpo
uma preliminar para depois degustar o gosto do teu prazer
lembrei então que há pouco nessa mesma cama
deitei abraçado a um travesseiro e adormeci pensando em você
concluí que era mais um sonho concebido do exagero do meu desejo
que seja eterno enquanto durmo..
Voo do perdido
o coração em calamidade, ao longe contemplo seu olhar
ainda a devastar as ruínas que sobraram
a agonia é uma espera do que nunca chega
tento entender a beleza de uma alma que rasgou minhas palavras
e silenciou em ruínas o sonho de um coração
escritos rotos, tropegos e tolos, desprovidos de emoção
frutos das dores inefaveis de uma alma que procrastina sua sentença
desde sempre, quando descobriu o pra sempre nunca
minha alma contemplou o abismo
almas ali aos gritos se lançavam
eu quis voar, enquanto ouvia gritos que pediam terra firme
o bater de minhas asas no vôo por sobre o abismo
eram gemidos assustadores à ouvidos incautos
no solo contemplei versos mentirosos e afáveis
entendi porque tantos gritavam por terra firme
o tenebroso é preferível para quem busca o afago do próprio ego
assim como é espantoso que o voo do perdido ame a ilusão da terra firme
espantei-me novamente por não encontrar palavras
que expressassem o que é o sentir de verdade
a isto resolvi não dizer nada, nada que console
porém, digos-lhe tudo o que consome
nada que lhes afague o ego, mas digo-lhes de graça palavras que lhe cortem a alma
nada que lhes levante a cabeça, ou lhes faça sentir um ser humano melhor
mas lhes ofereço gratuitamente a aflição de espírito
não soube nunca vender a ilusão de lhes dar pronto
aquilo que só você mesmo pode encontrar na divisão de sua alma e espírito
não traço mapas astrais, não arroto horóscopos poéticos
eu não sei vomitar ilusões
apenas sangro palavras em busca de mim mesmo, e não peço que me sigam..
#Amor
#DasHorasEmQueMorri
#
Girassol! Ah! Girassóis!!!
Como são lindos e fascinantes.
Grandes e belos!
Uma explosão de amarelo,
Que brilha, ilumina e traz energia!
Girassois, ah! Girassóis!!!
Que aprendemos ser como tu és,
que em meio a escuridão,
Guardam seu brilho,
Para quando o sol chegar
se virar e iluminar.
Brilhar, brilhar, brilhar!
Em todo seu amuderecimento,
Buscando luz, buscando sol,
Ah girassol!!!
Obra linda do Criador
que te fez com Amor.
Meu colar
Eu perdi o meu colar,
Meu amado colar...Tantas lembranças...
Eu o perdi, o perdi para sempre.
Ele não combinava tanto comigo,
Mas eu o amava e o desejava mesmo assim...
Ele era tão brilhante.
Perdia horas em frente ao espelho o admirando, ele parecia cair tão bem em mim...Apertava e deixava marcas, mas eu não conseguia tirá-lo...
Em algumas ocasiões ele fazia eu me sentir incrível,
Eu me sentia como a pessoa mais bela do mundo apenas
Por poder senti-lo no meu pescoço...Mesmo que
Estivesse me sufocando.
Talvez ele nem fosse tão bom assim
Mas está tudo bem, eu tenho um novo colar;
Eu prefiro o novo, ele é mais bonito, não aperta, não deixa marcas e
Nem mente.
“-isso não se trata de um colar.”
Sensação de despedida...
Quando você fecha a porta atrás de si e, em passos lentos, segue naquilo que nunca teve dúvidas dentro da sua existência.
A vida é um grande poema que pode te emocionar, te tirar da real, te jogar nos braços do vento ou simplesmente te levar a contemplação do único momento que você tem: o agora.
Talvez não foi porque não quis. Talvez não foi por achei melhor não ir, talvez não foi porque não deixaram eu ir. Talvez nao foi porque queria ficar só, talvez não foi porque quero me afastar, talvez não foi porque não deu tempo, talvez não foi porque não achei certo ir talvez não foi porque quero me afastar, talvez não foi porque talvez...bem talvez estou vendo que está se afastando e estou esperando a sua escolha, estamos sempre tão o culpados mais com tempo ode sobra para não dizer oi. Ou apenas talvez estamos nos afastando lentamente pois o universo quer assim. Mais talvez, eu só esteja esperando você se afastar pois sei que para você vai ser menos doloroso. Então... talvez...bem talvez.
Então, talvez...eu esteja pensando em ir. E se eu for não chora, sei que não esta doendo. Talvez eu está esperando você ainda, ou talvez seja tarde de mais, talvez eu estava brava, talvez não. Talvez estou aqui pensando em você talvez não. A vida é cheia de incertezas e a única certeza que tenho é que por um momento desliguei me do mundo. E se for me acordar porfavor, esteja concreto de que não irá faltar oxigênio para nós.
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