Um Estranho Impar Poesia

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SONETO CINZA

Então, matizei de cinza os meus passos
na secura do cerrado, todo empoeirado
me enroupei de gesto insano e calado
para dar cor aos sonhos tão escassos

No céu cinza, ressecado, me vi sentado
a rua silenciosa era só rotina e cansaços
num claustro cinza, tão cheios de traços
e todos irregulares, opaco e acinzentado

Tentei colorir a saudade, já sem espaços
aí, então em mim, o cinza ficou afogado
como se pudesse, eu haver mais regaços

Sumido neste cinza, estava o meu brado
e vi que nascia em mim, vários pedaços
do tempo, que carecia ser, então, colado

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

MEDIDA DO AMOR (soneto)

Não se tem saudade, sem ter lembrança
Não se tem amor, sem que se tenha dor
A separação é a pétala de uma rara flor
Que se desgarra do fado em sua dança

A nossa existência é um bafo de vapor
Na emoção tem renúncia e esperança
É nos riscos que nos faz perseverança
De um olhar, um sonhar, de um clamor

Não se deixa os trilhos de ser criança
Sem paixão, afeto, calor a se interpor
Pois, na vida sempre há semelhança

A distância de um amor, vai onde for
Sua medida não se afere na balança
Viverá sempre conosco, no interior...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O adoecer do Amor

O amor que ultrapassa os limites, que faz adoecer o sentimento, que provoca dolorosas brigas por ciúmes e términos abruptos, que faz o outro esquecer de si mesmo, que rouba do outro até a própria identidade, gerando um sentimento patológico, este amor precisa de cuidados. As pessoas que adoecem e amam demais, precisam de ajuda e tratamento, pois passaram do limiar do amor, perderam seu amor próprio e estão comprometidas emocionalmente. Ofereça seu apoio e sua ajuda. A crítica não permitirá a melhora. Com o olhar embaçado, ela não consegue vislumbrar a saída. Seja ombro, seja a ponte para que esta pessoa possa ser tratada. Amor ao próximo, sempre!

Inserida por Angelacristinabrand

Amadurecer é ter a percepção que chegou o momento para lidar com as situações que a vida nos impõe, com calma e tranquilidade. Quando estou em equilíbrio para harmonizar meus conflitos internos e buscar uma alternativa na solução do problema, eu estou maduro. Assim como a fruta precisa de um tempo para que se torne saborosa, assim nós também devemos estar prontos para sermos cortados das nossas antigas crenças e levados para uma outra situação ... nova, desconhecida. O amadurecimento nos tira daquela árvore e nos joga para o mundo, revelando um horizonte amplo, com muitas possibilidades e oportunidades.
A dor do corte não deve ser sentida como hostil, o corte significa que estamos prontos para enfrentar novos desafios. Mesmo aquela fruta que está madura, se ela permanecer naquela árvore, ela terá seus dias contados... perecerá e então, de que valeu a pena? Mas quando esta fruta é tirada do pé e levada para uma outra situação, ela está cumprindo o seu papel, ela teve a sua utilidade e ao servir a sua missão, ela estará em paz.
Amadurecer é olhar a árvore, mas estar consciente que é preciso seguir o curso da vida!

Inserida por Angelacristinabrand

SEM NINHOS

Sei que ele passa,
Como passa o tempo.
Por isto quando chegar
A minha hora
De subir no telhado,
Vou gritar bem forte,
Nem vou olhar ao lado.
Quero que o meu eco
Voe pelo espaço,
Siga sempre em frente,
Mesmo que não tenha
A certeza de algum lugar.
Não posso falar “baixinho"
Quando estiver no telhado.
Quero gritar mais alto,
Este amor que agora sinto
Não cabe só em mim.
Gritarei sem medo,
Que voe os passarinhos
Em busca de outros ninhos.
Que o meu grito eternize
O nosso momento,
Mesmo que ele passe,
Como passa o tempo.

(Homenagem-diálogo com Mário Quintana: "Bilhete")

Inserida por RosalvoAbreu

SONETO PRA OUTUBRO

Outubro, o mês da vida renovada
da casta, pura e bela primavera
tempo que fala poesia, nova era
com a vitalidade toda iluminada

É o mês dos corações na esfera
da nova celebração, nova estrada
do vento aflando cálida madrugada
de mãos dadas com terna quimera

Outubro das flores, natureza florada
em que o dia e a louvação se esmera
festejando a vida com hora marcada

E na dança da superfície da biosfera
o cerrado enroupa de frugal camada
de cor, odor, enodoando a atmosfera

Luciano Spagnol
01, outubro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A BOA BATALHA DO VOTO

Eram poucos soldados, o fogo era intenso e a batalha difícil,
mas eles jamais esmoreceram apesar do pouco contingente,
das poucas armas, dos parcos recursos e da falta de reforços,
lutavam bravamente pelo bem comum e por seus ideais!

A terra arrasada lhes causava espécie, mas não temor,
porque acreditavam nos seres humanos e na sua salvação,
tinham a esperança de ver aquilo que acreditavam brotar,
a semente era boa e com o adubo certo as coisas iriam melhorar!

E assim foi a boa batalha no intuito do bem comum,
cada qual defendia suas ideias da melhor maneira possível,
alguns exageram nas cargas e na farta munição,
razão pela qual desejo a todos uma excelente eleição!

Antônio Almada (01.10.2016)

Inserida por ALMADANH

A REVOLUÇÃO QUE ALMEJO

Eu quero uma revolução
à maneira do Cristo e de Gandhi
onde o homem não revida o mal com mal
caso agredido ofereça a outra face
e que tenha direto a produzir o mel e sal.


Eu quero uma revolução
onde as armas de guerras
serão Instrumentos agrícolas
e que a terra forneça o pão justo
da semente plantada.

Eu quero uma revolução
onde os filhos são amigos dos pais
e cuidam deles com o mesmo zelo
com que foram criados.

Eu quero uma revolução
onde as lágrimas são de alegria
e de saudade, onde a morte
não causa dor, só liberdade
pois o homem morre certo
de que cumpriu sua missão
com honra e lealdade.

Eu quero uma revolução
onde as crianças não precisam
de um estatuto..
e a escola é um abrigo
de amizade e confiança no adulto.

Eu quero uma revolução
onde o impossível não se pronuncia
que o milagre da divisão do pão
ao necessitado, e do vinho
em água pura ao sedento viajante
seja cultura, direito incontestado.



Eu quero uma revolução
onde busca da paz seja relíquia
peça de museu da consciência
onde as raças se reúnem numa só etnia
a espécie humana...

Inserida por EvandoCarmo

Notas sobre o passado....
A vida segue com ou sem você....
Mas vale refletir que tudo nos valeu de grande experiência e não a motivos pra se arrepender...
Gratidão pelo grande presente
Mas a vida segue com sou sem você....

"Apenas mais um pensamento de uma solitária madrugada......
Elienai Candido

Inserida por Elienaicandido

Campanha
para tocar no peito
Não precisa ter vergonha
E nem ficar sem jeito
Anote aí
no caderninho
Marque uma consulta
Corra!
Que ainda dá tempo!

Vamos colorir
Outubro de rosa
Para lembrar da importância
Que um simples toque
Pode salvar a vida da mulher
Na dúvida
Procure um especialista
Faça parte da Campanha
Contra o Câncer de Mama.

Inserida por Crysgrer

LUGAR (soneto)

Se aqui vim, o lugar cativo é além
pois aqui, acolá, tudo é transitório
no definitivo tem-se o provisório
somos todos, e todos ninguém

E nesta morada frugal, o porém
não é fazer e ou ter, em inglório
mas ser mais que o satisfatório
sorte, fado, sem tornar-se refém

Tudo tem tempo marcado, notório
se revela para alma o mal e o bem
livres na escolha, dor é purgatório

Entretanto a ignorância nos retém
no breu das chances do absolutório
pra se ter um lugar, do amor advém!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VENDAVAL (soneto)

Entre a saudade, a aridez do cerrado
ressecando as lembranças tão sós
adormecendo luas e sóis para nós
em suspiro e soluço ali amargado

Eis que um vendaval de tão feroz
arrombou-nos os sonhos sonhado
deixando o intervalo assim atado
num amarrilho lamento, num retrós

Aí, neste embaraçado, eu atordoado
Oh! Amor, nem sei se estou acordado
ou tão pouco adormecido na ilusão

Só sei que pouco a pouco aqui calado
na solidão, o coração tão esperançado
em vigília, que aporte de novo na paixão...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE MIM

Na quietude e silêncio do cerrado
dos pensamentos eu me desligo
e o sentimento se põe aí calado
esta é a emoção onde me abrigo

Num vazio do tempo desfolhado
da saudade, sair eu não consigo
sou o ressecado chão empoeirado
e d' alma em evasão sou mendigo

E é neste legado de um passado
que saudosar tornou-se castigo
e o castigo sacrossanto enfado

Assim, tudo o que trago comigo
é amor, apenas sou... um fado!
Que tentou ser primavero e amigo...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Neste contexto ludibriador, eu canto
Inescrupulosos os homens que ferem a alma sublime dos seres humanos que enfrentam seus temores para superar essa escassez de amor.
A vida vai se exaurindo conforme o declínio da complacência humana fazendo os pássaros cantarem seus infortúnios para as arvores e para as flores que regozijam seus corações.
Mas se o tempo não me impelir,Se o vento não vier abrupto,Irei em direção a imensidão.

Inserida por itsvigue

E digamos que o sofrer faz parte,
Que o Sol nunca nasça quadrado
Para quem está enjaulado
Ode a Lua
Sinuosa
Cintilante
Exuberante
De mau feitio, o Sol me quis
Neguei sem mais delongas
Nasci para casar com a Lua,
Mas todo o dia ela se ia,
E eu nunca mais amei de novo.

Inserida por itsvigue

CHUVA DE PRIMAVERA

Hoje é domingo,
Dia lindo!
Queria o sol
Que abre a primavera,
Que me prepara para o verão.
Mas, hoje acordei com chuva,
Chuva forte no meu jardim.
Vejo a alegria do verde,
Do pássaro que voa
A procura de um abrigo,
Do grilo que se cala
Debaixo da velha folha.
Agora aceito a chuva
Que cai no meu jardim.
Aceito o seu chamado
Molhado, urgente...
E danço, e corro,
E grito sentindo
A natureza em mim.

Inserida por RosalvoAbreu

O VOO DA ARTE

Por que poetizo?
Porque vem da alma,
da vontade.
Voam as palavras
soltas pela inquietação,
pela imaginação...
Sem destino,
sem pouso,
sem porto.
Voam as palavras,
porque voam!
Sem asas,
sem certezas.
Saem de mim,
porque procuram liberdades!

Inserida por RosalvoAbreu

Depois de várias curvas e cruzamentos
Depois de noites e drinques
Hoje, tu és a dose diária
Hoje, tu és meu controle de sanidade
Tu és meu oásis.

Inserida por ShandyCrispim

Diálogo

A escuridão, ainda menina, chama-me às ruas frias
Sou a andarilha proscrita das noites de luas vazias
Não escondo meu rosto destas gentes curiosas...
Que vejam a mulher vil, triste que sou...Lamuriosa.

Mas amiga, nem sempre foste assim, amarga e sombria
Houveram dias de sol e mar à brilhar sobre tua tez macia
Diga-me: Porque te enfadastes das doçuras do amor?
Porque voltaste as costas ao toar das carícias em clamor?

Ah, minha amiga, nada sabes das minhas dores imensas...
Das noites em que doei o mais sublime amor que pensas
Ofertei-me de corpo e alma, desnuda em juras e poesias
Ofereci rosas e mel; em troca ganhei abandono e heresias.

Mas não te entregues às trevas, óh amiga tão triste e bela.
Busca a luz dos sonetos mais puros, alegres em aquarela
Esqueça-te do passado, volta-te para os presentes dias...
Quem sabe, ainda pousam nos teus jardins as andorinhas?

Não perca teu precioso tempo com minh'alma, óh amiga!
Não haverão pássaros à cantar para minha causa perdida.
Sou aquela que vaga em busca da morte que trará paz
Somente o corvo me acompanha, nada e ninguém mais...!

Inserida por ElisaFlor1973

O GRITO

Não, sinto muito, mas não posso mais
O pranto me sufoca a garganta, tusso convulsivamente
Me rouba o sono, me tira a paz, me torna incapaz
Preciso gritar no poema que cala
esbravejar na poesia, essa utopia sem eira nem beira
assim mesmo...
Sem métrica, sem rima, sem metáforas ou alegorias
Qualquer coisa aqui dentro precisa de desvencilhar,
bater asas pelo céu escuro da madrugada,
desencarnar o verbo, livrar o corvo
dessas grades de prata!

Meus olhos estão cansados
Já não comportam mais as torrentes lamaçais
Crispo os dentes em desespero e rancor
Nem sei se vivo ou morro
( E eu tenho escolha?)
O diabo me ronda a alma...
A navalha ao meu alcance,
um lance
Um lance apenas
e jamais...
...Nunca mais debilidade
Basta um pequeno corte na radial
Sangria intermitente
Fim, eminente.
Eternamente...

E na insanidade
Nesta dubiedade colossal vou seguindo
Escrevendo estas linhas dementes
Que talvez ninguém chegue à ler!
Mas não faz diferença
Vou esbravejar aos quatro ventos minha dor
meu lamento cheio de apatia,
" nisso" o que chamo de
poesia.

De que outra forma perdurar a vivência,
já que sou covarde por demais para estanca-la,
e não tenho como, ou para onde fugir...!

Inserida por ElisaFlor1973