Um Estranho Impar Poesia

Cerca de 264571 frases e pensamentos: Um Estranho Impar Poesia

ANÁLOGO

Com as canoas oceânicas do ontem
flutuando nas águas do agora
estou navegando nas ondas do passado.

Finjo um gosto e no contra gosto
e as vezes mesmo cheio de desgosto
remo no tempo inconformado.

Já estou p'ra lá do meio
creio que o futuro irá mudar
mas a muda não desgruda do arreio.

Então me faço de conformado
mas pelos passos pesados do passado
eu sei, eu sei... O futuro esta condenado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

EMBARGO

Tiraram a tampo do meu gargalo
sem força não jorrei ao contrario...

Do desvio partido por inteiro
do bilhete comprado para janeiro
... Para que passagens para o exterior
se tudo por lá, esta, pela hora do horror!

Vamos no voou, voaremos a...
Milhas e milhas de passarinho.

Estamos em nossa casa doutor
.... Para que pagar imposto
se eu não tenho nem um gosto
de ser aqui o seu vizinho...

Tiraram a tampa do meu gargalo
fiquei pasmo, nada de ralo
engasguei com meu entalo
nada d muito reto,
mas no engasgo com seu decreto
... Contratei um advogado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VENTO FRESCO

O vento lento, todo fresco
sem falhas...
Farfalha as folhas da manhã.

... Manhã serena...
Toda condoída
cheias de pena!

Sem asas...
Não voa
mas movimenta idas e vindas.

Às vezes garoa...
com sua alvorada
cheia de vida!

Engravida-se do tempo
que sempre atento
com pouco tempo
parece lento.

Nasce o alvorecer
todo amarelo!
Tão lindo!
Tão belo!
Cheio de raios multicoloridos.

Os pássaros saldam-te
com seus cantos
e encanto de encantar.

Ecoando o seus chilreares
pelos pomares... E pelo ar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VESTIDO DE RENDA

Menina do vestido de renda
bela menina
bela prenda.

Com sua renda me rendou.

Piscou pra mim
pra mim olhou.

Teceu a telha
do meu amor.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VIZINHO AO LADO

O meu vizinho que mora ao lado
Não é tão meu assim
Não conheço o teu viver
e o teu olhar, não pertence a mim.

Teu chorar
comer e sofrer
pesadelos dos seus sonhos,
eu nada sei dizer.

Ouço o disparo do despertador
e como o senhor...
Ele se ausenta na hora matinal
até aos raios do entardecer.

Seu salario, seu trabalho...
Eu nada sei dizer
suas dividas e divisas
seu ganho, mal da para sobreviver.

O vizinho que mora ao lado
Não é menos que eu
nem mais que você.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O retorno de uma lembrança

Nos lagos bailam estrelas que brilham do céu...
Uma garoa de leve molha as folhas das acácias
No espelho da água ecoa os caminhares leves das garças

Por ti... Retornei de outros eternos anseios...
Brotei sonhos... E neles todas as minhas emoções...
Então deixei cair nas águas sementes do meu olhar...
E lembro-me de ti todos os dias... Do teu sorriso...
A tua voz... O teu acarinhar...

E meus olhos se perdem no horizonte
No palato celeste o retorno de uma lembrança...
Onde habitam todos os anjos... Envoltos em névoas e véus...
O teu sorriso os anjos guardaram... Lá onde os sonhos não morrem!

Inserida por celinavasques

PENÚLTIMA ESTROFE (soneto)

O tempo no tempo passa e apavora
Afobado por mim, vai e, vai acelerado
Acotovela os sonhos, despreza a hora
Caduca a poesia, por aqui no cerrado

Corre tirânico a disputar lugar na aurora
Adormece e acorda sem ser incomodado
No meu contendo, nem por nada demora
Sacode o vento, incauto, segue denodado

Agora, ao redigir está penúltima estância
Percebo o quão eu me faço na arrogância
De achar que a pressa do tempo é desleal

Afinal, o caminho tem estória e fragrância
O tempo vivido, não se mede pela distância
E sim, no amor ortografado, na estrofe final...

Luciano Spagnol
Novembro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

É para você, este poema
Entitulado: - "pro amigo"
Nele a afeição é o tema
Nosso carinho, eu bendigo...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

ALHEADA

Distraída, distraída....
Lá vai ela pelas calçadas
fingida sem saber de nada,
nas passadas largas da vida
pelas idas, pelas vindas
expandindo toda rima
em sua lagrima caída.

No olhar para o futuro...
Chorar por marcas passada
a cada sonho uma partida,
dardo aos ventos inseguro
aos quatro cantos do mundo
pesadelos difusos sem fundo
nas cismas de outras vidas.

Distraída, distraída...
Flechas alteradas, erradas
papas do ontem... Congeladas
freezer do hoje, uma fada
estão liquidificando a digital
o futuro entrou pelos planos
e os anos todos aos cambal.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

A FREQUÊNCIA

Vou de Fá
E de LÁ, volto de RÉ
O SOL...
Sempre a MI esquentar
Terei DÓ...
SI Deus quiser.

É molécula é frequência
é o movimento do ar,
na velocidade das cifras...
Elementos da agitação,
uma nota um vibrar.

Esta tudo lá, na partitura
um toque, tópico especifico
compasso, timbre um dançar
a letra esta boa... Eu fico.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

INFORTÚNIO

Com o sono em açoite,
no pedaço da noite
expandiu o pecado.

Foi no golpe da foice
que se experto fosse
não seria degolado.

Na margens do trilho
apagado o pavio
decompondo jogado.

Não podia aquilo
se fosse bom filho
não seria delegado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OLVIDADO

Trepido em suas mãos,
transbordo-me na anciã dos seus desejos...
E atiçado pelas labaredas das suas chamas
me queimo.

Estou ardendo com seu enfoque
não sei mais se vou para o sul ou para o norte
desconcentrei com o pulsar do coração
e me perdi, com a leveza do seu toque.

Tenho que te falar...
Estou tonto, todo no ponto
pronto, para o que você querer fazer
não seja mais um desencanto
saiba que perdido me perco...
E me acho com você.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DESENCONTROS (soneto)

Saudades nas vontades que se esfumam
No tempo visto com os olhos lacrimejados
Vou-me, assim, nos sonhos debruçados
Dos devaneios findos, antes que sumam

Dores e fantasmas na alma sepultados
São sombras que na frustração abulam
Com vozes que na emoção deambulam
Numa espera tensa de prazeres alados

Nas solidões frias... As carências bulam
Arreliam e se desfazem em enevoados
De refrigério que as futilidades simulam

Então, tento resgatar dos inesperados
Fados, versos que sobram e, engulam
Os desencontros no coração atarracados

Luciano Spagnol
27 de novembro, 2016
03'10", Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BONECA DE LOUÇA

Boneca, bonequinha moça de louça
Com olhos vidrados de vidro
E seus loiros cabelos de ouro
Te peço se me escuta me ouça
Mas se te olho mudo, calo não falo.

Oh minha boneca linda de louça?!
Não me deixe assim tão infeliz!
Molhe os lábios dessa boca louca
Sossegue essa minha voz rouca
Não me faça a viver como giz.

Sempre com seu semblante branco
Na face, quer dizer, mais não diz
Rosto no jeito feito de encanto
Boneca eu sei, você não tem pranto
No entanto não é assim tão feliz.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NÓS E LAÇOS

quantos nós
entre encontros
e desencontros?

tentando dar laços
abraços
no desconhecido

o amor
é substantivo
definitivo

que ata
e nos arreata

Luciano Spagnol
Rio, 15 de julho, 2008

Inserida por LucianoSpagnol

NÁUFRAGO (soneto)

Devastado pelos medos, a tudo, temo!
E nesta imensidão de negrura sem fim
Os assombros me aterram no extremo.
Donde cheguei e, pra onde irei assim?

Os sonhos se tornaram nau sem remo
O olhar se prostrou no horizonte carmim
Joelhos e mãos postas, de um blasfemo
No caos, o favorável estoirou em festim

Na sorte, o suspiro se fez de supremo
Choro, lágrimas e desespero em mim
É embarcação medonha, e eu tremo!

Oh! Náufrago, de alma sem lanternim
Miserando por um único ato sopremo.
Rogo aos anjos, ter-me ao som de clarim...

Luciano Spagnol
Novembro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

E quando digo, é verdade - me acredite, amor.
O ontem e o amanhã, o hoje não tem valia
Se meus olhos não descansam sob os teus.

Inserida por WebsterFreires

MALEDICÊNCIA

Vagando sob sentimentos
me deparo com as mãos
fazendo rascunho do meu eu
... Desenhando letras,
formando palavras
vês e outra...
pintando frases claras
com anáguas de amor,
no breve momento do adeus.

Sigo embrenhando nesse emaranhado,
frisando aqui, frisando ali...
Entrego-me as lagrimas da saudades
que hoje encontra-se...
Calvagando sob trote das lembranças.

Me arrisco aos ventos
e as poeiras dos avarentos e ariscos...
Arrancam-me suspiro, movidos
por sonhos, e esses...
Se expressa nos soluços
das recordações, e flecham-me
com os dardos das solidões.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AFIADA

A sua conversa fiada,
não fura
e com esse enredo
cheio de cantos...
Não esta tão afiada assim.
Por tanto, não corta nada,
em vez de lamina...
Poderia ser uma espada.
Espada com encanto,
que talha, farfalha
e que faz pedaços,
causa pranto, espanto
como navalha.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AFOGANDO-ME

Mesmo longe e sem ti
sigo afogando-me nas ondas
insanas das minhas vontades.

Enquanto almejo o cio
do seu eloquente desejo...
Me deleito na ponta salobra da
sua língua e me perco, no
molhado dóceis dos seus beijos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes