Um Estranho Impar Poesia
Ofertar
Eu te ofereço a luz do dia,
A paz, a reflexão
Te ofereço
O colo do canto,
Da minha canção.
Te ofereço
Estar consciente,
Ciente
Que somos uno.
Te ofereço
O abraço apertado
Calado
Aquele que desmancha
Só por estar
Estar acolhido
Num amor eterno
Fraterno
Amor que pode curar
Te ofereço a vida
A alegria
O momento é esse
Estou a te chamar.
Primeiro amor
Queria ter te visto moleca,
Corrido contigo sem pressa
Cirandando onde o tempo
Demorava a passar.
Queria ter tirado teus laços,
Embaraçado teus cachos
Tua boneca roubar.
Queria ter tido o gosto
Do teu primeiro beijo,
Ter sido teu sonho
Ter brincado contigo.
Passeado nos montes,
Embaixo do céu azulado.
Ter sido seu melhor amigo.
Saudades
Saudades de quando
O tempo
Não tinha tempo
E todo o tempo
demorava a passar.
Saudades de me perder
No esquecimento
Sentir o vento
Não ter hora pra voltar
Saudades de estar em festa
Dançar a Bessa
Sem me entregar
Saudades do tempo
Que vivido foi.
Intenso...
Mas que não volta mais.
Infinito
O que há além do infinito
Retalhos fadados,
Mensagens perdidas,
Orgulhos feridos,
Ilusão, desilusão....
Pontos que finalizam,
Letras que recomeçam.
Mãos que tecem e
Desfazem ao mesmo tempo,
As leis do destino.
No além que se molda
Tão infinito
Quanto a presença do agora e
Transborda para dentro
Um universo inteiro de intenções.
No além das palavras não ditas
Dos olhares que nunca se cruzaram
Há um caminho para cada lágrima,
Cada sorriso,
Cada querer que nunca foi quisto.
Como numa prateleira gigante
Onde tudo se encontra e
Não sabe o que se procura.
Estão as respostas
Para as perguntas não feitas,
Para as histórias
Que jamais foram contadas .
Histórias de personagens tão vividos
Tão sofridos
Tão sem ânsia de ser,
Que deixam de se perceber.
No além do universo traduzido
Existe um ato, Um exato...
Momento em que tudo se encaixa,
Numa pequena caixa
No centro da Palma da mão
Vício
O mundo até caminha
Em passos lentos,
As vezes gira forte,
Me tira do centro
Mas estou de pé, ainda estou de pé.
Um passo de cada vez
Um dia após o outro
Cansado, abatido mas esperançoso.
Esperança essa que me auxilia,
Segurança que sorri pra mim
Nos momentos delicados desta vida.
Só mais um dia.
E nesta noite vou poder dormir
O sono dos justos,
E olha que nem sou tão justo assim.
Mas eu venci mais uma vez
Venci a mim mesmo,
Venci meus medos
Venci.
E amanhã estarei de pé,
Recuperado? não sei...
Mas estarei de pé Recomeçando,
Pois o recomeço é diário.
E minha vida se resume a viver o dia a dia.
A saudade arde vazia
Há razões em teus abraços
Neste tempo de asas tolhidas
De rimas repartidas
Nos musgos do tempo há.
Quero
A cor deste amor
O silêncio escondido
No coração Deus verá
Anda
Diga-me onde nasce
Uma nova canção
Sem choro
Sem frio
Com tempo de não te perder.
A saudade
Que arde vazia
Nas nuvens do meu mundo
Louco
Sujo
Caído ao lado do teu.
A ternura
Que invade teus olhos
É o espelho do meu sorriso
Manso
Livre
Com força para se viver.
Livro: Travessia de Gente Grande
Autor: Ademir Hamú
Metamorfose da Solidão
Ele havia morrido.
Rosa Augusta deitou-se silenciosamente aos pés da cama.
Emudecida, anestesiada pelo sofrimento. Não havia soluços, desespero, nem pranto incontrolável.
Somente seus pensamentos voavam e cerravam todas as portas do casarão, avisando a todos, que, naquele instante se encerrava uma história, uma vida. Dali em diante, somente abrindo as alas da morte para conhecer o outro lado.
Não era feriado, dia santo e o comércio não parou. Somente ela vestiu-se de negro. Aprumou seu coque, dobrou o lenço de linho miúdo e colocou-o no punho da manga e recebeu os... “sentimentos”...
Numa noite clara de luar, pessoas iam e vinham, aconchegadas, quentes, acalentando Rosa Augusta que escondia os pés doídos de frio e solidão, debaixo das barbatanas e anáguas.
Seus pés gelados trincaram e se despedaçaram pela sala como pedras soltas...
Ela ficou inerte, sobre os cotos, sem dor, esperando que a alma dele lhe desse asas para voar.
As pedras despedaçaram, derreteram e escorreram pela sala. Ninguém entendia o porque de tantas poças d'água já que a casa era toda forrada e de Rosa Augusta não desprendia uma lágrima sequer.
Ela, num gesto de consolo a si própria, descobriu a face do amado, emoldurado pelo fino filó, passou o lenço pela sua testa como se ele vivesse e transpirasse sua existência ali inerte.
Neste instante, ao recolher o lenço, este caiu sobre as poças do chão-molhado, encharcou-se de emoção nas águas caídas, aumentou de tamanho, desdobrou suas formas e transformou-se em asas que Rosa Augusta vestiu e voou... acreditando que a vida é uma grande “METAMORMOSE!
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Passos largos nas ruas
Olhares curvos tão frios
Ansiedade declarada
E estranhos pensamentos constantes
Atordoam minha mente
A cada instante
Que me vejo longe de casa.
A cada olhar retribuído sinto fraqueza
Sinto como se minha estranheza ficasse mais visível
E que os seres que circulam se virassem todos contra mim.
Tênue linha que separa o feio do belo
A loucura do gênio
O amor das dores
A felicidade da inconsciência.
Loucos somos nós
Jogados para os cantos do mundo
Nascidos dos infernos e cada
Vez mais moribundos
Somos assim, estranhos, gênios, podres e largados
Mas sabemos viver, sabemos o instante da vida que o valor
Se investe
Sabemos que bebida e sexo podem ser a salvação de muitos
Problemas que nos são diariamente dados.
Reprimo mais essa dor
Para descarregá-la em tragos noturnos
E sentir um pingo de álcool de felicidade.
Unhas pintadas
Pinte suas unhas menina
De dourado, vermelho
A cor que representa
Teu desejo
De liberdade guardado aí dentro .
Pinte seus lábios,
Se borre
Com rímel, blusch
Se precisar tome um porre
Mas se forre de você.
Olhe no espelho
Desembarace os cabelos
Sinta seis anseios ...
Devore- se
De um passo em salto,
Se cansar os pés
Deixe os descalço.
Mas valse, baile....
Se acabe
Na melodia que grita ai dentro...
Nudez
Lembro-me da roupa que usastes
Que tua pele. nua emprestas-te
Pra dizer que nua não estava
Em tua nudez encoberta
De alma, sentimento, gozo e calma
Veste- se como a mais linda mulher...
Lembro- me quando te despiste
Do pouco ou nada que ainda ,
como um véu pairava
Para não que eu não a percebestes.
E hoje encoberta de nudez
E pelos eriçados
Da pele quente de vermelho inflado
Vejo que não há vestes mais belas
Que a tua liberdade.
Inspirações
Trago inspiração pro meu amigo poeta
Em fotos, frases e pensamentos
Pintados em tela.
Para expressar minha alma
Através de suas palavras.
Trago de presente minhas memórias
Meu passado triste
Meus segredos e histórias.
Para poder ver num livro
De romance escrito
Um pouco do que fui um dia
E ser o ator das fantasias
Que meu amigo poeta fará pra mim.
Dani Raphael
@poemasefilosofia
Cartesiana
Ela me disse que odeia matemática
Mas calcula tudo
Com pensamentos rápidos
Soma o que interessa
E subtrai o que pra ela é lixo.
Ela disse que odeia matemática
Mas dividi tudo
E quando o foco é o amor que sente
Ela multiplica em seu mundo.
Ela odeia matemática
Mas sempre enumera o que na vida é especial
Das notas musicais cria sua própria orquestra
No seu mundo deixa só o essêncial.
Conta as flores, conta as rimas
Do coração, suas batistas.
Conta os passos, conta os dias.
Na sua lógica perfeita
Deixa tudo em suas caixinhas.
Menina matemática
Cartesiana e detalhista.
Arte do poeta
A arte do poeta não é a escrita
Mas sim o bailar de letras
Ritimadas e sentidas.
É o transpor daquilo
Que não se almeja pela realidade.
Que está além do mundo
De olhos cerrados.
Dentro do universo que não se compreende ...
Só se sente
Dani Raphael
@poemasefilosofia
rasgo negro
de margem
a margem
no centro
marcas do
desabamento
acima,
o Elevado leva
restos a reboque
e encobre
escravos tangidos
pelo trator
por que, apesar
de asfalto, erosão
e motor
tudo permanece
imóvel, a mesma
paisagem estática?
O que eu não faria
para ser como a criança
que perde a pele mas
não percebe que se transforma
O que eu não daria
para ter férias da cabeça.
Que no seu jardim;
floresça
mas se não florescer também
permaneça.
a felicidade não se põe na mesa
não esqueça
digo mais;
pra quem há de sentir no peito um nó;
não estás só
toma um café
ajuda.
se está na hora ou se és prematuro
experimenta as 6:45 o café puro
e que amanhã ao acordar
possa olhar pro céu
e os olhos ainda fechados de sono
que possas esquecer todo esse abandono.
o que realmente importa não é a forma como caminhamos sobre o asfalto
mas sim pelo fogo
disse que logo viria pra jantar, ela
vai acabar o jogo
e eu continuo aqui
escrevendo.
agora já está tarde
vou para cama
apesar de tanta tristeza no mundo
Se tem a capacidade
então ama.
E por falar em amor
Como dizer ao mundo
Que tudo enumera,
Que não há razão que supera
O que chamamos de amor.
Como provar ao mundo
O que não se prova,
Que o amor verdadeiro vence a história
E não se limita as convenções.
Como pintar o amor somente com duas cores,
Se o universo não limitou as flores
E todas são flores,
Independente da cor.
O amor verdadeiro é sincero,
Sem rótulos ou mistérios
Vai além do universo.
É o elo imutável de quem o descobriu.
@poemasefilosofia
Linhas retas
A menina que não sonhava
Não buscava entender
Que o mundo não anda em linhas retas
E Que o improvável sempre pode acontecer.
A menina que não cantava
Não sabia como dizer
Que seus sonhos nunca chegavam
Por que ela sempre deixava de crer.
O mundo dela até tinha graça
Não tinha cores
No mundo de linhas retas
Não havia sinal de flores.
A menina que não sentia
Como a Andorinha sente
Não sabia que a vida é magia
E que a felicidade
Estava sempre a sua frente.
@poemasefilosofia
PENSAMENTOS
Pensamentos vêm, pensamentos vão, horas passam, o tempo nos destrói, a noite chega, o dia nasce. Mas nessa série de coisas não pode faltar uma caneta, um papel, café e poesia.
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