Um Estranho Impar Poesia

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oh meu deus
sinto saudades de mim
mas qual eu?
o que eu?
quem eu?
oh meu deus
sinto saudades de mim
não do que me tornei
mas o que me tornei
não seria eu?

Os sentimentos são como roupas à espera da ocasião.
Há os que não cabem,
os que apertam,
e os que vestem bem.

⁠O ESCRITOR

Posso ser homem
E até ser mulher
Ideias me consomem
Sou coisa qualquer

Posso ser astronauta
Alienígena, talvez
Um mero internauta
Africano, chinês

Posso voltar no tempo
Ou ir direto ao futuro
Até congelar o momento

Posso derramar ódio
Ou transbordar amor
Prazer, sou o escritor


⁠Com este céu de 05:00h da manhã
O azul prime com seu airoso brilho,
Sem nuvens, quem conjuras o chegar do amanhã?
Que seja! O sol é quem sempre medeia o andarilho.

⁠Há certas almas
como as borboletas,
cuja fragilidade de asas
não resiste ao mais leve contato,
que deixam ficar pedaços
pelos dedos que as tocam.

⁠Nunca digas com firmeza
que a mágoa apenas crucia:
a saudade é uma tristeza,
que nos dá tanta alegria!

⁠Nothing

Nada nada nada
Nada mais do que nada
Porque vocês querem que exista apenas o nada
Pois existe o só nada
Um para-brisa partido uma perna quebrada
O nada
Fisionomias massacradas
Tipoias em meus amigos
Portas arrombadas
Abertas para o nada
Um choro de criança
Uma lágrima de mulher à toa
Que quer dizer nada
Um quarto meio escuro
Com um abajur quebrado
Meninas que dançavam
Que conversavam
Nada
Um copo de conhaque
Um teatro
Um precipício
Talvez o precipício queira dizer nada
Uma carteirinha de travel’s check
Uma partida for two nada
Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas
Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava
Um cão rosnava na minha estrada
Um papagaio falava coisas tão engraçadas
Pastorinhas entraram em meu caminho
Num samba morenamente cadenciado
Abri o meu abraço aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto
E nada.

⁠o prefeito de gravata borboleta
rapidamente desviou o olhar
do próprio umbigo
a fauna e a flora
gritaram
enquanto os jovens caçavam pokemon
na 2ª maior reserva de mata atlântica do estado
acabaram os pedacinhos do céu
no carrinho do picolé de caicó
e uma família de flamingos
dançou sapateado na BR 101
até ficar com calos

⁠Água mole em pedra escura
tanto bate
que Iemanjá esconjura
revira os barcos
e as pedras rolam.

⁠a mulher do homem mais triste do mundo
para valter hugo mãe

era a mulher mais triste do mundo
ela quebrava pratos
e engolia os cacos
na tentativa que seu coração
se refizesse num mosaico.

⁠Ao olhar as estrelas
Lembro do seu olhar
Da sua forma carinhosa
E do seu jeitinho peculiar

Se eu pudesse voltar no tempo
Apreciaria mais você
Pelo seu jeito belo e meigo
E sua forma de viver

Ao olhar para lua
Penso eu e você vendo um luar
Entoando lindos versos
Onde o título "é vem me amar"

Infelizmente isso é um pensamento
Que poderia ser realizado
Basta você querer
Ser só desse homem apaixonado

⁠EM VOCÊ


Vejo em teus olhos
O brilho da felicidade.
Sinto no aperto de tua mão
A força da coragem.
E o teu abraço,
A minha caridade.

⁠Na primeira oportunidade,
voe alto,
pra bem longe,
sem demora.
Se a alma é pássaro
a mente é gaiola.

⁠E quem diria que na era digital iria surgir uma pandemia.
No mundo onde tudo se compra enfrentando um invisível que afronta.
Na velocidade da comunicação a invasão da lentidão dos dias.
Dos que apreciavam o desapego hoje sentem falta de uma companhia.
Das tantas certezas tecnológicas e das tantas incertezas científicas.
E na busca por uma resposta enfrentamos os nossos dias.
Esquecendo que o momento é o agora e que a resposta ainda é a mais antiga: é somente através do amor que salvamos as nossas vidas.

⁠"O que, às vezes, me desespera
é fazer da vida uma
mera
quimera,
se o que não foi feito
é o que se fizera... "


Quem Dera (trecho) - in: De Peito Aberto

⁠Minha voz está estranha
Rouca
Falhada
Seca
Talvez seja meus gritos
Ou a falta de uso deles.
Tenho arame farpado na garganta
Pregos nos lábios
Você consegue ouvir meu pedido de socorro?
Consegue?

⁠PRAIA ILUMINADA

Fogos de artifício, o céu sorria
Sobre o mar da praia iluminada.
O vento no rosto da meninada
Anunciava um ano que se abria!

Ela, a sereia do mar, era só magia,
Pulando ondas d’águas quebrantadas!
Ele, pés descalços na areia molhada,
Era o príncipe da terra da alegria!

Eram os mais belos se abraçando...
Amados filhos lá se divertindo...
Formas puras no mundo brincando...

Não se esqueçam de mim, anjos lindos!
Por vós - as noites eu velei chorando,
Por vós - os dias eu vivi sorrindo!

Amar-te

Amar-te ei, como quem nunca se sentiu amar
Pensarei não perceber o coração acelerar


Negarei quando os desejos sussurrarem em meu ouvido
Os mais ardentes sonhos da sua pele desbravar

Não direi jamais que borboletas roubam o meu ar
E que a luz da lua clareia o líquido
que denuncia meu pensar

Em verdade, nunca direi das noites que só dormi, depois de uma vida inteira planejar
Desde aquele beijo estranho em um banco de praça
até as flores a caminho do altar

Amar-te ei, em segredo como fazem as estrelas
Que de longe confundem o imenso azul do céu com o infinito azul do mar.

Medo
Isso que estou sentindo...
Isso é medo...
Ironicamente é medo...
Piamente medo...
Medo caritativo..
Medo covarde...
Covardemente com medo...
Inerte medo...
Ignavo, claramente...
Medroso como um fraco...
Fraco como uma ponte velha...
Medo...
Haverá dia de intrepidez?
Haverá um dia o destemor?
Dei-lhe meu coração...
Dei-lhe meu ombro...
Estive lá para ti...
Mas a derrota feriu o brio...
O amor-próprio indignamente sumiu...
Estou acordado,
Estou com fome,
Estou ferido,
Estou...

Mãe, aqui estou no dia de hoje,
Batendo à tua porta, procurando a tua companhia.
Não me desconheças nem perguntes quem sou.

No fundo de mim mesmo, apesar de tudo o que houve,
Das incompreensões, do pó e da amargura,
Das misérias que pratiquei e que praticaram
Contra mim; apesar da experiência do ódio e do amor,
amargos ambos,

Sou o mesmo filho que deixaste
Na orfandade
Quando partiste,
Estrela materna, flor de beleza,
Que o vento gelado crestou na juventude.