Um Estranho Impar Poesia
Em lampejos me recordo
sombras de noites viradas
um sorriso acalorado
colhendo sinceras risadas.
Contra a maré de paradigmas
um encontro breve e intenso
depois de um relativo tempo
me sinto um tanto ainda tenso.
Ela abordava alguns assuntos,
mas eu ainda não entendia...
Com certeza um outro mundo
e hoje vejo o que eu perdia.
Infeliz de ter encontrado
justamente naquele tempo
com meu ser despedaçado
tempos difíceis, lamento.
Mas eu realmente agradeço
eu carecia dessa amarga dor
a consciência me acompanha
lhe pintarei com muita cor!
Para Camões, o amor é um fogo que arde sem ver, para mim, é aquela fração de segundo que eu fecho os olhos e vejo o seu sorriso.
É quando me lembro de você tirando a sua blusa branca de botões e jogando-a no chão, é quando eu me esqueço do mundo ao redor estando com você, e o seu nome sai abafado de minha boca.
É quando eu guardo meu amor para você, escondendo-o de todos.
Foi te reconhecer no meio da multidão, foi confiar mesmo não te conhecendo.
É o coração acelerado quando ouço seu nome, é a lembrança do seu toque, do seu gosto.
É te encontrar nos meus sonhos.
Só lá...
Die Aufgabe
Chegar em casa um pouco mais
do que cansada e puxar ainda assim
e aos poucos o fio longo da mortalha
até fazer da noite sair enfim um dia
dentre todos os dias a morrer na praia
FESTA
Eu desdobrei minha orfandade
sobre a mesa, como um mapa.
Desenhei o itinerário
para meu lugar ao vento.
Os que chegam não me encontram.
Os que espero não existem.
E bebi licores furiosos
para transmutar os rostos
em um anjo, em copos vazios.
O LADRÃO DE VERSOS
Uma gargalhada do meu filho
rouba-me um verso. Era,
se não erro, um verso largo,
enxuto e musical. Era bom
e certeiro, acreditem, esse verso
arisco e difícil, que se soltara
dentro de mim. Mas meu filho
riu e o verso despenhou-se no cristal
ingénuo e fresco desse riso. Meu Deus,
troco todos os meus versos
mais perfeitos pelo riso antigo
e verdadeiro de meu filho.
O contemplar de um olhar
Esse querer estar
Sem poder ficar
Esse passageiro momento
Buscando o regressar
Contínua procura
De um profundo olhar
Esses olhos cheios de alma
Imensos de si
Na profundidade do aconchego
Que se desejava morar
Longe de um fugaz instante
Perto de uma eternidade
De um profundo olhar
MEDO
Do que tens medo?
Da escuridão?
De viver?
Dos outros, então!
Todos têm um ponto em comum a esconder
No jogo bruto em que vivemos
É estranho conviver com as brumas
Que escondem o sentido absoluto
Do mundo da razão navalha.
POEMA PARA UM AMIGO À BEIRA DA MORTE
Aonde é o começo ou fim do correr?
Lembro-me das noites quentes,
Quando sentados no telhado de vidro
Absortos em meio à fumaça inebriante
Acompanhávamos resplandecentes
O rastro veloz das estrelas cadentes artificiais
Cintilando e logo sumindo na noite escura
Transformando, movimentando a cidade amorfa
Girante caleidoscópio de pensamentos
Entre prosas e poemas
Sonhos e sentimentos profanos
Divinizando-se no voar baixo
Pelas ruas, bares, bocas e olhares
Sob o crivo dos justos ignóbeis
Os que nunca tiveram a coragem de
Caminhar na beira do abismo
Por medo de confrontar o fundo insondável
De suas almas incógnitas
Aonde é o começo ou fim do correr?
Não conheço a hora certa
De atravessar a ponte sem medo
Conheço apenas a poesia dos momentos
Canções da existência
Notas e timbres,
Ritmos da dança das lágrimas e sorrisos
Motivo do entender do viver e ter
Talvez o começo e o fim
Como o saborear da límpida água da fonte
Saciando a sede do conhecer
Reflexões de que tudo flui
Bastando querer seguir sem importar-se com o inexistente tempo
Afinal, o adeus não existe
Pois, como as noites findavam com o raiar do sol
Observados pelo infinito de nossos olhos
Além da caixa empoeirada, do alto nos telhados de vidro
Existíamos, meu amigo
Para cada novo dia, para cada velha noite,
Perpetuando-se na eternidade.
CAPÍTULO IV
Hoje é um belo dia para morrer
Brilha forte o sol
Iluminando o caminho
Trazendo o calor
Para o corpo e alma
Não quero que aparem minhas lágrimas
Descobri que tenho lenços de papel no bolso da calça surrada
E eles se dissolveram no próximo dia de chuva
Hoje é um belo dia para viver
Ouvir uma canção triste
Alegrar o corpo e alma
Dançar resiliente
Agradecendo o sorriso
Amando além do amor
Tendo o azul do céu
Dizendo amém.
CHAVES DA VERDADE
Um doce beijo nessa manhã
Para que seu dia seja belo
Mesmo com a tristeza a turvar o brilho dos seus olhos
Fazendo olvidar de contemplar o horizonte
E da sempre presente poesia que liberta a alma
Num simples caminhar vagabundo
Aproveite o dia! Sussurra o vento repentino
Mesmo nos dias cinzas
Porque o sol apesar de oculto por nuvens flutuantes de chumbo
Está a decretar a luminosidade do dia
Secando as lágrimas da noite passada
Dando a medida exata da nossa medíocre ignorância
Sendo o senhor das chaves da verdade
Para que possamos viver o hoje.
MEU CORPO ÉS UM POEMA
Eu não acho
Feio um corpo com estria.
O corpo é um verso.
E qual é o poema que não tem linha?
Infelizmente tem o analfabeto funcional
Que não sabe interpretar uma poesia.
Sobre o Livro de Zi Ferreira ! Um Tantinho de Mim"
Dias atrás eu cheguei em casa de viagem e, me deparei com este Mimo:
Era o Livro "Um Tantinho de Mim" da querida escritora Zi Ferreira...
Apesar do cansaço da viagem, aproveitei o ventinho fresco que corria na minha varanda e decidi me deliciar nesta leitura...
Ahhh... E como valeu a pena!
Zi Ferreira, uma nordestina que adotou São Paulo com o seu coração, é de uma nobreza sem fim...
Uma Remendadeira que com caneta e papel traça letras, versos e rimas e as transformam em poesia.
Um Tantinho de Mim... Nos remete aquela escrita raíz, que nos faz lembrar de Cora Coralina e também Manoel Bandeira poeta que muito li na minha infância...
Com igual singeleza e liberdade nos versos que Manoel desenhava sua poesia, Zi também compõe um Tantinho de si mesma... E assim como Cora que cozinhava Palavras e Doces, Zi com linhas de amor, Remenda o sol, a lua, o arco-íris, a flor, o mar, a terra, a chuva, o vento, a saudade, a alegria, a amizade e tantos outros sentimentos...
Juntando e ... alinhavando e.... Remendando tudo e .... os transformando em Um Tantinho de ...Poesia...
Parabéns Zi... Meu Amor...
O céu
Posso flutuar como uma águia
Posso flutuar como avião
Mas se não tiver asas
Tenho um céu magnífico na cabeça
Pra sonhar, pra imaginar
Pra almejar se chegar
No céu do infinito, no céu do paraíso
Sem limites, mesmo com os pés no chão
Para quem olha pra cima e sonha alto
Não há caminhos para pernas paradas
Não há esperança para mentes travadas
No céu moram os anjos para nos abençoar
O céu traz esperança pra caminhar
O céu traz o horizonte pra se enxergar
Quando suas cortinas de nuvens se abrem
Decreta um novo dia que irá começar.
O teto de vidro rachado
As paredes estremecidas do ser
Um passado repleto de erros
E um futuro sem você
As nuvens fechando o céu do olhar
E o céu desabando ao chão
A chuva correndo na boca
E a boca pedindo perdão.
Do epicentro da loucura
Uma linha tênue de lucidez
A visão de um futuro forjado platonicamente
A balbuciação de um projeto feliz
Sem explicação profunda
Ou o mínimo resquício de sensatez
Apenas alusões difundidas por afeto
Que não se partem simplesmente ao acaso
Mas que se ligam como um esbarrar de braço em interruptores
E que faz a luz de ambos resplandecer mais forte e vividamente
Pela simplista ocasião de estarem juntos.
Olhar Poético
Como um filme
Vejo cenas que marcaram a sociedade.
Como um filme,
Gostaria de rebobinar muitas cenas
Mudar alguns atores
Alguns lugares
Alguns roteiros.
O 11 de setembro por exemplo
Eu mudaria...
Colocaria meu olhar poético sobre aquelas primeiras horas do dia
Colocaria poesia na vida daqueles homens-bombas
E salvaria!
Tantas vidas
Tantos sonhos
Tantos filhos e pais
Amigos e irmãos.
Não voltaram para casa.
Não acenaram um adeus.
Tiveram suas vidas ceifadas
Pela secura das emoções
Pela amargura de um luta cruel.
Como um filme
Vejo cenas que marcaram a sociedade
E a poesia não estava lá.
SONETO DOS FINADOS
Dia dos mortos, túmulos... Finados!
Dois de novembro, fé, um ritual.
Almas no céu? Inferno? Funeral.
Cemitérios, os corpos enterrados.
Covas, ossadas, pó... desencarnados!
Orações, rezas... Um tempo no umbral.
Lamentações, espírito imortal...
Mortes, óbitos, ciclos acabados.
Desafinados, só boas lembranças?
Ó sumida pessoa falecida,
Aos teus filhos deixaste uma herança?
Fecha caixão, velório, despedida.
Anos se vão... A única esperança:
Reencontrá-los no além, fim da vida.
Nosso amor foi um deserto
mas tinha tudo pra dar
faltou apenas dar certo
questão de hora e lugar
A razão me trouxe embora
mas eu queria ficar
a paixão que me devora
sei que ela vai me matar
A vida vai lá fora
preciso de respirar
mas sem você é um sufoco
eu não me mato por pouco
ando fugindo do azar
Nosso amor passou por perto
tava tão fácil de achar
só faltou ser descoberto
questão de hora e lugar
Querida;
Você pode parar de ser bela?
Minha vida é um resumo;
Um resumo de amar;
De lhe admirar;
De lhe afeiçoar;
É uma delicadeza imensa;
Eu cultivo meu amor todos os dias;
Esperando que um dia me dê frutos;
O fruto da esperança;
De um amor impossível;
Eu te digo agora;
Não vou parar de lhe amar.
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