Um Estranho Impar Poesia

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⁠ÉRIDA

Sem chão nem Fé, me vi flagelado
bem apegado a um Amor tinhoso.
Devaneando, morto, ao Sol do Descaso,
vi o mundo ruir. Abismo vultoso.

O bailar de Érida, Corpo equilibrado,
vinha mostrar seu Passo virtuoso.
Era o Baile corrente, aclamado,
tecido nos Saltos sem pouso.

E veio o Sonho: e foi desperdiçado!
E veio a Morte: o luto renovado,
o espinho encravado em meu pé!

Tudo indicava o Sol! Fiquei embaixo,
na Prisão que estive e em que me acho,
a Sonhar e a bailar, sem chão nem Fé!

Inserida por RomuloBourbon

⁠Um aviso aos navegantes

uma perfeita
imperfeição...
gosta que lhe gostem,
mas não liga,
se não lhe gostarem...
sexo,
inteligência,
vontade de...
desejo cá...
que natureza dos infernos
essa criatura tem...
vale muito ou nenhum vintém...
tudo depende
do agora ou do além...
uma máquina de palavras,
sentimentos e tempestades...
um beijo e mil palavrões ...
uma face e mil olhares...
uma boca e mil sorrisos...
pernas,
mãos,
lábios...
batons,
tons de cinza,
muitas cores...
uma biscate
e amores ...
vive para si..
ama para si....
lê para si....
olha para si...
se encanta, não se sabe quando...
se deseja, não se sabe quem...
se quer, não escolhe esconder...
se não quer, piorou...
ELA é
um aviso aos navegantes,
mergulhe!
mas navegue antes...

Inserida por MAISHAMANDISA

⁠ Véu da Noite


A noite é como um véu
A noite é menestrel ...

É confissão de todos os profetas
E o Amor de todos os poetas
É o divã de todo analista
E é a casa de todas as meninas ( e meninos )

Ela é o bar de todo embriagado
E é o lar de todo abandonado
É o amante , a concubina


É a canção de todo trovador
O meu,oseu
O nosso amor ....

A noitenaverdade
É minha dama sem pudor

Inserida por Bia-Domingues

Canção inacabada

As ondas sonoras são partículas
De um corpo inteiro que se foi.
As canções tocadas no rádio
São como o grito da torcida no estádio
Que dilacera o peito ao meio.
O tempo é um grande vilão e
Despedaça o coração.
És minha canção, meu ar, minha inspiração.
Sua voz adentra a mente com pressão
E ouví-la é minha obsessão.
Você é uma canção de alento em meio ao sofrimento.
A ausência é um tormento,
E levo comigo os momentos vividos
Que jamais serão esquecidos.
As mãos diminui o volume devagarinho
Na certeza que do outro lado existe carinho,
Mas a força da vida separou o nosso caminho,
Deixando apenas um pedaço de você no cantinho do meu ser.
E é nele que você vai permanecer
Durante o tempo que eu viver.

Inserida por silviacplima

⁠O Compasso do Vôo
Tocou um tango.
Ele levantou-se, saiu pelo salão, abandonou a mesa e a comunhão de todos que o cercavam e na multidão ele a viu; era ela todos seus dias, era ela todas suas noites.
Aproximou e disse:
— Dance este tango comigo.
Ela indignada com a transparência respondeu:
— Não sei dançar tango.
— Isto não importa, tango é uma dança masculina; comigo você não perde o compasso.
Ela levantou-se e viu o mundo em alto relevo descortinado acima de sua verdade.
Caminhou até o salão, petrificada, nem sabia como tocá-lo em público.
Ele providenciou o enlace. Pegou suas mãos úmidas e
geladas, segurou-as com firmeza e as trançou em seu corpo.
Ela sentiu seu movimento e desta vez não podia fechar os olhos, inalou seu cheiro sem poder beijá-lo, percebeu suas pernas fortes e não podia entrelaçá-las. E por um instante o vinho recém aberto a deixou tonta em um só gole.
Dançou, jogando seu ritmo nas batidas sufocadas suspiradas do bandónion.
Suspirou, puxou coragem e dançou aos olhos de todos. E no mundo emparedado ela viu o fio do prazer e com volúpia dançou esparramando todo seu desejo.
Neste instante, o salão foi inundado de um perfume fragmentado e indefinido da lágrima que escorre, do pensamento cheio de saudade, do prazer de sua voz e da incerteza do encontro frente à maciez do contato de seu beijo.
E todos perturbados com o banho de verdades em pétalas frente estes sentimentos, dançaram embriagados abraçando seus pares. E no amontoado esprimido do anonimato, eles os amantes, se perderam sem julgamento.
E nas asas do desejo e da imaginação emergiram na noite e no compasso fálico desse desejo onde mora a morna volúpia longe das paredes livres, perderam-se no horizonte em um vôo flutuante sem destino certo.
Onde a noite é suave ao adormecer, onde pairam e
pousam as almas amantes que se deitam para simplesmente amar.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Difícil achar um verbete
Que descreva com precisão
Esse sentimento de cambalear entre as horas

Inserida por writer10

Manhã

Uma manhã qualquer
Um silênciodegustante
De quem devora a própria vida.

O amargor que desce é rompido
Pele estalar das cordas Grunhindo,
No clamor do pare.

Mais uma manhã,
Fria em seus tons de cinza
Onde o cobertor não mais aquece.

Pequenas gotas caem
Pela janela, pelos olhos
Na timidez de quem só se apresenta
Sem pretensão de ficar.

Inserida por DaniRaphael

Se o mundo não estivesse turbulento
e tão perto de um colapso,
eu não precisaria estar aqui.
Quando o mundo estiver harmonioso,
certamente, eu irei embora pra "Casa".⁠

A vida é um pássaro na mão,
os sonhos são dois pássaros voando
e a morte pode ser
uma revoada de anjos
(ou de demônios);
vai depender daquilo
que tu fizeres
com o pássaro que agora
tens em mãos.⁠

⁠Um dia estive na estrada esperando o futuro
E descobri que o amor se acaba aos poucos
como o derradeiro farelo da Terra na boca de um jacaré
E isso dói como dói uma cascata
direto nas costas castigadas de um povo
Mas é assim que caminha o mundo: numa corrida
Em uma hora alguém chega e há uma reviravolta de 360 graus
e sua pele 40, 50, mais que o Rio de Janeiro
E nunca se sabe de onde vem aquela pessoa com quem nunca você sonhou
mas estará ao seu lado daqui a 5, 10
ou mil anos num túmulo de pedra
Também não se sabe a porcentagem de tempo
em que caminharão juntos
Nem se você estará ao lado de um assassino, poeta ou vendedor de salgado
desses que ficam horas na cozinha e quando se deitam na rede
têm cheiro de empada de camarão e você cheira e que delícia
Mas o amor se acaba aos poucos
E é preciso sempre esquecer isso
para que haja amor,
para que haja começo

Inserida por pensador

⁠e por nunca acertar o ponto de corte do abacate.
é sempre um madurou, não madurou, madurou, não madurou, o caroço ainda não balança, vai ficando meio mole, bate um medo de estragar
e fica um gosto de cica na boca.

Inserida por pensador

⁠Meu Segredo: Seu Rastro



Minha bolsa esconde um jardim de aromas cítricos e adocicados que ventilam lembranças que caem como tempestades.
Entre aspirinas esfareladas, resto de uma história perdida que insiste em viver.
Busquei em você refúgio e caí num abismo de infinitos desejos.
Ela, a bolsa, a única testemunha de nossos beijos guarda silenciosa nosso segredo. Dentro dela um lenço com um grama de seu perfume.
Não te vejo mais.
Passa distante, desconhecido. Mas quando a saudade vem soberba em querer você.
Sou humilde, abro a bolsa, desdobro as lembranças respingadas, inspiro seu perfume e me deito com os segredos.
Dentro da minha bolsa um jardim de história e segredos perfumados.



Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠CUIDADO

Um lugar sombrio
Onde os princípios bons, voam
Ansiedade e insegurança, andam
Querem te derrubar, te fazer parar
Irão conseguir apenas se você deixar

Se acostume!
Este plano é assim
Lotado de injúrias, de pessoas ruins
Destruindo sua mente e seu corpo
De forma imperceptível, influenciável

Vamos para cima!
Ser diferente é moda
Ter personalidade é foda
Te ensino algo sagaz
Quem se ajoelha é mais alto do que quem anda de nariz empinado

Busca por respostas e caminhos
Se você quiser eu te ensino
Me dê sua mão
Mude sua postura e trará contigo a cura
Te mostrarei paz e descanso, de brinde, glória

Cuidado com o veneno
Banquete maravilhoso e por dentro todo podre
Lobo em pele de cordeiro
Matar, roubar e destruir
Essa é a missão dele aqui

Inserida por lucasgeovanylima

⁠E terminou tudo assim
História sem início e sem fim
Um beco sem saída
Uma verdade não vivida
Aquele passo não dado
Aquele grito abafado
Aquela frase abortada
Aquele silêncio gritante
O incógnito semblante
Um poema nunca escrito
Aquele começo infinito
E aquele adeus nunca dito...

⁠Vestida de palavras
Era uma vez... (e toda vez, nas difusas da imaginação,
começa assim) um quarto, e ele guardava um espelho grande que se agarrava à parede revelando as verdades.
Do lado impertinente e absoluto, descansado sobre a cômoda, um relógio quieto, mas veloz.
Sobre a cama, derramando intensidade, um vestido vermelho
que o tempo do relógio desbotou, mas o espelho mostrava que ele tinha ainda encanto guardado em lembranças.
Hesitante, perambulando pelo quarto, a mulher ia, de um
lado, ao outro, querendo enganar o relógio, fingindo sua aparente angústia ao espelho que apreciava o vestido, e ele se incumbia de carregar sonhos.
Frente ao espelho descortinou sua nudez, sua brancura. Abriu a lateral do criado-mudo e retirou um pote de creme. Espalhou sobre sua pele para acetinar o trincado do tempo a disfarçar e enganar o espelho por minutos naquele dia.
Recolheu o vestido sobre a cama e se cobriu dele. VERMELHO corajoso ajustado em seu corpo, abraçando os parágrafos de suas curvas, sem brigar por espaço.
Olhou para o relógio, o tempo, ele sim, brigava com ela,
apertava sua alma, não a largava nem um minuto sozinha para decidir e refletir.
Enérgicas são as horas, mostram o compasso.
Ela se mirou vestida ao espelho, olhou o pote abandonado sobre a mesa de cabeceira.
Abriu a porta e saiu do seu mundo, pôs na bolsa a sua
fantasia e decidiu acima das horas, dos segundos e minutos e não enganou a si mesma.
Lembrou-se de alguma frase, riu, saboreou, se revestiu dele,
Fernando Pessoa:
“Mas eu não tenho problemas, tenho só mistérios.”
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Se seus olhos fossem um farol
Iluminariam certamente o caminho dos navegantes
Ninguém no mar ficaria perdido
Nem mesmo os barcos errantes

Inserida por CiganoRomani

(Descanso)

Em paz se deite
Repouse a alma
Sem se preocupar

Pois não há alguém
Que um minuto
Se quer possa
acrescentar

E se Deus cuida
Dos pardais do céu
De você então
Quem dirá!

Inserida por ogbtheodoro

⁠Bastou um olhar,
Um sorriso e nada mais
para eu receber a paz que só você me traz.
Bastou dizer que sentia saudade para abalar todo o meu mundo.
Por que sabe, eu ainda estou aqui,
Naquele mesmo caos de quando decidiu ir,
Decidiu partir e me deixar aqui.

Então me diz, o que te fez mudar de ideia?
Por que decidiu voltar?
Por que agora quer ficar?
Será que pode me explicar?

Eu não queria fazer tanta pergunta,
mas meu coração ainda esta assustado.
Não se sente preparado para te ver de novo.

Com um sorriso
(Aquele seu sorriso)
Você me tem em mãos
Isso é perigoso demais.
Amar demais representa perigo pra mim.

Inserida por PequenaLuaBrilhante

⁠Código

Havia em você uma ética e um código que nunca decifrei
Havia alamedas em seu falar onde nunca andei

Havia sabores em seus beijos que nunca experimentei
Havia muito mais
Que nunca descortinei

Medo
Muito medo

Você não sinalizou
E me perdi

Hoje você passa
Me desconhece
E no paralelo
Desse desencontro
Vestígios

Alucinada
Inesperada
Incendiária
Inconseqüente
Eu fui
Em avançar sobre você

Não me inscrevi
Assediei
Havia exercícios
Que nunca professei
Simplesmente
Tropecei
Na ordinária declaração
Do regulamento

Abri meus braços
Meu coração
Depus minha oração
E você
Não me viu

Me desculpe
Por favor
Não se assuste
Isto passa
Com o tempo

Vira páginas
Mas repagina
Meu
Viver.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury

Inserida por RosanaFleury

⁠Num canto de um recanto, me ergo do cansaço.
No braço do seu abraço, onde enxugo o meu pranto,
A minh'alma se norteia e da angústia me desfaço, e num passo, eu passo, eu vivo...

Inserida por verinha_sfalsin