Um Estranho Impar Poesia
CAPÍTULO IV
Hoje é um belo dia para morrer
Brilha forte o sol
Iluminando o caminho
Trazendo o calor
Para o corpo e alma
Não quero que aparem minhas lágrimas
Descobri que tenho lenços de papel no bolso da calça surrada
E eles se dissolveram no próximo dia de chuva
Hoje é um belo dia para viver
Ouvir uma canção triste
Alegrar o corpo e alma
Dançar resiliente
Agradecendo o sorriso
Amando além do amor
Tendo o azul do céu
Dizendo amém.
CHAVES DA VERDADE
Um doce beijo nessa manhã
Para que seu dia seja belo
Mesmo com a tristeza a turvar o brilho dos seus olhos
Fazendo olvidar de contemplar o horizonte
E da sempre presente poesia que liberta a alma
Num simples caminhar vagabundo
Aproveite o dia! Sussurra o vento repentino
Mesmo nos dias cinzas
Porque o sol apesar de oculto por nuvens flutuantes de chumbo
Está a decretar a luminosidade do dia
Secando as lágrimas da noite passada
Dando a medida exata da nossa medíocre ignorância
Sendo o senhor das chaves da verdade
Para que possamos viver o hoje.
Sobre o Livro de Zi Ferreira ! Um Tantinho de Mim"
Dias atrás eu cheguei em casa de viagem e, me deparei com este Mimo:
Era o Livro "Um Tantinho de Mim" da querida escritora Zi Ferreira...
Apesar do cansaço da viagem, aproveitei o ventinho fresco que corria na minha varanda e decidi me deliciar nesta leitura...
Ahhh... E como valeu a pena!
Zi Ferreira, uma nordestina que adotou São Paulo com o seu coração, é de uma nobreza sem fim...
Uma Remendadeira que com caneta e papel traça letras, versos e rimas e as transformam em poesia.
Um Tantinho de Mim... Nos remete aquela escrita raíz, que nos faz lembrar de Cora Coralina e também Manoel Bandeira poeta que muito li na minha infância...
Com igual singeleza e liberdade nos versos que Manoel desenhava sua poesia, Zi também compõe um Tantinho de si mesma... E assim como Cora que cozinhava Palavras e Doces, Zi com linhas de amor, Remenda o sol, a lua, o arco-íris, a flor, o mar, a terra, a chuva, o vento, a saudade, a alegria, a amizade e tantos outros sentimentos...
Juntando e ... alinhavando e.... Remendando tudo e .... os transformando em Um Tantinho de ...Poesia...
Parabéns Zi... Meu Amor...
'Vejo um caixão
e minha caveira
vejo a cena derradeira
de um desgosto eterno,
Três, quatro, cinco pessoas...
e nada mais,
e o caixão encenando a desgraça,
A última graça,
e nada mais.'
A cor da pele nada significa
o sangue das veias não tem cor
somos todos iguais nesta vida
cada um de nós tem grande valor
Noite que se envolve em sombras
deixando apenas nesgas de luar
escondes do tempo um pergaminho
onde há estrelas a brilhar
Coloque em meus olhos a luz
para ver todos os caminhos
onde cintilam tristes olhos
que já não encontram algum carinho
Que neles eu veja um pouco de alegria
em sutis lampejos de felicidade
e que me vejam, que me beijem,
nos toques de retinas em saudade
Quero poder ajudar, e tudo bem se não me deixar ficar.
Mas por um momento vim, senti daqui seus pensamentos que pedem por socorro
Subo o morro desse coração que bate forte, estremecendo seu corpo.
Gradualmente atuava-se
em grande escala do alto
de um monte, um homem
que se dizia sábio.
Sobre sua cabeça governava
sete reinos, e sobre cada um
de uma forma díspar.
Se dizia ele o rei, o mais
exuberante. O mais leigo,
o mais rico.
O rei que na verdade era um
menino sonhador, acabou-se
em lágrimas e aversao.
Você tem fome de quê?
Essa fome de viver
Um vazio existencial
Fome de algo mais
Querer mais que o substancial
Ter alcance da cultura
Ter oportunidades na vida
Para encontrar a cura
Dessa fome infinita
Dessa sede que desidrata
Que nos deixa fracos
E que nos maltrata
Enquanto uns querem apenas
Água e comida,
Outros querem dinheiro
Para comprar um livro
Tem sede de justiça
Tem fome de cultura
Desejo e necessidade
De se viver a vida!
E você tem fome de quê?
Um caminho a pensar..
“A incerteza da vida nos motiva a viver
O incômodo nos faz despertar
E ilusão é mero estado de loucura
Sonhar seria de fato sair dessa doença..”.
Seu cheiro enche a casa, exala um aroma surpreendente.
Eu amo você nas manhãs quando estou me levantando
Sinto cheiro de vida de paz e força para o dia que começa.
C ativa o paladar
A roma de prazer
F az as manhãs ser mais vivas
É a bebida mundial.
Brisa da tarde, vá onde não posso,
abraçar a quem quero bem,
traga de volta um abraço,
porque eu quero também !
Sensações
Sempre com jeitinho carinhoso
Cada carinho, um conforto
Um sorriso deslumbrante
Sentir o coração ofegante
Diante… Olhando atencioso
Fluidos surgindo no rosto
Um pingo, vários ruídos
Chão molhado, corpo encharcado
Olhos vidrados, adiante
Cores nascendonos montes
Luz vibrando no horizonte
Vermelho branco intenso
Aurora sorrindo ao vento
Encantados lábios molhados.
A MAIS BELA FLOR
Tudo que dissestes em nome de Deus
Olho logo vejo um retrato teu
Pra que mentir?
Menti pra mim
Olhando esses quadros lembro de você
Daquele seu jeito manhoso de ser
Pra que mentir?
Menti pra mim
Você é como a mais bela flor
Cheia de espinhos que me machucou
Pra que mentir?
Menti pra mim
Procuro num belo dia encontrar
Uma flor mais linda pra me machucar
Não vou enganar
Nem mesmo a mim
Quando um erro nos tira uma paixão
É porque a consequência vem à tona
O nocaute nos faz beijar a lona
É um golpe certeiro no coração
Nós sofremos com a desilusão
Mas a culpa é o que mais nos faz sofrer
Dói o peito dá vontade de morrer
Porém somos obrigados a suportar
Se um dia meu amor me aceitar
Nenhum erro vai fazer-me lhe perder
RUPTURA
Mergulhou na sombra púrpura...
Ao ter um pensamento desastrado;
Que fez brotar a ruptura;
Nos limites de um ego alimentado.
Aquelas memórias eram vazias...
Protegidas pela afinada ilusão;
As mãos levemente ficaram frias;
Ao tocar na incógnita emoção.
Encontra-se distante do olhar...
Abstrato olhar cultuando a cegueira;
Rompeu com o medo de deixar;
Deixando livre pela vida inteira.
Guimarães Júnior
11/12/2018
Porque a mim não se entregar?
Nossos olhos a se trocar
Um leve sorriso no ar
Meu jeito intenso e estranho
Porque a mim não se entregar?
Te trago comigo ao pensar
As noites a se passar
Quero lhe conquistar
Porque a mim não se entregar?
Os dias passam lentamente
Seu rosto belo em minha mente
Porque a mim não se entregar?
Chegou e bagunçou tudo
Seus olhos claros profundos
Porque a mim não se entregar?
De oitenta e um à noventa e um
Foram dez anos que não houve jejum
As mentes trabalhavam, reportavam o que importava
Se inspiravam no que observavam, educavam quando repavam
As cabeças abanavam ao «boom-bap» que tocava
Os ouvintes imitavam o artista que apresentava
Na rua, no palco, onde quer que se encontrava
Ao sol, a lua, o MC improvisava
Sem receio ou censura, a alma se libertava
Nascia assim a cultura que a negritude representava
Quatro pilares na estrutura, era tudo que suportava
O B-Boy que dançava, o DJ que tocava
O Grafiteiro que pichava e o MC que apresentava
Época de ouro passou, o Hip Hop se desintegrou
Individualismo se alastrou e a cultura declinou
Fedelhos invadiram, a internet ajudou
Entre eles competiam, pela imagem, pelo flow
Os puros assistiam no que tudo se tornou
Alguns desistiam outros tantos se vendiam
Ramificações surgiam mas o underground não abalou
Equipados de dom, consciência e competência
Guardiões do nosso som, resistiam as tendências
Criticavam os que não entendiam, elogiavam os que sentiam
As raízes que fortaleciam e impediram a decadência.
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