Um Estranho Impar Poesia
Chovem gotas esparsas, a esmo,
água, ternura da natureza,
onde tudo tem sentido,
um conforto e um carinho
Não tenhamos medo portanto
do tempo, nem do amanhã incerto,
nele haverá um alento
a suprir necessidades
Em meu canto, prometo,
em horas de escuridão,
sonhar com um algo melhor,
sempre, para todos e a mim,
Enquanto isso, percebo os pirilampos,
que voam piscando felizes,
durmo e sonho com a paz,
esquecendo o mundo e seus deslizes
INIMPUTÁVEL
A concatenação do texto é necessária
como cauterizar um sangramento o é
tirando uma hemorroida ou amputando um pé,
e deve progredir conforme a faixa etária.
Outrossim confrontar opiniões contrárias
conduz ao quebra-pau, edificando a fé
de que esta Humanidade é mesmo uma ralé
e vale a pena crer que exista coisa vária.
Porém a coerência é algo coerente,
refutando um sofisma além de insofismável,
pois sempre é sim, ou não, e coerentemente.
Procure terminar de forma inoxidável,
mantendo a hemoglobina azul ou transparente,
e um texto aí está, com siso, inimputável!
Marcos Satoru Kawanami
.
Quando nova luz da manhã chegar
e um sol dourado iluminar o teu rosto
sorria, agradeça e faça uma oração
a Deus que te concedeu mais um dia
O SUJEITO INDETERMINADO..
Há tantos que procuram
O sujeito indeterminado
Um sujeito descabido
Pelas matas fugidio
Pusilânime escorregadio
Um sujeito que diz por medo
Mas põe medo em dizer
Nem existe esse sujeito
Irão aos videntes recorrer
Um sujeito deslocado
Descolado e mal-amado
Popularesco e moroso
Que demora a responder
Irão esperar o sujeito
Que se ocultou pro predicado
Na frase fez-se mal-educado
Sumiu e não voltou
Não voltou porque nunca veio
O sujeito indeterminado
É Sujeito Inexistente!
- Loren Vencce
VERDADE DO AMOR
(08.11.2018).
Verdade do amor,
Que expressa os sonhos,
De um poeta que anda
Na busca por uma alma.
A alma não muito semelhante,
Mas irradiante pelo mundo inteiro.
Cuja paz se infiltra em mim,
Como um verbo no tempo.
foi a tua gentileza e doçura que me encantou...
coisa rara é encontrar em um homem os traços tão sutis que contrastam com tanta barbárie e indelicadeza.
Tens a leveza dos pássaros ganhando alturas em dança festiva...
teu olhar é poço de águas cristalinas e me vejo refletida de forma terna...
Não posso mais deixar-te pois sei que em ti eu encontrei o reflexo de minha alma em paz.
Sei que te amo.
ILUSÓRIO OÁSIS
Apresenta-se bela vista ao sons das marés desta terra seca
Serás um oásis?
Não! Formação de uma ilusão pelo confronto do coração e o delírio de um ser que arde mesmo sem combustão
Respira! Bebe água! O ilusório oásis já se desmanchou na sua própria ilusão.
SOL DO OUTRO DIA
Formando um tipo de entrelaço
Redes neurais, química maravilhosa cerebral
Advindo de um ser maestral
Porém conduzindo a dois caminhos talvez distintos
Um serotonina dança valsa
Outro dor física e psicológica não se diferenciam
Nociva dor de tal rebelia
Outrora trouxera intelecto para o Sol que irradia no outro dia
Te ver chorar
Te ver chorar
É ver o mar
E não poder mergulhar
É ver um um rio doce secar
E não te levar pra alto-mar
Te ver chorar
É ver uma rosa murchar
E não poder te tocar
É te ver em espinho
Procurando um caminho
Te ver chorar
É não ver o sol nascer
Para poder aquecer
É ver a noite chegar
Sem ter pressa de me deixar
Te ver chorar
É me afogar
Num mar de desejos e sentimentos
É ter a praia por perto
E não saber como alcançar
Te ver chorar
É te perder na escuridão
E te sentir no coração
É querer seu sorriso
E enfrentar o que for preciso
Te ver chorar
É ver a palavra faltar
E falar com um olhar
É querer te beijar
E ter medo de errar
Te ver chorar
É viajar em você
E encontrar um destino
É ouvir sua dor
E falar meu amor.
Luzes de um Ser Tão imerso
As luzes brincam de sertão
A saudade brinca de gangorra
Às vezes dói, vez em quando vêm alívio
A saudade é a flâmula do desejo de estar
O pai a léguas de distância então
Exalta a resignação forçada
a estar em uma feliz solitude
Tresloucada mordaça em contos de fada
Um vão suspiro - de alívio ou solidão
Enternece o pai distante não por querer
A causa vence efeitos, júbilos, grãos
Assim as luzes podem - e devem
Brilhar mais na seca paisagem
Brincar por raras folhagens
E brincar como seres fortes que são
Tão ser...
Luciano Calazans. São Paulo - SP, 13/09/2015
Nas mãos, levo um ramalhete de flores, colhidas no campo ao amanhecer,
tem simplicidade e perfumes a granel,
com elas enfeito a vida de mil cores,
oferto-as a cada pessoa para que seja feliz
e que tenha um pedacinho de arco-íris
que possa chamar de seu...
ELEITORAL
O debate é um deboche,
Nunca tem nada de novo,
O de baixo nunca sobe,
O de cima nunca soube
Sentir as dores do povo.
ANÓDINAS
O que sou?
Sou um cão
Um grão
Um não
Um tudo
Um nada
Nada é talvez
Tudo é talvez
Mal-passado
Passado o mau
Peço anódinas
Quentes, frias, mal-passadas
Mas que cheguem depressa
Pois a depressão inútil e controversa
Está aqui, latente
Dentro de mim ou em forma de gente
Cercando minha casa de palha
Meu jardim de plumas
Meu viver de sonhos.
O que sou?
Um fruto de um ventre
Um soprar de um vento leste
Uma ponta de icebergue
Uma semibreve
Preliminar de uma vida seca
Linha torta desenhada pelo tempo
Que caleja e que ensina
Que somos o que não querem
Que fomos o que queriam
Seremos uma pergunta [sempre]
Quem sou?
A tépida face que gargalha
A funesta sílaba de uma fala
A sábia águia a voar
Na vastidão de mil tormentos
Em segundos, meses, momentos
Que voam em uníssono
Em diferentes cores e firmamentos
O grão germina
É da sua natureza
Quem enxergar tal grandeza
Há de ser sempre a tal águia
A grandeza de um grão está em sua morte
A grandeza do sim é suportar
Um simples não
Com ou sem anódinas
Passado mau
Leite derramado
Mal-passado.
Quem é você?
O que é você?
Outra luz a acender...
AS ROSAS SÃO EXCEPCIONAIS
Como um sopro que dissipa além
Assim esvaeci para outro lugar.
Não parti com a tristeza da partida
Porque no amor me propus a ocupar.
Como uma andorinha veranista
Nesta terra fiz meu ninho, aqui voei.
Plantei pomares, os reguei com amor
Com carinho foi que adubei...
E as lagrimas? Que lagrimas?
Não tive tempo para elas.
Me alaguei nos sorrisos,
Me ative laborando o bem, foi só...
Norteei o barco,
Te ensinei no mar desta vida a remar.
Viu em mim tristeza? Engano seu.
Cumpri o tempo, tive que ir.
Não chores por mim Goianápolis,
Não chores não. De que chorar?
Não espinhei nos espinhos da vida,
Espinhos escudam as rosas.
As rosas são excepcionais,
Lançam perfumes, são multicoloridas.
Elas dão vida aos jardins,
Até as abelhas buscam seu mel...
Vivi os pássaros, vivi as crianças,
Vivi vocês, vivi de maneira honrosa
Fui professora, fui doutora,
Mas parti sendo Rosa...
Se recordarem de mim
Recordem irrigando as rosas.
Fui feliz na vida que vivi!
Vivi o privilégio de ter sido Rosa...
09/01/2020 (Do amigo J.D.)
(HOMENAGEM PÓSTUMA A MARIA FÁTIMA DE OLIVEIRA)
(A DRA. ROSA)
* 09/01/1945
+ 29/092018
Infância
Saudades é como um filme de drama,
E nossas lembranças são como um cinema.
Felicidade é como um final de semana,
E ser criança é viver sem nenhum problema.
Realizava meu sonho de teletransportar, e nem sabia,
Teletransportava do sofá, pro quarto.
E olha que isso acontecia quando eu dormia...
Na verdade era minha mãe que me carregava, de fato.
A inocência fazia parte de mim,
E o aprendizado me dava inteligência.
Hoje sei que o aprendizado não tem fim,
E que nossa sabedoria, não entra em decadência.
Eu, por mim, sinto a pele
Como um terno
Um hábito fraterno
Um costume propício,
E não um vício.
Eu, por mim, sinto a pele
Nem fardo, nem farda
Apenas embalagem
Feita para viagem
Sinto a pele
Como um fato
Da cor do Homem
Da História
Da Luta e da Vitória.
o tempo constrói lentamente
um monumento entre nós
seus meandros são um mistério
tua figura solar se delineia contra o desconhecido
tua figura solar encarna por vezes o inexplorado
em que lar repousa teu pensamento
e quanto perdeu-se de ti
pelas veredas que a muito contento
teus olhos vislumbraram
de mim, quanto havia em ti
do meu amor,
quanto ficou pelo caminho
quanto ainda resta
quanto é necessário
quanto havia no teu pensar
quanto havia na tua ideia de lar
quanto havia na tua volta
tua figura solar me faz lembrar
dos pássaros, do pássaro que parte
para norte ou sul, indelével
e que nunca é o mesmo quando volta
tingi minha intenção
de azul anis
era apenas mais um corpo
na cidade do sol
mas minha vontade era púrpura
e meu desejo, vermelho
o menino e as histórias
ele queria contar uma história
de um menino que veio do interior
como quem conta passado.
como quem conta,
ultrapassado.
além desta,
tinham também outras histórias
das quais ele queria contar.
mas que nem contou.
hoje ele nem existe mais.
virou protagonista de uma poesia qualquer.
mas lá no interior,
não naquele,
no seu interior
restara uma história da qual me recordo bem.
de um menino que queria contar histórias
ainda que não quisessem ouvir.
dessas,
eu jamais esqueceria.
carsan
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