Um Estranho Impar Poesia
Enigmas
Um caminho longo e uma ponte que fala,
um monte gigante e uma flor sob o sol,
no coração do monte há um vulcão flamejante,
o monte está a ponto de entrar em erupção,
e já não sabe o que fazer com o seu fogo ardente,
para que ele não exploda e queime a flor,
que vive de admirá-lo em suas encostas.
Extasiada está sempre aquela pequena flor,
pelo arrebatamento que lhe causa o monte.
Imagina que a flor tem o sonho de tocar seu coração,
e o monte tem um desejo ardente de encurvar-se
até tocar em suas pétalas para ali adormecer seu coração.
Ao lado do monte está aquela ponte inquieta,
sussurrando incentivos de partidas constantes,
vem! Vem! A ponte chama a flor sem cessar.
Como se a ponte também amasse a flor,
e do pé do monte, a ponte a flor quisesse arrancar.
Mas que nada! Que nada! Somente impressão!
A ponte é apenas um enigma que abre a sua boca para reclamar,
mas seus desejos claramente, a ponte não consegue expressar.
No meio da ponte está adormecido o tempo,
que nela, a sua fadiga foi descansar.
Como pode o tempo no meio da ponte assim parar?!
Cadê a força desse tempo que não deseja mais passar?
Há um passarinho que seu bico não consegue calar,
está sempre transportando assobios entre o monte e a flor,
dia vai, dia vem, e o passarinho com seu bico cheio de assobios,
leva aos ouvidos do monte as declarações de amor da flor,
e desce de lá com o bico repleto de assobios do monte,
para entregar fielmente aos ouvidos da flor.
Mas até quando? Até quando?!
Até quando o tempo na ponte vai descansar?!
E por qual motivo o tempo não consegue despertar?!
O monte até que tenta, se esforça para encurvar,
mas o seu orgulho é ainda muito maior que o amor,
que no seu coração sente pela pequena flor.
E o tempo? O tempo até que tenta acordar,
mas a ponte sem perceber segura o tempo,
e no impulso de suas contradições e impasses,
impede o tempo de despertar e mudar as coisas para sempre.
Rozilda Euzebio Costa
Desejo do dia:
"Que a pessoinha aquela, pegue o celular; leia a mensagem e abra um sorriso de felicidade.."
Com luz de alma na mão,
um brilho de amanhecer nos olhos
e simplicidade, no andar
Eis aí, um poeta.
Máquina
Às vezes a vida parece
Uma espécie de máquina agressiva
Uma máquina livre
Feito um pássaro
Cria asas, voa alto.
Perde-se
Deixando mágoas
Em formas de cachoeiras:
Bate e rebate
Nos seixos
Desmancham-nos,
Aos poucos diminuem,
Os torna um ser pequeno
E aos poucos se sentem pisoteados.
Porém, não bem somos
Uma máquina
Mas somos um ser
Capaz de se aperfeiçoar.
SALVADOR DO AXÉ
Quando fui a Salvador,
a terra do bom axé,
fui direto ao Pelourinho,
na mão um acarajé.
Do Farol ao Elevador,
tradição e muito amor,
todo ano vou com fé.
A VIDA É UMA LUTA
Na vida a gente luta,
mata um leão por dia,
rema contra a maré,
violenta e corredia,
leva tombo, se levanta,
e nunca se desencanta
de viver com ousadia.
As vezes
parece que nada sobrou
e
o que sou hoje
é apenas um sopro de
traumas, aflições
Me pergunto
como antes
me reconhecia,
como antes
tinha meu corpo junto da alma
como antes sabia
o que era no mesmo instante em que me via
Agora
me pergunto
“qual é essa tua nova versão de hoje?”
pois ao colocar meu olhar rente ao espelho
demoro para reconhecer as feições
de quem e̶s̶t̶e̶v̶e̶ está ali
Será que é
a mulher forte que tantos admiram?
a filha que sempre quis ser o sinônimo do orgulho?
a amiga gentil e companheira?
a irmã caçula que súplica por afeto?
a ex que deixou saudades?
simplesmente a mulher quebrada?
a romancista?
a força imbatível?
a intensidade?
apenas a casca do que um dia já fui?
Queria saber
qual a receita de me reconhecer
cara a cara
crua
nua
frente ao espelho
Talvez apenas procura
da cura
em meio a tanto desespero
mas permanecendo em frente
ao espelho
- o que vejo agora
Enigma
Um olhar sincero
Cheio de mistério
Um silêncio
Cheio de segredos
Uma pista
Um passo que dou
Cada vez fico mais perto
Conseguirei desvendar seu mistério?
É tão frio e quente
Por que se prende ?
É tão profundo
Por que não se permite?
Coração fechado
Com medo daquilo que é incerto
Com o calor da paixão
Irei desvendar seu coração
A vida é um eterno palco de teatro, encenamos nossos dias, entramos em cena, saímos de cena, uma dança das cadeiras finita, e um certo dia encerraremos também nossa existência, nada mais justo do que viver cada dia como se fosse o último.
César Ribeiro
A Dor
Quando a dor consome
Sua alma
Seu corpo
Sua mente
E gostaria de poder ir embora para um lugar em que a dor agonizante não lhe encontrasse
Mas onde há esse lugar?
Não existe, porque a dor fez morada em você e ela vai lhe acompanhar para onde você for
Nesses dias parece não haver esperança
Esquecemos que tudo são fases
Tudo passa, até a dor
Dá para ouvir:
Tu, tu, tu
Um atrás do outro,
arfando fogo, para sentir.
Dá para ouvir:
Tum, tum, tum
Um atrás do outro,
soando oco, por partir.
com amor & IRA
Fragmentos
Ela junta um a um, os pedacinhos, os fragmentos
Bordando uma colcha de retalhos brilhante
Atingida pelo romantismo, borda fio a fio o amor vibrante
Raios iluminam a noite nesses momentos
É quando perde-se a fala, e apenas sente
Peito se rasgando de tristeza e forte dor
Se pergunta, quando terá um amor?
Falsas esperanças a enganam, sempre mentem
Enquanto seus olhos fitam o horizonte na estrada
E seu coração cheio de amor a alimenta
Enquanto borda fragmentos, sente a ausência
E dói, como se a costurassem sem anestesia, na raça
Tantas linhas escritas em cadernos envelhecidos
Uma busca insensante por intensidade
Por um sonho onde realizaria suas vontades
Por um mergulho em um mar de amor merecido.
Lucélia Santos
Um dia da semana
Como sempre acontecia naquele dia da semana
Eu estava, largado e ansioso por aquele momento
Uma energia corria pela minha alma, quase desumana
Como um menino que sabia de algo, mas não tinha o conhecimento.
A visão da mulher que surgia no corredor estreito
Entre a sombra deixada na parede e a silhueta na escuridão
Invade meus sentimentos e o meu corpo no leito
Sem dizer uma palavra me afoga pelos lábios e silencia o coração.
Com a agilidade de uma artesã manipula sua mão macia
Pelo corpo semi rígido e vibrante que se entrega sem lutar
A mistura de atos, agilidade e graça, monta uma galeria
Que deixa o modelo inato, desesperado e pronto pra se entregar.
Tomado pela mais ágil amazonas, aceito o seu cavalgar
Me sinto como se corresse pelos campos de trigo dourados
Não consigo evitar e deixo a felicidade no rosto estampar
Enquanto o frenesi do seu quadril acaricia um corpo emoldurado
Entre o romantismo e a volúpia, aprece um ato invertido
E sou agora capturado pela fera endoidecida
Tomado agora pela visão da deusa entregue, me torno pervertido
Um, dois, três atos cheios de gritos e duas almas esvanecidas.
E mesmo assim encontram fôlego para uma despedida.
O Vôo da Borboleta
Em um mundo vasto e colorido,
Onde a diversidade se faz presente,
Uma borboleta surge, destemida,
Representando a comunidade LGBTQ, florescente.
Suas asas esplêndidas, radiantes,
Um arco-íris vibrante a se adornar,
Em cada cor, cada tom brilhante,
A individualidade se revela sem hesitar.
Essa borboleta voa livremente,
Espalhando aceitação e amor,
Desafiando preconceitos, resplandecente,
Mostrando ao mundo seu valor.
Em seu voo gracioso, quebrando padrões,
Conquista espaços, transforma corações,
Despertando consciências, desatando nós,
É símbolo de liberdade, de novas visões.
Essa borboleta leve, delicada,
Enfrenta ventos hostis, sem medo,
Reflete a força da luta, da jornada,
Superando adversidades em seu enredo.
Ela dança no céu, em harmonia,
Emana coragem, inspiração,
Celebra a diversidade, dia após dia,
Destacando a importância da inclusão.
Que essa borboleta encante, ensine,
E leve sua mensagem mundo afora,
Quebrando barreiras, fazendo brilhar
A diversidade que enriquece a nossa flora.
Então, voe, borboleta, voe sem temor,
Ilumine caminhos, encante olhares,
Seja o símbolo de amor e de valor,
Orgulho LGBTQ, a linda flor que desabrocha sem cessar.
Era quase as 21h que o filme acabou
Ainda ficou faltando segunda parte
Mas prometo ver um dia
É que depois da morte de Dobby
Foi emocionante a despedida.
Aquela adaga de uma certa forma também me acertou
E me deixou uma ferida.
Aqui a chuva não para
O dia está escuro e a cidade está fria
Embora goste de frio
Aguardo ansioso a chegada do verão
É que este clichê mar de amar já não encaixa nas minhas rimas
E os versos perversos que componho
não encaixa na melodia do meu violão
Tenho tentado bolar novos planos
Ano que vem está quase chegando
talvez não cumpra as promessas que me fiz
Mas vou tentar olhar esse mar imenso
E se uma leve brisa tocar o seu rosto
não se espante
Sou eu te amando em silêncio.
- Farley dos santos -
Lua de sonhos
Quando você fala o tempo se cala;
Eu não sei senão amar até o fim.
Quero um carinho sem fim, que dure a vida inteira, que tenha o sabor do mais doce dos beijos.
A luz da lâmpada sombria, sobre o leito de flores, a lua por noite, entre as nuvens nós dormimos!
Manias de sonhador no mundo colorido, onde cada sentido é um ator.
Arde sem perceber que é fogo e também é ferida que dói e não se acha; É uma descontente busca na aventura da paz que desejo e quanto mais procuro, mais sofrimento de não achar tal...
Que importa? Se tu, lua desta noite,
Fosse já a lua dos meus sonhos!
Diferenças
Hoje, tu me deste um beijo
Como nunca destes
Tu me olhaste apaixonadamente
como nunca me olhastes
Hoje tu me quiseste
Como nunca me quisestes
Hoje, o dia está diferente
O mundo está diferente.
Tu estas diferente
Há entre nós coisas
Coisas diferentes
Há entre nós sentimentos diferentes
Como diferentes estamos nós
Trindade Reflexiva
Na tessitura da vida, um mistério desvela,
A essência divina que a um mortal se revela.
Entre o céu e a terra, um universo se expande,
Na busca eterna, se a alma for grande.
Sou Deus, sou Cristo, ou mero peregrino?,
Nessa trindade, pergunto ao destino!
No espelho intrínseco, o mistério se desvela,
Em uma chama etérea na carne singela.
Eu sou aquele que está em busca,
Na trindade, desbravo a senda fértil e lusa.
No reflexo do universo, vislumbro a trama,
A chama etérea, a humana chama.
Neste mosaico de ser, a luz se aninha,
Em rimas repetidas, por onde a alma caminha.
Na vastidão do meu ser, em um divino encontro,
De um lado o meu Eu e do outro o infinito confronto.
- Muita das vezes o que precisamos é de um dia no silêncio para ler nossos próprios pensamentos.
E entender que você pode sim ser o seu porto seguro.💭💫
Nó na garganta
Estou sentindo um nó,
daqueles que surgem,
reto, sem dó,
lá, no fundo da garganta.
Parece ter sido bem feito,
na margem do anseio,
sobrevive o sacripanta.
Um calo na voz,
de uma voz que se cala,
segue faceiro,
sem galanteio, ganhando escala.
Globus faríngeo (é o nome do danado);
Assim foi batizado,
com a ansiedade mancomunado.
Me impedindo de respirar,
ofegante e desesperado,
devolva meu ar,
saia do meu canal,
sofrimento carnal,
coração despedaçado.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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