Um Cavalo Morto e um Animal sem Vida
Se a vida acabasse hoje
Eu juro que a deixaria
Um pouco triste
Pelas coisas
que não fiz ainda
Mas algo
Sempre há de ficar inacabado
E sem resumo
Se esta noite eu partisse
Diria que não fiz
Aquilo que eu tanto queria
Mas sereno
Por lembrar-me que disse
Se hoje
O Dedo de Deus
Apontasse pra mim
E dissesse
Que a hora do fim era agora
Eu iria embora um pouco triste
Porém, sem remorsos
Nenhum arrependimento
Sequer pelos muitos erros
Que eu cometi
Enquanto pensava acertar
E triste eu iria
Nos braços de uma isquemia
Uma hemorragia cerebral
Tanto faz, não faz mal
Na hora da partida
Qualquer despedida é igual
Creio ter feito
Menos o mal que o bem
Não deixaria ninguém
Que tenha sido
importante pra mim
Sem antes ter dito muitas vezes
Sobre a importância que tiveram
Nesta e em todas as outras vidas
Se minha vida acabasse hoje
Creio ter sido esta
A minha poética despedida.
Edson Ricardo Paiva
Eu me perdi
Faz tempo que eu ando
Perdido na vida
Não me sinto culpado
Este mundo é um grande labirinto
Portanto, estamos perdidos
Sem saber que o melhor que fizemos
Foi o fato de não termos lido
O aviso que havia na entrada
Dizendo que poucos de nós
Vão querer encontrar a saída
Mas um dia, a saída nos encontra, isso é fato
Contra o qual, ninguém pode fazer nada
Mas há sempre a opção
De deixar uma boa risada
Apagando o ruido da dúvida
Que essa vida tem fim
Mas que nada foi perdido à toa.
Edson Ricardo Paiva.
"Não é fácil de encontrar-se
A perfeição na vida.
Perfeição que atendia
Por um nome fantasia
Cuja alcunha era simplicidade
Que por simples que era
Na verdade
Quase sempre ela passou despercebida"
Edson Ricardo Paiva.
"A vida não é um jogo, a não ser que você a queira transformar num jogo. Feito isto, tenha em mente que ela não admite trapaça"
Edson Ricardo Paiva.
"Em apenas um segundo
A ilusão de toda vida
Cai por terra
O Poço fundo vaza
O rebuliço acaba
O compromisso atrasa
Um grão de areia arrasta o mundo
E o sangue, outrora quente
O meio-fio
Há de tornar-se frio
Eternamente.."
Edson Ricardo Paiva.
Um dia
Alguém vai te perguntar
Se soubeste viver a vida
E o que fizeste de teu tempo
Tua senda
Não precisaste
Plantar as flores do campo
Nem pintar estrelas no céu
Ou aquecer o Sol
A tudo encontraste feito
De um jeito tão perfeito
Que a gente o jamais faria
Buscaste sempre
Um defeito ou emenda
Um dia
Alguém há de te perguntar
Por que será que foste tão exigente
No teu dia-a-dia
E ponto
Visto que quando acordavas
Teu dia já estava pronto.
Edson Ricardo Paiva.
O que vem a ser a vida
Senão um pedaço
de massa de pão
Que o tempo convida
Não a dividi-la
Mas dá-la de graça
Com a mesma graça recebida
O que vem a ser a vida
Senão breve sopro
Que anima essa massa
E que passa depressa
Tão depressa despedaça
na palma da mão
Que o olhar arredio
Não tem tempo ou espaço
Pra dizer com certeza
Se a viu.
Enquanto isso
Ela passa.
Edson Ricardo Paiva.
"Vida, doce vida
Que passa tão depressa
Quanto um verso pra lua cheia
O dia vem
Bem pouca gente olhou a lua
E o luar...ninguém."
Edson Ricardo Paiva
"E que a gente traga na bagagem desta vida
A lembrança das paisagens
Pra que um dia exista alguma diferença
Entre o bom e o ruim
No final, se apruma na incerteza
Sobre tudo aquilo que esses olhos viram
Concluindo que a existência passa
Fica a graça, o alento
Na miragem, na espera...a ilusão passageira
Um mero mensageiro, num veleiro que navega
Contudo
O conteúdo verdadeiro da mensagem
Esse, ele jamais entrega"
Edson Ricardo Paiva.
Creio eu
Que talvez, o segredo
A bem viver a vida
É guardar sempre pra si
Um pouco de coragem
Misturada ao medo
Saber viver as alegrias
Mas só um pouco dela a cada dia
Penso
Num momento de silêncio
Em meio ao caos
Nem todo mal
Nem todo bem com muito afã
Pra que a vida seja bela
Deixe um pouco da tristeza
Para vivê-la também amanhã
Feche a janela para o Sol
Deixe entrar a escuridão do dia
E você sorrirá
Pra luz do Sol de amanhã
Não se come todo o almoço
Numa única garfada
É preciso tempo pra esfriar
Consolidar, brotar, crescer
Secar e até morrer
Não sinta pressa em livrar-se de nada
Cedo ou tarde as coisas se vão
O tempo é que rege essa vida
E é sempre bom ter lágrimas nos olhos
Pra que se contenha as risadas
Mesmo que elas venham
Vão passar
Pois tudo passa
Tudo e nada
Solidão também faz companhia
Penso eu, que a graça da vida
É saber dividi-la
Não se vive tudo de uma vez
De um fôlego só
Uma só voz
É preciso guardar sempre um pouco
de lágrimas e de sorrisos
E, quem sabe, a presença
de alguém que seja louco o suficiente
Para estar
Sempre presente em nossas vidas
E queira estar com nós.
Edson Ricardo Paiva
Haverá respostas
Se vivermos por buscá-las
Encontrará quem não viver só pela vida
Como um pássaro pequeno, que não voa ainda
Aguarda em paz
E sabe mais que todo aquele
Que não vê mistério em nada
E tem sido sempre assim...eis a graça e a lei da vida
O conflito interno, a guerra, o dia ruim
A terra embrionária...flores mortas
Que visão mais torta, que dores são essas?
E, sem pressa, estrelas
Esperando lá no céu, para poder ser lidas
Vida celular oculta, secular.
Areia do deserto
A vida, uma arquiteta paciente
Aguarda um dia a nuvem vir chover lá perto
Repletas do saber de Deus
Noite alta de profundos sonhos
Enquanto a brisa leve cruza o mar à luz da lua
Desenhando um novo mundo
Que vem lá de não sei onde
Ninguém sabe a vida e o que ela traz
A parte que te cabe é tentar perceber
A melhor maneira de vivê-la
...ou viver só por viver
Eis a graça e a lei da vida
Edson Ricardo Paiva.
Há momentos
Que valem uma vida
Como andar na chuva
Olhar pra cima e perceber
Um raio de Sol que a invadiu
Chove dentro de você
É preciso uma miragem
Uma fagulha frágil
Um sonho em forma de mensagem
Num milagre, a lucidez
Era preciso uma visão
Que talvez não te venha jamais
Não dessa forma sucinta
Veja, chove no papel
E o presente é uma tinta que o borra mais
É querer ouvir a própria mente
Enquanto a mente, propriamente, não se cala
Há momentos
Que podem valer uma vida
Um pensamento que te aguarda há muito
Paciente, lá no fundo do quintal
Até que a mente se aquiete
E pense até ser ouvida
Por enquanto é tudo que lhe resta
No entanto
Esse momento vale uma vida.
Edson Ricardo Paiva.
Nada
Que te pode ser tirado
Te pertence
Não pense que Deus fez a vida
Pra te dar alguma chance
ou uma oportunidade.
Deus é um Deus de decisão
e de boa vontade
Fica tudo que se faz na vida
Conta mais o que se fez da vida
É semente de flor que não germina
É palavra certa na hora errada
De nosso na vida... é a vida
Luz do Sol, sopro da brisa, o cantar de um pássaro qualquer
a hora à toa... e algum tempo de vida
A Luz da vida é um sopro, um canto
Um pranto à guisa da vontade alheia
Volta e meia dando asa à vida
Hora inexata, imprecisa
A vida era assim, quando era boa
de uma hora pra outra ...ela voa!
Amor bom, sem destino
Era puro em tempos de menino
Amor só...só de espera
Claro, cristalino
Ele era de alguém?
Não, não era!
Era crer e também bem querer amar alguém
Todo aquele que não, também.
Pois o coração da gente é uma casa
Não tem porta e nem portão
Só tem duas janelas
O nome de uma é Amor
O da outra é Espera
Talvez nosso amor seja pouco
Pode ser que a espera seja tanta
O resumo da vida
São só sementes que germinam
das flores que a gente planta
Muitas serão esquecidas
Outras serão lembradas
Teu, é o fica
Da vida não se leva nada!
Edson Ricardo Paiva.
Eu tanto pensava em colher em vida
Um espaço entre quatro linhas
Linhas tortas, quiça tivesse
Uma horta de flores que Deus me desse
Regadas da dor doída, ao longo de uma jornada
Eu tanto quis, de querer
Um querer que me foi verdadeiro e existe ainda
Um simples canteiro de céu
Daqueles que nos ensinaram que existia
Desses, que eu tanto ensino a quem puder
Que eles existem
Um pedaço qualquer entre algumas linhas
Daqueles, com nome da gente escrito
Que ao longo do tempo é que se descobre
O quanto era pobre esse nosso pensar
Sobre dor doída ou de sofrimento
Não era, essas coisas não eram minhas
Era apenas sobre toda raiva
Que não fosse devolvida
Era sobre deixar aqui, quando voltar
A todo pedido de desculpas
Que devia ter pedido e que não foi pedida
Era sobre aprender a enxergar
Uma grande conquista
Um tanto assim de céu que já temos
Todo dia sobre as nossas cabeças vazias
Repletas de atmosferas
Era sobre saber ver apenas
Pequenas coisas que estão bem diante das nossas vistas
Pouco importa as flores que cresçam lá
Que nem cresçam, que nasçam mortas
Gira sobre a complexidade das coisas simples
Que tanto nos esforçamos em torná-las complicadas
E, no final, o mais nos interessa
Não passa de um monte de nada, de todo sinceras
É a surpresa de perceber
Que agora, quase nada mais nos surpreende
São as dores que não mais queremos
É o amor que nos ensina a não querer deixar elas aqui
Pra que outros também as sintam
E essa forma sucinta e profunda de viver a vida
É que haverá de regar ou não
Os jardins da outra vida
Porque tudo sempre recomeça
No lugar exato onde termina
Esquecer a pressa de sentir-se
Triste ou feliz
Essas coisas vem
E são sempre mais pesadas para quem não quis
Quando tudo volta e se mistura
E nada mais se encontra
É ali que se acha o segredo
As flores, canteiros, os medos da vida
Uma orquestra de letras e notas misturadas
Volta tudo pro universo enorme
Com o nome da gente escrito
Onde tudo é mais pleno e bonito
Quanto mais pequeno
E sereno é o pranto
Se eu pensar menos em mim
A vida é mais simples assim.
Edson Ricardo Paiva.
A galinha que um dia conheceu a companhia da águia, sentir-se-á uma águia pelo resto da vida, mas a sua natureza sempre a conduzirá à companhia dos frangos e ali ela vai ciscar e cacarejar como galinha, pois foi o que o Divino prescreveu para os da sua laia.
Edson Ricardo Paiva.
A vida era
Toda ela, um vaso de alabrastro
Um prazo que não venceria
O Sol na chuva, era alegria
Era a felicidade, a verdade sobre a mesa
Um astro de primeira grandeza
Era harmonia
Comedida em seus excessos
Ah, essa era a vida, ela excedia
Não era, ela não era não
Era uma mão que se escondia
Oculta com propriedade
Tangia as cordas da vida
De modo tão perfeito
A justa forma ela imitava
A gente se iludia tão perfeitamente
O vento leve, o tempo breve
O espelho que não se mostrava
Era a vida uma centelha
Um prazo que nos vencia
Ele venceu
Essa era a vida
Este sou eu.
Edson Ricardo Paiva.
As Ilusões que a vida traz pra gente.
Ilusões
Há um tempo assim
Em que a criança a tudo alcança
Finge pra si mesma ser outra pessoa
Meu Deus, que coisa boa era o fugir contente
O brincar inocente
Consciente que era aquilo tudo só imaginação
Esperava o dia
Em que era tudo de verdade e pra valer
Realidade ilusória
Existe um tempo assim também
Amanhã há de ser um novo e lindo dia
Fingir ser a mesma pessoa
Iludido no pensar incoerente
de que é o tempo ilimitado
Meu Deus, que coisa incrível
Eu me pensava indestrutível
O tempo passa e traz
Ilusões pertinentes
Era a razão de prosseguir
De confiar em mim somente
De tentar alcançar, com sorte, ao menos o suficiente
Pois o tempo é premente e amanhã é só mais outro dia
Meu Deus, que coisa triste
Pensar que as ilusões se foram
Era mais outra ilusão
Sentir-se impotente
Diante das desilusões que a vida traz
Pior era a outra parte
Aquela, de se deixar ficar, simulando a paz ausênte
Ilusões perdidas
Há também um tempo assim
Há quem pense ter vencido a vida
O tempo o alcança e a vida vence
Meu Deus, que coisa à toa era pensar
Compreender que o tempo da ilusão
De fingir ser quem não era
Depois de uma vida de espera
Se revela o tempo da felicidade verdadeira
Consciênte, feliz, altaneira
E, jamais uma ilusão
Foi o único tempo dessa vida
Que a gente fingiu ser quem não era
Sendo apenas quem era
Fingir não era opção
Eis toda ilusão
Os outros fingiram tão bem
Que pareceu ser verdade
Era tudo, a vida e tudo mais
O tempo todo
Bem mais frágil
Que a Ilusão primeira.
Edson Ricardo Paiva.
Entardece em minha vida
De repente um pensamento
Momento pra focar o nada
Quedas esquecidas
De outros dias
Quando amanhecia, ainda
No vale das pedras pisadas
Meu Deus, foram manhãs tão lindas!
Entardece em nossas vidas
De repente a tarde cresce
Diferente às tardes de outros dias
Noutros tempos de outras vidas
Quando dor que era suave ainda
Mesclada ao odor das damas da noite
Respiradas, eram dores que lembravam sorte
Que nos remetia um pensamento
Por falar em noite, em norte, em dia
Em sóis que nos sorriam todas as manhãs
Ao Criador, que tudo olhava lá de cima
Que mandava orquídeas
Junto às folhas vivas, junto às folhas mortas
Nosso nome em branco no livro da vida
Estradas, escolhas
Tudo isso era futuro
Hoje, entardece em nossa estrada escura e só
Num mundo de sonhos, de sono profundo
Onde todo mundo é igual
De todas as moradas da casa de Deus
Nossos sonhos, medos misturados
Às roseiras que beiravam rios da infância
A melodia das águas
Tudo isso era normal
O mundo escondido e ainda em segredo
Terá sido um dia o mais natural
De todos amores profundos
Pois o amor é Pai da natureza
Do rio que vai, que nos leva
Que revela todas as belezas sonhadas
Belas, como as vidas desejadas
Aquelas, que jamais pudemos
Eu não tive assim, tanto talento
Pra deixá-la desenhada
em minha folha do livro da vida.
Embora ainda a queira, igual a todo mundo
Entardece em minha vida
Quanto a isso
Não existe escolha e nem tristeza
É o pó da estrada, é o nada, é o norte
é o leste, são as mortes das quatro estações
A dança envolvente, a existência prova
Que do pó vieste e vais
Só a alma da gente não é mais a mesma
e nem será nunca mais.
Edson Ricardo Paiva.
O início e o fim
entre eles um intervalo
chamado vida, simples assim
espinho e aroma na mesma rosa
o amor e o desamor na mesma casa
a saudade sentida
e a palavra Adeus da mesma mente saída
o fim e o começo
tudo que há de bom
carregando em si mesmo
todo mal que já existiu
tudo aquilo que foi visto
ao mesmo tempo ninguém viu
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